Entre 2005 e 2006, a novela mexicana “Rebelde” foi um fenômeno mundial entre as crianças e adolescentes, inclusive no Brasil. A banda RBD, que estourou na trama, continuou fazendo shows e lotando estádios até 2009. Agora, cinco deles estarão de volta para uma turnê de reencontro, “Soy Rebelde Tour”, e vão trazer de volta alguns sucessos que marcaram uma geração. O Estado de Minas conversou com três fãs da banda que acompanharam a carreira dos artistas desde o início e vão fazer "loucuras" para ver a banda pela última vez.
Do grupo original, apenas cinco deles estarão de volta aos palcos: Anahí, Christian Chávez, Christopher von Uckermann, Dulce María e Maite Perroni. Enquanto Alfonso Herrera decidiu não se envolver no projeto, por razões pessoais. No total, a banda fará 53 apresentações que se iniciam em 25 de agosto, nos Estados Unidos, e encerra dia 17 de dezembro na Cidade do México. No Brasil, o grupo passará por São Paulo e Rio de Janeiro para oito shows, em novembro.
Dessas apresentações, 14 delas o empresário de Belo Horizonte, Felipe Abreu Camargos, de 31 anos, vai estar presente - 8 no Brasil e outras 6 no exterior. Segundo ele, é a única chance que tem de reviver sua infância e adolescência de um grupo que acompanhou por anos. “É a oportunidade de voltar alguns anos da minha vida e lembrar de uma época que eu fui muito feliz. E também por saber que vai ser um momento único, isso jamais vai acontecer de novo, então a hora é agora”, conta, ao Estado de Minas.
Do mesmo modo, a médica Mariana Rodrigues de Souza, de 24 anos, que é de Porto Alegre (RS), também decidiu ir ao máximo de shows que pode e, por isso, ela vai nas oito apresentações que a banda fará no Brasil. “Sempre tive na minha cabeça que eu iria em todos que tivessem no Brasil, mas não imaginei que teriam oito, já que inicialmente anunciaram dois. Isso é o que eu mais esperei a vida inteira, então não vou perder a oportunidade. Acho que eu não me sentiria tranquila de saber que está rolando um show do RBD no país e não vou estar lá”, ressalta.
Ela continua: “Até porque eu não acho que vá acontecer de novo uma turnê do RBD. É uma oportunidade única que eu espero há tanto tempo, consumindo RBD todos os dias da minha vida, acho que mereço finalmente aproveitar ao máximo essa experiência.”
É esta mesma inquietação de fã que também fez o youtuber Rafael Godoi, de 28 anos, dormir na fila dos estádios para poder adquirir todos os oito ingressos para os shows da banda no Brasil. “Nessa fila das últimas datas anunciadas, eu fiz uma cirurgia aberta da vesícula e os ingressos foram vendidos 15 dias depois, então eu ainda estava com os pontos e passei a noite lá”, explica ele.
“Eu dei graças a Deus que tem mais data nos Estados Unidos do que aqui no Brasil. Eu me conheço, sei que quanto mais datas marcassem aqui eu iria querer ir em todas e maior seria meu desafio. A princípio marcaram duas datas, mas eu queria pelo menos quatro nem que eu tivesse que sair do país”, acrescenta.
Paixão pelo RBD vem da infância
Toda esta paixão pelo RBD veio de uma época em que começamos a formar nossa personalidade e buscamos por identidades. Neste caso, o grupo de seis pessoas completamente diferentes foi uma grande inspiração para milhares de pessoas.
Apesar de não se conhecerem, Felipe, Mariana e Rafael têm em comum a razão pela qual a banda se tornou grande parte de suas vidas. Todos eles tinham - e alguns ainda têm - uma coleção de itens da banda que vão desde revistas e pôsters até caderno, mochila e identidade falsa com a foto dos integrantes. Eles explicam de onde surgiu essa conexão.
Felipe, por exemplo, conheceu alguns integrantes antes mesmo do início da novela, quando tinha 7 anos de idade. “Acompanho o RBD desde 2005. Eu já era fã da Anahí (de outros papéis antes) e o Christopher eu conhecia eles antes da novela, comecei a assistir ‘Rebelde’ por causa deles. Depois me aproximei mais, aprendi a falar espanhol. Em 2013 me mudei para o México para estudar artes e lá tive uma convivência maior com a Dulce, o Christian e a Maite. Assisti muitas gravações de novelas deles, programas de televisão”, relembra o empresário.
Ele conta o que mais admira na banda, que o fez se apaixonar por eles: “Essas mensagens deles de que ser rebelde não é infringir as regras. Ser rebelde é lutar pelos nossos sonhos, pelo que a gente acredita. É ser fiel com nós mesmos, ser autêntico e não deixar de acreditar nos nossos sonhos porque tudo que a gente quer acontece. Eles sempre trouxeram essas mensagens para a gente e também pela magia deles, juntos eles têm um carisma, uma magia inexplicável.”
