Cinema

Brasília sedia nova edição do festival nacional de filmes produzidos com celular

Mostra competitiva de filmes produzidos com dispositivos móveis, apresenta tendência cinematográfica, com tramas e roteiros contemporâneos, e descortina possibilidades democráticas de criação

Correio Braziliense
postado em 24/05/2023 00:26
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

De 25 a 28 de maio, o Espaço Cultural Renato Russo recebe a 3ª Edição do Festival Filmaê. Ao longo de quatro dias, os apreciadores da sétima arte são convidados a uma imersão por uma nova forma de fazer cinema, a de produção mobile.

O público terá a oportunidade ímpar de assistir à dinâmica de produção cinematográfica, que se apresenta como tendência ao redor do mundo, vinda dos quatro cantos do Brasil e do exterior.  

Para Fernando Campos, coordenador geral do Filmaê, o cinema produzido com smartphones é um fenômeno global que reúne atores, cineastas, produtores, amantes do cinema, indústria e festivais de cinema dedicados ao formato. “Essa comunidade está definindo forma de fazer cinema de vanguarda”, aposta.

Os filmes produzidos com smartphone, hoje, representam para o cineasta contemporâneo o que a câmera 16mm representou para o movimento cinematográfico Nouvelle Vague, para o Neorrealismo Italiano ou para o Cinema Novo Brasileiro. “Podemos afirmar, que os cineastas que trabalharam com Super 8 nas décadas de 70 e 80 e o cinema realizado com câmeras digitais na virada do século, se desenvolveram também dentro dos mesmos critérios de inclusão: mais barato, mais rápido e com mais mobilidade”, avalia Campos.

Para a edição deste ano, foram enviados 852 filmes de diferentes gêneros, entre nacionais e internacionais, dos quais a curadoria do Festival selecionou os finalistas 106, que irão compor a programação competitiva da 3ª Edição do Festival. A lista completa está disponível aqui.

As produções, de duração entre 1 e 15 minutos, seguiram critérios quando das inscrições. Dentre eles, que tenham sido captadas por smartphones, tablets ou câmeras de ação esportiva, como a GoPro, em alta resolução e nos formatos widescreen ou vertical. Além de não incitarem violência, homofobia, racismo ou crueldade contra animais.

Sobre os inscritos, Fernando aponta alguns temas em comum. “Ao assistirmos a todas as produções, nos surpreendemos com os temas tratados, que passa pelo cotidiano de pessoas durante o isolamento, preconceitos sociais e raciais, inclusão, espectro autista, reconciliações, envelhecimento e a invisibilidade”, lista.

Em comparação com inscritos nas edições anteriores, “percebemos uma clara melhora na qualidade técnica e artística, tanto nos produzidos por amadores quanto pelos mais experientes cineastas”, ressalta. “Nossa aposta seria em razão da intimidade criada com os dispositivos móveis e aplicativos tão utilizados durante o isolamento imposto pela Pandemia de Covid-19, e também a evolução das câmeras dos celulares”, comenta Fernando. As produções, em sua maioria, “estão com melhor enquadramento, iluminação, captação do som, edição e atuação diante das câmeras”, detalha o coordenador do festival. Características que, quem acompanha o Filmaê, “certamente vai notar”, aposta Campos.

Categorias

A Mostra Competitiva Nacional do Filmaê premia 13 categorias. O Júri Oficial do Festival escolherá os melhores filmes em quatro gêneros: melhor filme de ficção, melhor documentário, melhor videoclipe e melhor filme experimental. O Festival premiará também o melhor filme de Brasília e o melhor filme na categoria sub-17 (para menores de 18 anos).

O público participante escolherá os filmes de sua preferência, dentre os finalistas, utilizando seis critérios no julgamento: melhor filme, melhor direção, melhor interpretação, melhor roteiro, melhor fotografia e melhor edição. A votação segue aberta até 21 de maio e os vencedores serão anunciados dia 28 de maio, na cerimônia de encerramento, quando receberão o Troféu Filmaê.

Além das mostras, o Festival também promove duas oficinas formativas, palestra e cria um ambiente de negócios. O que faz do Filmaê um espaço imersivo de troca de conhecimento entre jovens e experientes cineastas.

