Há pouco mais de 1 ano e meio, uma cantora que havia feito relativo sucesso com a banda Rosa Neon decidiu que era hora de sair em carreira solo. Marina Sena apostava em falar o que acreditava em um disco que ia do indie ao pop chamado De primeira. O nome do disco fez sentido, afinal, o sucesso foi de primeira. Esta semana, a trajetória de Marina ganha um segundo capítulo com o lançamento do álbum Vício inerente, que em 12 músicas, pretende ser tão profético quanto o anterior e viciar o público.
Marina Sena aposta em mudar o estilo e mostrar outras facetas da artista múltipla que é. "Quando estava fazendo o De primeira, sabia que ainda estavam faltando coisas que sou eu, mas ainda não sabia como mostrar para as pessoas", lembra a cantora, em entrevista ao Correio. Ela sente que vai além de tudo que já fez e quer dividir de forma completa a musicista que é com o público. "Estou doida para que as pessoas vejam que sou muito mais que o De primeira", anseia.
O disco passa pelo pop, mas caminha para vários lados distintos. Faixas que lembram o primeiro álbum dividem espaço com funk, hip-hop e até uma balada escrita para piano. Ela entrega um misto de referências e vivências. "Se eu estou escutando muito uma coisa, naturalmente e sem querer, vou fazer uma coisa que remeta ao que estou escutando", conta a cantora, que se denomina uma "esponja de personalidade gritante". "Eu tenho medo até do que vou escutar porque vou absorver. Não me mostra música ruim que eu absorvo", brinca.
O novo trabalho da artista chega após um ano extremamente produtivo e de colheita dos frutos de um grande sucesso. Marina tocou em todos os festivais possíveis nos últimos tempos. Lollapalooza, Rock in Rio, Planeta Brasil, Mita, Na Praia e até o dinamarquês Roskilde Festival foram alguns dos lugares por onde passou no pouco mais de um ano que está sob os holofotes. "Eu esperava tudo isso, mas não nessa velocidade. Duas indicações ao Grammy, apresentei categorias no prêmio. Vivi coisas surreais que só acontecem com quem tem a bunda virada para lua", afirma.
Nessa nova vida, teve que se mudar para São Paulo e se encantou com a cidade que diz ter conhecido de verdade por meio dos versos do disco Brime! de CESRV, Febem e Fleezus, o último presente como participação especial no álbum da cantora. "Eu escuto Brime! 24 horas, para mim, esse é o som de São Paulo. É Fleezus, é Febem, é Cesinha. Para mim, eles sintetizaram o sentimento do jovem trabalhador que sai na correria no metrô às 6h da manhã", conta. "Eles me apresentaram a São Paulo que eu gostei muito. Da galera que corre atrás e vai buscar o próprio sonho", reflete.
Marina não é diferente dessas pessoas que correm atrás dos próprios sonhos na correria do dia a dia e ela acha que dá orgulho para a Marina sonhadora do passado. "Eu acho que a Marininha do passado ia ser minha fã. Ela ia olhar e falar: 'quando eu crescer quero ser igual a essa menina'", comenta. "O tipo de artista que eu gostava era exatamente o tipo de artista que eu sou. Ousada, que brinca, que faz o que dá na telha e que tenta trazer novas sensações para as pessoas", acrescenta. "Sinceramente eu ia querer muito ser eu. Quando eu era criança era exatamente isso o que eu queria ser. Marininha ia amar tudo isso. Ela sempre quis ser famosa, o sonho dela era ser famosa", conclui.
Talento e autoestima
Um traço da gritante e muito engraçado da personalidade de Marina Sena é a autoestima. Para a cantora, ela chegou onde chegou por sempre ter acreditado e lutado, contando com uma sorte aqui e acolá. "Meu processo de autoestima é muito importante para mim porque tinha um tempo que eu só tinha ela. Não tinha dinheiro, não tinha contatos, não tinha queixo, eu não nasci em uma capital, eram todas as dificuldades possíveis. Pensei: 'o que eu tenho aqui em mãos?', autoestima e talento", recorda. "Foi minha autoestima que fez minhas coisas rodarem", completa.
Marina pode não ter certeza de nada, mas sempre continua tratando a capacidade artística que tem como um fato irrefutável. "Se uma pessoa falar que sou feia, eu vou questionar, mas até aceito. Porém, com relação a eu ser artista, não tenho dúvidas. Não é uma questão de autoestima, é uma questão de fatos. O que eu faço é bom mesmo, estou apenas falando a realidade", pontua a cantora, que não perde a piada: "Se uma pessoa falar que eu canto mal vou mandar ela limpar o ouvido. O problema é dela, deve ser uma pessoa triste. Porque se não está vendo a beleza é uma pena só para quem não enxerga".
Nesse processo já conhecido da própria autoestima, Marina aproveita para fazer previsões para o próprio futuro. "Assim como o nome De primeira foi profético, Vício inerente também é. É inerente às pessoas ficarem viciadas nele. Basta ouvir uma vez. Em pelo menos três músicas do disco você vai viciar, isso é óbvio, é fato", constata. "O disco vai bombar, vou viralizar no TikTok. Vai acontecer tudo vezes 10 mais na minha vida", complementa a cantora, que aproveita para vaticinar novas conquistas. "Esse ano eu ganho um Grammy, ano que vem toco no Coachella, vou fazer o meu show em todos os Rock in Rio que existirem", diz a cantora, que está confirmada no The Town fazendo um tributo a Gal Costa.
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Curiosidade
Curiosidade
O nome Vício inerente
já foi usado pelo diretor
Paul Thomas Anderson
em um filme lançado em 2014.
Marina Sena é fã do filme e do
diretor, mas não escolheu o nome
do álbum por esse motivo: "Tem a ver porque tem a ver, porque eu vi o filme e gostei. Mas não tem a ver, porque a ideia do disco é que é inerente ficar viciado. Além de eu achar esse termo lindo".