Homenagem à pianista Neusa França leva música para a 305 Sul

A Casa do Piano faz, nesta sexta (21/4), uma homenagem à pianista que criou o Hino de Brasília e ajudou a formar boa parte dos pianistas da cidade

Nahima Maciel

postado em 21/04/2023 14:45 / atualizado em 21/04/2023 14:50

(crédito: Casa do Piano)

A Casa do Piano vai realizar uma homenagem à professora e pianista Neusa França na tarde desta sexta-feira (21/4), às 16h. O pilotis do prédio no qual a musicista e compositora morava, o bloco J da SQS 305, foi transformado em espaço de recital com um piano e cadeiras para que o público possa assistir. Vários pianistas da cidade foram convidados a se apresentar. Entre eles estão Dib Franciss, Alexandre Romariz, Toninho, José Mendes, Thalles Silva, Soledad Arnaud e a cantora lírica Elisa.

Uma das fundadoras da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e pioneira do ensino do piano em Brasília, responsável pela formação de boa parte dos pianistas da cidade, Neusa França foi também a autora do Hino de Brasília, que tem letra de Geir Campos. Ela contava que criou a melodia durante um trajeto de ônibus no Rio de Janeiro. Neusa era uma compositora talentosa e fez mais de 15 hinos, todos listados no Catálogo de obras de compositores brasileiros, publicado pelo Ministério das Relações Exteriores em 1979. Entre essas composições, 10 levam Brasília no título. São da instrumentista o Hino do Caseb, escola na qual deu aulas durante muitos anos, e uma série de valsas que formam um livro inteiro de partituras.

Neusa veio do Rio de Janeiro para morar em Brasília antes mesmo de a cidade ser inaugurada. Ela chegou por aqui em 1959, acompanhando o marido, Oswaldo França, advogado que passou no concurso para procurador federal e trocou a capital fluminense pelo sonho de JK.

Além de dar aulas no Caseb e na Escola de Música de Brasília (EMB), Neusa também dava aulas particulares e criou o sarau Vamos ouvir música?, que mais tarde passou a se chamar Para gostar de música. Por esse encontro passaram muitos instrumentistas da cidade. Era uma maneira de reunir os alunos e promover apresentações para que se acostumassem com o palco. Neusa morreu em 2016, aos 95 anos, em consequência de um AVC.