Quebrando recordes e chegando ao topo. Há uma semana, Thiago Veigh alcançou o 1° lugar do Spotify Global com o álbum Dos Prédios Deluxe. O ranking, que representa os álbuns que mais performaram dentro da plataforma nos últimos dias, foi divulgado pelo Spotify Charts. O projeto, lançado na sexta-feira (19/5), é composto por nove faixas, com participação de grandes nomes do ritmo no país, como Derek, Luccas Carlos, L7NONN e TZ da Coronel.
A conquista do cantor paulista é um reflexo da cena do trap — subgênero do rap — de uma cena artística que ganha espaço a cada dia, em especial em nível nacional. Nascido na zona oeste de São Paulo, Thiago Veigh, 22 anos, começou a carreira no trap em 2019 e sempre teve o desejo de estar no meio artístico. “Eu pensava no meu nome e como ele é diferente. Com isso, precisava ser alguma coisa”, diz. O artista também pensava em ser jogador de futebol, mas a vida acabou levando esse sonho para um lugar mais distante.
E graças a isso, muitas coisas mudaram quando ele completou 16 anos. Foi brincando de escrever canções, ainda na adolescência, que viu talento em si mesmo. “Comecei a fazer música para ver no que dava. Acabou dando certo. Mas, quando eu gravei mesmo, foi que eu falei, dá para levar isso a sério, eu sei fazer isso”, disse Veigh em entrevista ao Correio.
O primeiro álbum de Veigh, Dos Prédios, foi lançado em novembro de 2022 e conquistou seu público com beats característicos e rimas sagazes. Mesmo seis meses após o lançamento, a faixa Vida chique continua no top 50 Brasil e já alcançou mais de 54 milhões de streams só no Spotify. ”O sucesso do primeiro álbum impulsionou essa continuação que resultou em Dos Prédios Deluxe. “O público já se recuperava e estava com mais sede de consumir algo novo”, explica Veigh.
O cantor também deixou claro que Dos Prédios Deluxe é um projeto de continuação do primeiro álbum e não é apenas um disco novo. Segundo ele, continua fazendo parte do projeto inicial. “São algumas faixas que acabaram ficando da produção de Dos Prédios e a gente achou que não valia a pena entrar naquela proposta de novembro. Trabalhamos mais para soltar agora”, comenta.
Emplacar a maior estreia da plataforma é um marco, não somente para o trap, mas, também para o Brasil. Esse feito é importante para Thiago que, em suas músicas, sempre canta: “desfilando na quebrada o moleque que até ontem não tinha”. Mesmo com tantas realizações, os atuais números ainda são uma surpresa para ele. “Não caiu a ficha da realidade, sabe? Com certeza é algo único. Estou completamente anestesiado”, descreve.
A conquista, certamente, vem não só da qualidade das produções de Veigh. Quem o acompanha tem a imensa consciência de seu carisma. O trapper, que tem diversos vídeos virais espalhados pela internet, é conhecido por tratar bem todos os fãs, não recusar fotos, ler cartazes e cartas, além de sempre agradecer o carinho. "Eu gosto muito dos meus fãs, me deixam sem palavras. Eles têm parte nessa conquista.
Alcançar todo esse sucesso e ser o nome do momento no rap nacional não seria possível sem o apoio daqueles que seguem Veigh, que gosta de tratar todos da mesma maneira. Nas redes sociais, costuma postar vídeos engraçados e diferentes. O motivo disso? Publica aquilo que também gostaria de ver em seus ídolos.
Quando perguntado sobre novos projetos, o artista responde: "Agora, encerrando esse ciclo das duas etapas do Dos Prédios, a gente já pode armar outra parada e pensar de outra forma, vir com novas informações”, diz.
O trap no Brasil
De início, o trap sofreu muito preconceito na música brasileira, mas alguns artistas conseguiram fincar seu sucesso. Assim, Matuê, Keyblack, WIU, MC Cabelinho, Veigh e muitos outros estão sempre com músicas em alta no país. Com a responsabilidade de apresentar o gênero às pessoas, os artistas têm se tornado mais versáteis, como é o caso de Dos Prédios Deluxe. “O público não conhece o trap ainda. É algo muito novo na cena”, acredita.
De acordo com o trapper, somente agora os cantores estão batendo números e gerando lucros a partir das obras. Há um tempo, fazer esses sons e seguir no ritmo era, para muitos, motivo de chacota. Ao falar do cenário, Veigh enxerga que, hoje, muitos artistas, até de outros gêneros, estão caminhando para a versatilidade do trap. Segundo ele, está todo mundo querendo fazer rap. “Na playlist TOP 50 Brazil, do Spotify, oito das 20 primeiras tocadas são traps”, finaliza.
*Estagiária dob supervisão de Nahima Maciel
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