Apesar de receber o nome de choro, esse estilo musical criado pelas classes populares no Rio de Janeiro é marcado por expressar sentimentos por meio de um ritmo frenético e eufórico. Pelas próximas terças-feiras de cada mês do ano, o projeto Choro 61 estará no Teatro da Garagem para apresentar ao público o choro na sua forma mais pura. Hoje, às 20h, o Regional Segura Elas e a violonista Juçara Dantas estreiam a programação.
Segundo Fernando César, organizador e participante do evento, "é para o público que está afim de ouvir essa música, mas não está afim de ir em uma roda de choro ou em um bar. O evento é em um dia de semana, em um começo de semana, então a gente quer trazer também o público que está em Brasília trabalhando".
A iniciativa do projeto surgiu em meio a uma roda de amigos que perceberam a necessidade de mais lugares para tocar e apreciar esse gênero musical em Brasília. Com o apoio do Sesc, o Choro 61 fortalece o movimento musical no DF e valoriza a produção cultural da cidade, dando palco para músicos brasilienses. "A gente tem como objetivo ter mais um palco para o choro, para as choronas e para os chorões aqui em Brasília", afirma Fernando.
Hoje, à noite, no mês das mulheres, a programação também as homenageia. As duas atrações escolhidas, o regional composto exclusivamente por mulheres e a violonista, representam a luta feminina por espaço em meio a um ambiente que, historicamente, é predominantemente masculino. "Acho que é muito importante solidificar a carreira das mulheres no choro, que foi sempre um lugar machista que excluía e ainda exclui mulheres", ele completa.
A relação de Brasília com o choro é antiga e teve origem na época da construção da capital federal. Na época, o ex-presidente Juscelino Kubitschek animava saraus, comandados por Dilermando Reis, considerado um dos mais influentes violonistas do Brasil. Desde então, a capital recebeu grandes nomes do gênero, tais como Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo. A existência do Clube do Choro de Brasília é um exemplo de como essa união foi bem-sucedida.
Para abril, em homenagem ao aniversário de Pixinguinha (23/4) que também é Dia Nacional do Choro, a Orquestra Pizindim apresentará músicas e arranjos do compositor e instrumentista, considerado um dos maiores nomes desse estilo musical. Para o mês de julho, Ian Coury foi confirmado.
"O público pode esperar muito choro, muita música boa, muita energia vinda do palco. Os artistas sempre buscam fazer essa ligação de energia com o público, fazer todo mundo vibrar na mesma frequência. Quando isso acontece, o espetáculo fica melhor ainda", destaca Fernando. Além de organizador do evento, ele também é violonista, compositor, arranjador e professor, com vasta atuação no cenário do choro.
Choro 61
Hoje, às 20h, show com o Regional Segura Elas e a violonista Juçara Dantas. Local: Teatro Garagem do Sesc 713/913 sul. Os ingressos estão disponíveis no Sympla, e custam
a partir de R$ 40 reais.