Depois de um domingo de folga, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retoma, nesta segunda-feira (24/4), sua agenda oficial em Portugal. Um dos momentos mais esperados é a simbólica entrega do Prêmio Camões ao cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, que ocorre com um atraso de quatro anos. O ápice ficará por conta do artista, que fará um show durante a cerimônia.
Chico recebeu a condecoração em 2019, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), que se recusou a assinar o documento de entrega da honraria. O prêmio, que vale cerca de R$ 560 mil, é repartido pelos governos de Portugal e do Brasil. O artista, que é apoiador de Lula, chegou a dizer, na época, que “a não assinatura do Bolsonaro no diploma é, para mim, um segundo prêmio Camões”.
O prêmio, instituído em 1988, tem como objetivo consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto da obra, contribuiu para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural de nossa língua comum. O júri justificou a escolha de Chico Buarque por sua “contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa”.
A cerimônia ocorrerá no Palácio Nacional de Queluz — onde nasceu e morreu o imperador D. Pedro I, em Sintra, a 14km do hotel em que Lula está hospedado — na véspera da data comemorativa nacional da Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura de Antônio Salazar, em 1974.
Antes da festividade, o presidente terá uma agenda cheia. Ele participa, pela manhã, do Fórum Empresarial Portugal, em Matosinhos. O encontro contará com cerca de 200 empresários dos dois países. Na abertura do evento, haverá a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.
O presidente ainda irá a Alverca, sede da empresa Ogma (Indústria Aeronáutica de Portugal), que tem parceria com a Embraer. Lula fica no país até amanhã, quando embarca para Madri, na Espanha. Um dos principais desafios de Lula nessa viagem é destravar o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia (UE) na área agrícola, que vem sendo negociado há mais de duas décadas.