Mariana, que conheceu a banda em 2006, aos 7 anos, já que seu pai não a deixava assistir a novela, também destaca as mensagens deixadas pelo grupo. “O RBD tinha tudo para ser algo passageiro, mas foi algo que extrapolou o propósito inicial principalmente pelo fato deles terem seis pessoas muito diferentes entre elas. É impossível você não se identificar com um deles porque cada um tem um jeito muito particular e eles se tornaram esse grande fenômeno por terem juntado seis pessoas que construíram uma coisa jamais vista”, diz.
Segundo a médica, tudo isso cativou ela desde o momento que conheceu a banda: “Acho que eu me apaixonei foi justamente isso, a diferença de cada um deles, o quanto cada um tinha mensagens bonitas ao longo do RBD nos discursos que eles tinham, as pessoas incríveis que todos aparentam ser, a energia que eles demonstraram juntos nos shows é algo de outro mundo, parece que eles foram destinados a se encontrarem e estarem juntos como banda.”
Para Rafael, o sentimento é o mesmo já que a banda entrou em sua vida por volta dos 10 anos. “O RBD me constituiu como pessoa, meu caráter, as pessoas que me cercam, trouxe amigos, affairs. Deles eu tirei inspiração para realizar todos os meus sonhos, buscar tudo aquilo que sempre acreditei e graças a esse incentivo consegui muita coisa, me tornou a pessoa que sou hoje. É por isso que não vejo a hora de chegar o show”, aponta.
“Yo siempre he estado aquí”
Como diria a música lançada pelo grupo em 2021, “Yo siempre he estado aquí, yo nunca te olvidé. Porque un amor tan grande no se va, no se fue (Eu sempre estive aqui, nunca te esqueci porque um amor tão grande não vai embora, não foi embora)”. E assim continuou o amor dos fãs pelo grupo mesmo após o anúncio do fim, em 2009, com a turnê do ‘Adeus’.
Na época da separação, os três - que foram em todos os shows do grupo no Brasil - contam que se sentiram arrasados. “Eu fiquei muito triste, pensei que nunca mais teria a oportunidade de ver eles de novo. Nunca mais mesmo, jamais pensei que eles pudessem se juntar novamente”, afirma Felipe. “O meu mundo caiu. A turnê do adeus foi literalmente um funeral, saí em depressão e com medo deles não aparecerem mais”, ressalta Rafael. “Eu ainda era muito pequena na época para entender bem o que isso significava, mas lembro de ter ficado bem chateada quando soube que tinha acabado”, relembra Mariana.
Apesar disso, cada um seguiu seu caminho e os próprios fãs continuaram acompanhando a carreira solo de cada um dos integrantes. Eles ainda tiveram a oportunidade de realizar o sonho de conhecer pessoalmente alguns de seus ídolos. “O Christian eu conheci no Rio de Janeiro, depois do grupo. Maite também conheci em um pocket show em Belo Horizonte, mas acompanhei muito ela em gravações de novelas no México. O Christopher em uma premiação no México. A Dulce conheci porque eu fiquei amigo da irmã dela e nós fazíamos parte de uma fundação que cuidava de crianças com câncer no México e ela nos apresentou em uma dessas visitas no hospital. O Poncho conheci em BH também”, conta Felipe.
“Eu fui ao show solo de todos. A Anahí veio em 2009, 2010 e 2011 na turnê em São Paulo e Rio de Janeiro. A Dulce a última vez que ela esteve no Brasil foi em 2017, ela fez uma turnê em SP, RJ, Curitiba e Porto Alegre e eu também fui em todos. O Christian veio muitas vezes, ele morou no Brasil em 2012 para participar de um programa do SBT. A Maite veio algumas vezes e a última foi em 2017 também. O Alfonso veio, não fez shows, mas fez meet. Ele veio uma única vez musicalmente e as outras ele veio para coisas relacionadas à atuação, veio com a Netflix para gravar o Sense 8 na Parada Gay, esteve também na Comic Con. O Christian e a Maite também encontrei no México”, detalha Rafael.
Enquanto Mariana também teve suas experiências com os integrantes da banda. “Fui em shows solo, da Dulce em 2014 em Porto Alegre, da Maite em 2014 em São Paulo, aí em 2017 quando voltaram, fui em show e convivência com a Dulce, do Christopher, do Cristian. Tirei foto com os quatro porque foram eles que eu consegui ter meet e convivência até hoje. Faltam a Anahí e o Poncho, que espero um dia conseguir também”, aponta.
Esperança pela volta
Segundo os fãs do grupo, por muitos anos eles acharam 'impossível' a ideia de um reencontro, como Mariana. "Foi uma coisa sem explicação. Para a gente que acompanha de perto tudo foi uma construção desde 2019, quando teve aquele reencontro na casa do Poncho, lá foi uma coisa de outro planeta. Porque hoje em dia eles nem se seguiam no Instagram, a maioria não tinha contato algum", diz ela.
