Criado para mapear a produção de artes plásticas do Distrito Federal, o Prêmio Transborda está de volta após um hiato de cinco anos com uma seleção de 15 artistas em exposição na Caixa Cultural. Este ano, o prêmio recebeu 343 inscrições e mais de mil obras foram enviadas à banca para avaliação. Entre os selecionados estão nomes como Clarice Gonçalves, Íris Helena, João Angelini, Luciana Paiva, José Roberto Bassul, Silvie Eidam e Romulo Barros.
Um júri formado por Agnaldo Farias (SP), André Severo (RS), Marília Panitz (DF), Marisa Mokarzel (PA) e Gleyce Heitor (PE) ficou responsável pela seleção. “Seguimos o princípio de procurar convidar curadores de diferentes regiões e dessa vez temos pessoas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, ou seja, de fato temos curadores das cinco regiões”, explica Virgínia Manfrinato, uma das idealizadoras do Transborda. Ela diz ainda que, pela primeira vez desde a primeira edição, realizada em 2015, foi possível alcançar artistas de 35 regiões diferentes do Distrito Federal e da Região de Integração e Desenvolvimento (Ride).
Este ano, também houve a preocupação em dar espaço para mais obras de cada artista e um investimento significativo em projeto educativo que ajude na formação de público. “Isso nos ajuda a ampliar o olhar para as artes do DF e entorno. Desta vez também estamos oferecendo um programa educativo que é uma ótima novidade. O arte educador Matias Monteiro está coordenando e teremos oficinas, ações digitais, palestras, conversas, uma programação bastante diversa”, explica Virgínia. “Quanto à seleção, buscamos dar espaço para mais obras de cada artista de forma que o público possa conhecer melhor suas pesquisas e não somente a exibição de uma obra por artista.”
Um dos destaques desta edição é a quantidade de inscrições registradas. Na edição de 2018, o prêmio contou com um total de 190 inscritos. É quase o dobro em relação à última edição do prêmio. “E percebemos uma maior permeabilidade do projeto chegando a uma maior amplitude de regiões. Na seleção, a curadoria levou isso em consideração”, avisa Virgínia.
Ela lembra que o Transborda não pretende ser um panorama completo da produção do DF e entorno. Uma exposição com apenas 15 artistas não seria capaz de abarcar tamanha diversidade. “O que teremos será um recorte que leva sim em consideração as regiões de origem dos inscritos procurando apresentar uma mostra diversa”, garante. No entanto, ela avalia a seleção como representativa de uma produção capaz de apresentar muitas camadas sociais, políticas, culturais e econômicas do DF e Entorno.
Entre os selecionados, há artistas de diversas gerações. Alguns nomes são mais conhecidos e têm uma carreira sólida na cena da arte contemporânea brasileira, caso de João Angelini, Clarice Gonçalves, Luciana Paiva e José Roberto Bassul. Outros, como Rafael Marques, criador do Vilarejo 21, estão construindo caminhos que envolvem não apenas a própria produção mas perspectivas coletivas. E há ainda veteranos, como a potiguar Severina Gonçalves, 83 anos, radicada em Brasília desde 1985 e conhecida por criar bichinhos com materiais coletados no lixo.
Transborda Brasília - Prêmio de Arte Contemporânea 2023
Visitação até 30 de julho, de terça a domingo, das 9h às 21h, nas Galerias Principal e Piccolas I e II, na Caixa Cultural (SBS - Quadra 4 - Lotes ¾)
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