Uma das maiores joias da música portuguesa agracia o público de Brasília com as músicas que têm conquistado o mundo. Maro toca nesta segunda-feira (24/4) no Clube do Choro e, nesta terça (25/4), na Infinu Cultura criativa, o repertório da turnê do recém-lançado álbum Hortelã. Um show de três violões que passará por cinco cidades brasileiras e só terá sessão dupla na capital.
O que pode justificar a vinda a Brasília mais longa é uma boa experiência com a cidade. "Toquei em Brasília em 2019 e foi incrível… público maravilhoso. Venho desde aí com vontade de voltar!! Estou muito empolgada, vai ser especial", pontua a cantora ao Correio. Os ingressos custam R$ 50 tanto no Clube do Choro quanto na Infinu.
Vencedora do festival da canção de Portugal, a artista lisboeta representou o país em uma das competições de música mais importantes do mundo, o Eurovision. Ela ficou entre os 10 primeiros colocados com a faixa Saudade, saudade e viu a influência internacional crescer exponencialmente, tendo tocado em alguns dos maiores palcos do mundo.
"É bonito ver os frutos do que tenho feito mas continuo com a mesma vontade de seguir focada em fazer o que amo e me realiza", afirma a cantora que, recentemente, foi produzida por Quincy Jones e pouco antes de vir para o Brasil estava gravando o programa NPR Tiny Desk, uma das principais vitrines para novos artistas no YouTube.
Dona de uma voz única e uma lírica impecável, Maro tem uma carreira relativamente recente. Os primeiros lançamentos datam de 2018, um ano depois da cantora e multi-instrumentista se formar na Berklee College of Music, uma das faculdades mais conceituadas em música do mundo, localizada em Boston. Os pouco mais de cinco anos de carreira, no entanto, foram tão produtivos que parecem muito mais. Foram sete álbuns neste período, cinco apenas no primeiro ano da trajetória como musicista, o último foi lançado no dia 7 deste mês e é o disco que dá nome à turnê.
A produtividade para Maro é natural de acordo com artista. As canções vem quase de forma orgânica, parecem chegar para ela. "As músicas vão surgindo sem pressão, então o processo criativo é relativamente descolado do momento do lançamento, acaba sendo sempre tranquilo", explica a cantora, que gosta de estar sempre compondo e lançando. "Há uma parte de mim que gosta desse lado mais pragmático e organizado", conta.
O novo disco que traz para as apresentações de Brasília veio menos de um ano depois do anterior, o trabalho completamente em inglês can you see me?. Hortelã é mais íntimo e é arranjado em três violões. Cheio de sentimento, o disco é simples e complexo, pequeno e grande, tudo ao mesmo tempo. Este processo de falar o que sente é a música da Maro. "Funciono assim, quando sinto coisas bonitas, feias, felizes, tristes — o que seja — acabo por encontrar na música uma maneira de exprimir e resolver o que mora dentro", reflete a cantora. "Este álbum foi igual… foi acontecendo naturalmente", adiciona.
No aspecto técnico, ela sente que não mudou tanto para este disco. "Desde os meus primeiros trabalhos que vivo muito o som mais acústico. Esse não difere, nesse sentido", argumenta a cantora, que dá os créditos para os violonistas que a acompanham na gravação do disco e o acompanham na turnê. "O que é mais diferente e especial neste álbum especificamente é o som e personalidade que o Pau Figueres e Dario Barroso trazem ao que escrevi", enfatiza.
Segunda casa
Esta nova passagem de Maro no Brasil atesta o amor da portuguesa pelo país. Diferentemente de outros artistas estrangeiros, a paixão que ela tem pelo Brasil não é exclusivamente pelos shows que fez no país, vem de bem antes. "Eu cresci mergulhada na música brasileira. Desde que nasci os músicos brasileiros fizeram parte da minha relação com a música, com a vida. O resto foi acontecendo", lembra a cantora que consolidou a paixão. "Vim pela primeira vez em 2019 e acabei por conhecer gente, fazer amigos, encontrar família. A vontade de voltar e voltar ficou maior…", conclui.
Aos poucos, a cantora foi criando raízes culturais nas terras brasileiras. Além de esgotar shows em várias cidades diferentes, nesta passagem serão São Paulo, Curitiba, Ilhabela, Rio de Janeiro e Curitiba além de Brasília; e fez parcerias com diversos artistas nacionais como Milton Nascimento, Julia Mestre, AnaVitória, Vitor Kley, Tó Brandileone e Pedro Altério. A relação com o Brasil é muito intensa. "Muito forte, parte de mim vai sempre viver aqui", diz.