A cantora, compositora e escritora Rita Lee, que morreu nessa segunda-feira (8/5), aos 75 anos, adquiriu repulsa por Alice Cooper, a quem tinha como ídolo até assistir ao show do norte-americano no Anhembi, em São Paulo, em 1974. O relato da perda da fé pelo artista está presente no livro “Rita Lee: uma autobiografia” (2016, Globo Livros, 296 páginas).
No primeiro show de Alice no Brasil, Rita diz que de fã passou “a futura assassina”. “Tudo porque uma hora lá ele entra no palco chacoalhando violentamente uma cobra e depois de fazer seu número de fodão, atira a bichinha no chão e a pisoteia. (...) A sentença de morte na minha cabeça já estava escrita: “Alice Cooper filho-da-p***-do-cara***-da-porra-motherfucker-fucking-bitch! No more Mr. Nice Guy pra você também, seu bosta!”, recorda, citando uma música do cantor.
Para se certificar que houve mesmo maus-tratos à cobra, Rita, conta, entrou de penetra no backstage do show, enquanto a apresentação ainda acontecia no palco. “Nessas avistei o contrarregra com a cobra enrolada no pescoço, tipo acalmando a pobre. (...) Perguntei se Cooper demonstrava algum sentimento nobre pela criatura depois de usá-la daquela maneira estúpida, e ele confirmou minha suspeita: o cara era mesmo um filho-da-p***-do-cara***-da-porra-motherfucker-fucking-bitch”, afirma.
Ela diz ainda que, junto com o tal roadie, “um inglês chamado Andy Mills”, fugiu de lá “levando gaiola com a jiboia e de quebra outra jiboinha bebê que seria treinada também para atuar nas micagens grotescas do canalha”.
Rita levou as duas cobras para uma “casinha de vila”, onde morava.
Morte de Rita Lee
Rita Lee morreu nessa segunda-feira (8/5), aos 75 anos, na casa dela, em São Paulo.
O velório será aberto ao público no Planetário do Parque Ibirapuera, nesta quarta (10/5), das 10h às 17h.
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