Poesia

Climério Ferreira lança coletânea de poemas nesta quarta (12/4)

'A música imóvel do tempo' é um conjunto de poemas que enaltece a simplicidade, a musicalidade e o lirismo

Davi Cruz*
postado em 12/04/2023 00:01 / atualizado em 12/04/2023 10:30
 (crédito: Rafael Ohana/CB/D.A Press)
(crédito: Rafael Ohana/CB/D.A Press)

O letrista, poeta e professor Climério Ferreira autografa, hoje, a partir das 19h, uma nova coletânea de poesias, no Beirute, da 109 Sul: A música imóvel do tempo. O conjunto de poemas que enaltece a simplicidade, a musicalidade e o lirismo.

Climério Ferreira é natural de Angical do Piauí, nasceu em 1943, viveu a infância e adolescência em Teresina e com 18 anos de idade mudou-se para Brasília. O letrista é formado em jornalismo, fez mestrado e se tornou professor na UnB (Universidade de Brasília), onde atuou por 20 anos.

Climério publicou 18 livros de poesia alguns deles são: Memórias do Bar do Pedro & Outras canções, Canto do retiro, A gente e a pantasma da gente, Alguns pêsames, Essa gente, Artesanato existencial, Pretéritas canções, Memorial de mim e Poesia mínima & Frases amenas.

Os poemas curtos e envolventes passaram a encantar os leitores.  Climério sempre teve uma preocupação com a forma e a estrutura da poesia. Das obras escritas, Memorial de mim (2007) foi inspirado pelas recordações da terra natal do poeta.

Os irmãos Clodomir, Climério e Clésio fazem parte da geração de músicos que arriscaram cruzar as fronteiras do Estado, em busca de novas oportunidades. Radicados em Brasília desde 1960, eles se destacaram no cenário musical e tornaram-se autores importantes para a música popular brasileira.

Na música, Climério Ferreira tem oito discos gravados, grande parte feitos com a parceria dos irmãos, além das 118 músicas que já foram interpretadas por diversos artistas como: Dominguinhos, Ednardo, Nara Leão, Elba Ramalho, Mastruz com Leite, Fagner, Tim Maia, Amelinha, Fernanda Takai, entre outros. Entre os discos destacam-se São Piauí (1977) e o solo Canção do amor tranquilo (2001). As canções do poeta conquistaram o público, mesmo que na voz dos grandes nomes da MPB.

Ao Correio, Climério relembra como foi o início da carreira e como surgiu o amor pela composição. "Comecei a escrever como letrista para os meus parceiros mais constantes Ednardo, Dominguinhos, Clodo, Clésio. Como não sei tocar nenhum instrumento, mas queria participar da criação da época, dediquei-me à produção dos textos. A letra de música sempre busca o canto, a compreensão imediata e a rima facilita muito", afirma.

O poeta ainda destaca quais as influências da música em sua poesia. "A partir de um determinado momento, vieram-me temas, imagens poéticas que não cabiam mais nas músicas. Produzindo diariamente, o que eu fazia foi virando livro. Alguns poemas dos meus primeiros livros iam virando música nas mãos dos parceiros. Então passei a escrever versos cada vez mais curtos, imaginando que seriam impossíveis de serem musicados. Tudo em vão, uma vez que Fernanda Takai, com seu indiscutível talento, viu que aqueles pequenos textos, quando juntados, dariam letras", comenta Climério. No poema Beirute, musicado por Antonio Celso Duarte, Climério diz: "Por mais que o querer refugue/Por mais que o desejo lute/Faço tesoura em Brasília/E vou parar no Beirute/Aqui o céu é tamanho/Que serve a qualquer desfrute/Há noite pra todo gosto/A minha é lá no Beirute".

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco

 

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