"Quando apareceram aquelas fotos deles juntos foi surreal. Eu lembro que era véspera de ano novo e eu só chorava e pensava que não podia ser real. Depois vieram as músicas, até que em 2020 teve a live, sem a Dulce e o Poncho, mas já foi um presente gigante. Me senti muito feliz, realizada e grata por estar sempre aqui, assim como diz a música", completa.
Para Felipe, o anúncio com mais de 50 datas de shows foi o que realmente surpreendeu. "Passamos todos esses anos ouvindo que eles tinham se cansado, que enfrentaram maratonas, que eles não tinham tempo para descansar, dormir, eram shows consecutivos, então tínhamos a ideia que se eles fizessem algo seria no máximo 5 shows - 3 no México e 2 no Brasil. Então marcarem 50 shows, isso sim foi muito chocante, tive um pré-derrame", brinca.
"Esse foi um dos sonhos que eu jamais pensei que pudesse viver novamente porque cada um deles seguiu caminhos completamente diferentes. A Anahí mesmo largou tudo e foi cuidar da família, o Cristian está se dedicando a uma série de televisão, Maite também largou a música. Então pensei que nunca fosse ver eles juntos de novo, é uma sensação de nostalgia e de poder parar o tempo e voltar naquela época que a gente não tinha preocupação", conta Felipe.
Ansiedade para o show
Agora é aguardar para ver a banda reunida novamente no Brasil, que só começa em 9 de novembro, no Rio de Janeiro. Até lá, a ansiedade só aumenta.
“Bate uma ansiedade cada vez que eu me lembro. A ficha não cai, parece brincadeira falar que eu vou em oito shows do RBD e vou ver eles juntos novamente. Por mais que eu tenha ido quando eu era criança ou no show deles individualmente, a experiência vai ser muito diferente agora de ver eles juntos, com maturidade, e também a experiência que eu tenho hoje vai ser surreal. Bate um nervoso, muita felicidade, vai ser a realização do melhor sonho possível”, comemora Mariana, que quer muito ouvir ao vivo as músicas “Y No Puedo Olvidarte”, “Ser o parecer” e “Rebelde”.
Rafael, que quer ouvir pessoalmente as canções “Me voy” e “Que hay detrás”, conta que o segundo semestre do ano será voltado para os shows do RBD. “Os shows começam nos Estados Unidos, então vai ser uma tortura. São muitos shows lá e eu vou ficar aqui esperando. Quando começarem estes shows lá vou ficar muito ansioso, muito mal. Mas eu aprendi a apreciar a ansiedade, porque o momento passa tão rápido. Vão ser duas semanas de shows no Brasil, mas passa muito rápido”, ressalta.
Assim como Felipe, que sonha com o momento de cantar com a banda a música “Trás de mi”, viver esse momento será mais do que especial e por isso não vê a hora. “Vai ser incrível poder viver uma loucura diferente com eles juntos. Quando tinha a banda eu tinha por volta dos meus 14, 15 anos. Então eu não tive oportunidade de fazer muita loucura, por isso vou atrás deles (em 14 shows)”, reforça.
Y Soy Rebelde Tour Brasil
RIO DE JANEIRO
Data: 10 de novembro (sexta-feira) - ESGOTADO
11 de novembro (sábado) - ESGOTADO
Horário do show: 20h30
Local: Estádio Nilton Santos - Engenhão
Endereço: R. José dos Reis, 425 - Engenho de Dentro, Rio de Janeiro - RJ
Classificação etária: 14 anos. Menores de 06 a 13 anos, apenas acompanhados dos pais ou responsáveis legais.*
*Sujeito a alteração por Decisão Judicial.
SÃO PAULO - ESTÁDIO DO MORUMBI
Datas: 12 de novembro (domingo) - ESGOTADO
13 de novembro (segunda-feira) ESGOTADO
Abertura dos Portões: 16h
Horário do show: 20h
Local: Estádio do Morumbi
Endereço: Praça Roberto Gomes Pedrosa, 1 - Morumbi, São Paulo - SP
Classificação etária: 14 anos. Menores de 06 a 13 anos, apenas acompanhados dos pais ou responsáveis legais.*
*Sujeito a alteração por Decisão Judicial.
SÃO PAULO - ALLIANZ PARQUE
Datas: 16 de novembro de 2023 (quinta-feira) - ESGOTADO
17 de novembro de 2023 (sexta-feira) - ESGOTADO
18 de novembro de 2023 (sábado) - ESGOTADO
19 de novembro de 2023 (domingo) - ESGOTADO
Abertura dos Portões: 16h
Horário do show: 20h
Local: Allianz Parque
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 1705 - Água Branca, São Paulo - SP
Classificação etária: 14 anos. Menores de 06 a 13 anos, apenas acompanhados dos pais ou responsáveis legais.*
*Sujeito a alteração por Decisão Judicial.
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