LUTO

Tina Turner viveu violência doméstica em casamento: "Hematomas eram marcas de posse"

O relacionamento abusivo da cantora virou filme biografico em 1993, onde conta que até o nome foi obrigada a mudar

Helena Dornelas
postado em 24/05/2023 18:15 / atualizado em 24/05/2023 18:19
 (crédito: Dominio Publico via Wikimedia Commons)
(crédito: Dominio Publico via Wikimedia Commons)

Rainha do rock n' roll, Tina Turner morreu nesta quarta-feira (24/5), aos 83 anos. Mesmo com grandes sucessos que marcaram gerações, por trás dos palcos a vida amorosa da cantora e atriz foi dura. O filme Tina - a verdadeira história de Tina Turner (1993), e a autobiografia Minha história de amor (2018) contam detalhes do passado de sofrimento ao lado de Ike Turner, marido da cantora nos primeiros anos de carreira. 

O casamento dos dois durou 16 anos repleta de abusos, como Tina lembrou no livro lançado em 2018, Minha história de amor, onde detalha espancamentos, obrigações de cantar e até café quente jogado em seu rosto. No livro Tina escreveu: "A nossa vida juntos foi marcada por abuso e medo. Num jeito perverso, os hematomas que ele me deu — um olho roxo, o lábio machucado, a costela trincada — eram marcas de posse. Uma maneira de dizer: 'Ela é minha e eu posso fazer o que eu quiser com ela'. Eu sabia que tinha que ir embora, mas eu não sabia como dar o primeiro passo. Nas horas mais difíceis, eu me convenci que a morte era o meu único caminho"

A relação abusiva física e psicológica entre Tina e Ike chegou ao ponto dele mudar o nome da cantora, em cartório, sem a consultar. Tina Turner nasceu como Anna Mae Bullock e recebeu o nome artístico do ex-marido no início da relação, em referencia ao filme Sheena: queen of the jungle, uma espécie de Tarzan feminina.

A Verdadeira história de Tina Turner começa com um prólogo no qual a pequena Anna Mae desconcerta as pessoas de uma igreja do interior com o talento vocal — o que faz os fieis associarem o talento dela com algo demoníaco. Anos mais tarde, Tina vê Ike – o futuro marido – tocando em um palco e tem a oportunidade de cantar com ele. Com a ajuda dele, ela passa a cantar de uma forma, "socialmente aceitável e admirada", segundo Ike. Então, a jovem cantora logo torna-se membro da banda do artista.

Tina e Ike Turner em 1966
Tina e Ike Turner em 1966 (foto: Dominio Publico via Wikimedia Commons)

Dando a volta por cima

Em 1976m Tina reuniu coragem e deixou para trás a vida com Ike. A cantora juntou alguns trocado, já que Ike cuidava das contas da dupla e gastava tudo em projetos pessoais e jogos, como mostra o filme.

Para fugir, Tina ficou anos na Europa em busca da maior distância possível do ex. As gravadoras também não mostravam muito interesse em discos solo de Tina, que enfrentava o machismo e o racismo escancarado na época.

Foi quase 10 anos depois que seu nome solo voltou para as paradas de sucesso. Em 1984, ela lançou o álbum de retorno, Private dancer, que inclui um dos seus maiores sucessos, What's love got to do with it.

Tina se casou novamente em 2013 com o empresário alemão Erwin Bach, eles se conheceram em 1986, quando a gravadora de Tina enviou Erwin para recebê-la no aeroporto.

  • Tina Tuner, rainha do rock n' roll norte-americano, morreu aos 83 anos Reprodução/Instagram @tinaturner
  • Tina Tuner, rainha do rock n' roll norte-americano, morreu aos 83 anos Reprodução/Instagram @tinaturner
  • Tina Turner ao lado do marido Erwin Reprodução/Instagram @tinaturner
  • Tina Turner ao lado do marido Erwin Reprodução/Instagram @tinaturner
  • Tina Tuner, rainha do rock n' roll norte-americano, morreu aos 83 anos Reprodução/Instagram @tinaturner
  • Tina Tuner, rainha do rock n' roll norte-americano, morreu aos 83 anos Reprodução/Instagram @tinaturner

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação