A Casa Thomas Jefferson, um Centro Binacional Brasil-Estados Unidos, sem fins lucrativos fundado em 1963, completou 60 anos e para celebrar, recebeu convidados que fizeram parte da trajetória da instituição para prestar as devidas homenagens. O evento recebeu ex e atuais alunos da instituição, membros do corpo diretivo e do conselho cultural, integrantes do corpo diplomático dos EUA, como o Ministro Conselheiro da Embaixada e Consulados dos EUA, Douglas Koneff, e convidados que construíram essa trajetória de seis décadas.
A instituição de ensino teve um papel importante em Brasília ao longo dessas seis décadas e foi tema de reportagens no Correio Braziliense em diferentes situações. No ano de 1963, o Correio destacou a escola como inovadora no quesito treinamento oferecido aos primeiros professores, quando teve a 1ª unidade inaugurada. Na época, a instituição tinha Dorothy Pond como Diretora e Norma Corrêa Meyer como a primeira professora de ensino.
A instituição tem como principal objetivo promover o intercâmbio cultural entre os dois povos do continente americano: o Brasil e os Estados Unidos, e assim tem feito por 60 anos. A primeira Casa Thomas Jefferson começou a funcionar em 1º de fevereiro de 1963 na W3 Sul, na 510. E, na primeira turma, estava Levi Berlim. Aos 12 anos de idade, ele pediu ao pai para estudar naquela nova escola, foi atendido e mergulhou fundo na vivência americana.
Em um intercâmbio, além dos estudos, ele aproveitou as aptidões físicas e entrou na equipe de natação da escola, a Seabreeze High School. “Depois fui para o atletismo. Corria 400m e 800m, competia. Então foi um ano de integração total com a vida americana, o que é muito diferente de você viajar, ficar no hotel, passear. Quando você vive com uma família americana, você sente o que são os EUA”, destaca Levi.
De volta ao Brasil, conseguiu um emprego na Polícia Federal. “Fui tradutor da Interpol [Organização Internacional de Polícia Criminal] por um período, onde conheci minha esposa. Então eu devo à Thomas até o meu casamento”, brinca Levi, que se formou em engenharia elétrica pela Universidade de Brasília (UnB) e ingressou como funcionário do Banco Central.
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Levi mostra ter apreço pela instituição de ensino e fez questão de celebrá-la com a família. O funcionário público teve 4 filhos e todos foram alunos da escola. “Ensino é algo que levamos conosco a vida inteira. Meus filhos continuaram com isso e agora tive essa sorte de ter os meus netos estudando aqui. Minha caçula foi morar no Canadá ajudada pelo bom inglês, tenho um netinho de sete anos que já fala inglês”, pontua Levi sobre a importância da língua inglesa, e complementa: “Tudo que aconteceu com a minha família está misturado com a Thomas”.
Livro: 60 anos da casa Thomas Jefferson
Durante o evento, houve o lançamento do livro 60 anos Casa Thomas Jefferson. Em quase 200 páginas, a obra apresenta de forma lúdica os detalhes da jornada da instituição desde o fim dos anos 1950, antes mesmo da inauguração de Brasília, com uma sequência de visitas oficiais de representantes do governo dos Estados Unidos à futura capital, incluindo o então presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, e a intenção de instalar aqui o Serviço de Divulgação e Relações Culturais e um Centro Binacional.
Com uma linha do tempo destacando os principais acontecimentos da instituição. A diretora-executiva Lucia Santos, falou sobre a história da escola se misturar com a história de Brasília. “Nós começamos em 1963, isso quer dizer que a gente cresceu com Brasília, nós somos de Brasília! É um fato histórico para a gente estar completando 60 anos, a cidade é jovem e a Thomas também é jovem, apesar de ter 60 anos, nós inovamos todos os dias e seguimos buscando novas metodologias para cultivar o desenvolvimento dos professores de todos os colaboradores para que a gente consiga sempre perto do que o mercado exige”.
Sobre o evento, a diretora definiu a celebração como representação do amor que a instituição desperta em colaboradores e alunos. “Hoje é um dia super importante. Vejo pessoas e alunos que iniciaram com a gente em 1963, vejo alunos meus com mais de 80 anos. Estou aqui há 41 anos. A energia é contagiante. Se você conversar com qualquer colaborador da Thomas, vai ver o brilho nos olhos, porque todos nós temos orgulho dessa instituição. Essa instituição não tem dono, é sem fins lucrativos, então todos nós somos donos e tratamos a Thomas com todo o carinho e muita paixão”, afirma Lucia.