Programação

Oficina de Técnica de Vídeo e Foto +60

Com Tiago Esmeraldo

Local: Galpão das Artes - Espaço Cultural Renato Russo 508 sul

Dias e horário: 25 e 26 de maio, das 09 às 12h

Carga horária: 6 horas

Número de vagas: 30

Público: Pessoas com mais de 60 anos

 

Oficina Básica de Produção Audiovisual com Smartphones

Com Raimundo Quilombola

Local: Galpão das Artes - Espaço Cultural Renato Russo 508 sul

Dias e horário: 25 e 26 de maio, das 14h às 17h

Número de vagas: 30 vagas

 

Exibições

O 3º Festival Filmaê – Filmes Produzidos com Celular dá início ao seu programa de exibições na noite do dia 25, a partir das 19h, com a apresentação de filme e coquetel com a presença de realizadores locais e artistas. O evento, para convidados e convidadas, será realizado no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul).

 

As exibições seguirão o seguinte cronograma:

Dia 26/05: Mostra Competitiva 1, das 10h às 13h, no Teatro de Bolso

Dia 26/05: Mostra Competitiva 2, das 19h às 21h30, na Sala Marco Antônio

Dia 27/05: Mostra Internacional 1. das 14h às 16h, na Sala Marco Antônio

Dia 27/05: Mostra Competitiva 3, das 16h às 18h30, na Sala Marco Antônio

Dia 27/05: Mostra Competitiva 4, das 19h às 21h30, na Sala Marco Antônio

Dia 28/05: Mostra Competitiva 5, das 12h às 12h30, na Sala Marco Antônio

Dia 28/05: Mostra Internacional 2, das 13h às 14h30, no Teatro de Bolso

No final da tarde do dia 26, entre 16h e 18h30, na Sala Multiuso do Espaço Cultural, realizadores de mostras, produtores, agentes e elencos irão encontrar um ambiente propício para troca de experiências e prospectar novos negócios.

No final da manhã e início da tarde do dia 27, entre 10h e 13h, o Festival recebe Ana Arruda, realizadora do Festival Internacional de Curtas-Metragens Curta Brasília e pesquisadora do cinema em Realidade Virtual, para a palestra Realidade Virtual, Economia Criativa e Possíveis Futuros do Audiovisual. Ana é presença certa nos principais festivais e mostras de cinema europeus e brasileiros.

Em sua fala, Ana vai ilustrar caminhos possíveis, inspiradores e inovadores do audiovisual, mesclando cinema e tecnologia, e reforçando o importante papel das novas narrativas e novas mídias ao contribuírem para a formação de artistas, pesquisadores e profissionais da economia criativa, em especial - com destaque para a realidade virtual. Participantes receberão certificado.

A entrega dos Troféus Filmaê aos filmes vencedores desta 3ª Edição do Festival Filmaê – Filmes Produzidos com Celular ocorrerá na tarde do dia 28 de maio, a partir das 15h. E o Festival se despede com uma apresentação musical e em clima de festa e celebração ao formato de cinema de vanguarda que encontra em Brasília palco para sua valorização e divulgação.

O Filmaê, no mapa internacional dos festivais de cinema e cultura mobile desde 2018, quando da sua 1ª Edição, tem como compromissos revelar novos talentos, aproximar pessoas que utilizam dispositivos móveis como ferramenta de criação, democratizar a criação cinematográfica e inclusão, dado o micro investimento para a produção dos filmes.

Na presente edição estão previstas, em ambiente virtual na plataforma do Festival - filmae.com.br, a veiculação de podcasts e um blog sobre dicas para produção de filmes com dispositivos móveis, cultura móvel e mídias emergentes.

O Filmaê é uma realização da Memória Digital, em parceria com a Cartaz Criações e Projetos Gráficos, MeVer.com.br, Carvalhedo Produções e Coletivo Duca, e conta com os apoios do Projeto Paradiso, do Instituto Bem Cultural e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do GDF e patrocínio do FAC - Fundo de Apoio à Cultura do DF.

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