Música

Xande de Pilares lança o primeiro bloco do DVD 'Esse menino sou eu'

O bloco 'Alô bateria', é o primeiro do novo álbum 'Esse menino sou eu' e segundo da carreira solo do sambista

Davi Cruz*
postado em 12/05/2023 19:43
 (crédito: Bruno Henrique/Divulgação)
(crédito: Bruno Henrique/Divulgação)

Xande de Pilares lança nesta sexta-feira (12/5), em todas as plataformas musicais, o bloco Alô bateria, primeiro do novo álbum Esse menino sou eu. O trabalho, segundo da carreira solo do sambista e gravado no Morro da Urca (RJ), conta com a participação do grupo brasiliense Menos É Mais na canção Dona dos meus sonhos / É diferente.

Entre as 21 faixas, o DVD conta ainda com a participação do cantor Belo em Preciso te amar / Coração radiante e Compasso do amor/ Coração blindado. Já Arlindinho divide voz com Xande nas canções Show tem que continuar e Jogo de sedução. As regravações das músicas Saudade do amor, Só vai de camarote / Mulher traída, Clareou, Tá escrito, Deixa acontecer / Medo de amar, Faixa amarela /Brincadeira tem hora e Sina finalizam a lista de repertório deste bloco. O trabalho é dirigido por Leandro Sapucahy e a direção executiva de Sérgio Marques.

Recentemente, o cantor participou de Prazer de viver, o novo lançamento de Karinah, uma das principais personagens femininas do samba. A música é a segunda faixa do álbum Aglomerou, previsto para o dia 19 de maio. Vale lembrar que Leandro Fab e Carlos Caetano também participaram da produção musical.

Entrevista // Xande de Pilares

Como estão as suas expectativas para o lançamento deste novo trabalho?
São as melhores, inclusive estou um pouco ansioso e ao mesmo tempo animado. Tem muita energia envolvida nesse novo trabalho e é sobre uma coisa que me dá muito orgulho, que é a minha história de vida. Eu queria ser apenas um compositor, aí Deus me dá a oportunidade de cantar, de atuar. Então cada novo trabalho que eu lanço, eu fico muito feliz, porque a gente entra na casa das pessoas com o nosso trabalho, então a minha expectativa é a melhor possível.

Aqui em Brasília, temos passado pelo crescimento expoente do pagode, um desses casos é o Grupo Menos é Mais. Você acha importante essa descentralização do pagode para outras regiões além do sudeste do país?
Bom, toda vez que eu sou entrevistado sobre isso, eu costumo dizer que o samba não é só do Rio de Janeiro ou de São Paulo. O samba é brasileiro. Então, às vezes, você vai num ambiente que é só de forró, como é o caso do nordeste que é o pai do forró, sempre tem alguém lá tocando samba, no Rio Grande do Sul também, tem sambista por todo lado. Não me surpreende nada quando algum grupo aparece cantando samba numa cidade que não seja o Rio ou São Paulo. Clara Nunes veio de Minas Gerais, Alcione veio do Maranhão, Roberto ribeiro, Campo de Goytacazes. Então eu acho que o samba é do Brasil e eu posso até dizer que ele é mundial. Sabe aquela árvore que ninguém consegue quebrar e tudo acontece em volta dela? O samba é assim. Toda hora parece uma novidade musical e o samba continua ali.

Qual é a sua relação com Brasília? Como você sente o público da capital?
A minha relação com Brasília começou oficialmente em 2002, através da música Grades do coração, que fui tocar no Pistão Park Show. Nunca tinha tocado para um público daquele, a gente tocava no máximo para 2.500 pessoas. Aí eu chego em 2002 e vejo aquele mundaréu de pessoas, a primeira pergunta que eu fiz foi: Quantas pessoas cabem aqui? Nós fizemos um show para mais de 15.000 pessoas. Depois fizemos um no Minas que marcou também com uma guerra de lata de cerveja cheia e que colocaram o nosso apelido de "Revelatinha", porque a cerveja estava quente. Eu não tenho nada a reclamar de Brasília e só posso agradecer que até hoje, quando vou à Brasília, sempre sou muito bem recebido. Então pode botar a carne para queimar e deixar tocando.

Queria que você falasse um pouco sobre a nova geração de pagodeiros que tem chegado a um tempo, como Ferrugem, Dilsinho e tantos outros. Você acha que eles têm agregado na questão de maior visibilidade para o cenário do pagode?
Eu já passei por esse processo de ser a nova geração, como tenho meus ídolos, que eu acho que o mais bonito disso é o reconhecimento do trabalho que você faz. E esses caras estão tirando a onda deles aí, mostrando o motivo de valer a pena tentar, tocar na noite, passar pela noite. Todos esses são bem talentosos e acho que, por merecimento, eles estão fazendo muito sucesso. Então isso para mim é uma coisa legal, porque vai completando a história, que se confunde toda hora do samba e pagode. Mas, para mim, não existe samba e pagode, existe samba. O pagode é um é um ambiente que a gente vai cantar samba. O pagodeiro é aquele que frequenta o pagode, não é quem toca. O sambista toca para o pagodeiro poder dançar, beber e paquerar. Também acho que as meninas precisam ter mais espaço, ainda há machismo no samba e a gente tem muitas meninas, que merecem uma oportunidade nesse cenário todo.

Quais são as suas ambições futuras com a música, em relação a lançamentos, colaborações e shows?
Bom, a minha ambição no samba e na música em geral é ter o reconhecimento que Candeia tem, que o Cartola tem, que o Noel tem. Quando não estivermos mais por aqui, sermos lembrados pelo bom trabalho. Eu valorizo muito o trabalho, eu não ligo muito pra essa coisa de ser famoso ou ser rico. Quero que o meu trabalho seja reconhecido, eu não quero ser mais um que passou só querendo fazer sucesso depois some. Eu sou de uma família de cantores e músicos, só que lá atrás eles não tiveram a oportunidade que eu tive.

*Estagiário sob supervisão de

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