Cinema

É Tudo Verdade: documentário sobre aborto leva principal prêmio do festival em 2023

A diretora aborda a própria gravidez, que teve início na pandemia da covid-19, mas acabou sendo interrompida

Agência Estado
postado em 23/04/2023 14:04
 (crédito: É tudo Verdade/ divulgação)
(crédito: É tudo Verdade/ divulgação)

Incompatível Com A Vida, filme de Eliza Capai, foi o grande vencedor do festival É Tudo Verdade em 2023, levando a categoria de "Melhor Documentário da Competição Brasileira: Longas ou Médias-Metragens", além do troféu É Tudo Verdade e do prêmio de R$ 20 mil.

A diretora aborda a própria gravidez, que teve início na pandemia da covid-19, e a qual estava registrando com a câmera, mas acabou sendo interrompida. Eliza se encontra com outras mulheres que passaram por abortos e conversa sobre temas como vida, morte, luto e políticas públicas.

O júri destacou a "coragem de mergulhar de maneira pessoal e poética num tema delicado e urgente , trazendo à luz a realidade de muitas mulheres e a urgência da discussão sobre direitos reprodutivos no Brasil". Incompatível Com A Vida ainda ganhou o Prêmio EDT (Associação de Profissionais de Edição Audiovisual) de Melhor Montagem (Longa-metragem).

O prêmio internacional ficou com Confiança Total, representante de Alemanha, Holanda e China, dirigido por Jialing Zhang. Segundo a sinopse, com base na situação da China, "explora as mudanças de comportamento sociais causadas por uma sociedade que tudo vê e a luta das pessoas contra o abuso do poder estatal".

Curta-metragens - É Tudo Verdade

Mãri-Hi - A Árvore do Sonho, de Morzaniel Iramari Yanomami, com uma abordagem poética sobre ensinamentos de povos originários e da floresta a partir do desabrochar de flores de uma árvore, levou na categoria de curtas da competição brasileira. Na internacional, Ptitsa (Polônia/Ucrânia), história passada na pandemia de Covid-19 que retrata os lares de uma professora de piano e sua filha adulta, pintora, dirigida por Alina Maksimenko, venceu.

O festival É Tudo Verdade 2023 contou com homenagens a Humberto Mauro (1897-1983) e Jean-Luc Godard (1930-2022), e teve espaço em salas de cinema de São Paulo e Rio de Janeiro, entre 13 e 23 de abril. O júri da competição brasileira foi composto pela atriz e diretora Ana Petta, o jornalista José Geraldo Couto e o diretor Paulo Henrique Fontenelle. Já o júri da competição internacional foi formado pela documentarista dinamarquesa Camilla Nielsson, o diretor polonês Pawel Lozinski e a cineasta argentina Virna Molina.

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