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'Pevepê podcast': 20 Anos de 'Pokémon Ruby & Sapphire'

Versão do jogo lançada originalmente no final de 2002, chegou ao resto do mundo em 2003 e completa no dia 19 de março 20 anos

O Pevepê desta sexta (17/03) traz a nostalgia dos consoles portáteis com a franquia Pokémon e a entrada no Gameboy Advanced, com a terceira geração de monstrinhos em Pokémon Ruby e Sapphire, que teve uma recepção mista entre os jogadores, mas que foi importante para a evolução e adaptação da série de jogos. Confira o episódio no Youtube ou no Spotify: 


‘Esse meu jeito de viver’

Quando era criança, Satoshi Tajiri tinha fanatismo em insetos, aspirando ser um entomologista – profissional responsável por estudar, catalogar e entender o comportamento dos insetos – quando fosse adulto. Porém, conforme Tóquio se desenvolvia como cidade, e o ambiente urbano se tornava moderno. A vida selvagem foi se afastando da casa de Tajiri, que o levou a outro hobby: videogames.

Após passar muito tempo nos fliperamas locais, Satoshi passou a se interessar por jogos, a curiosidade costumava ser em busca de tudo que um jogo poderia conter. Ele então teve em mãos, informações, curiosidades, guias e dicas do jogo Dig Dug (1982) e resolveu compartilhar conhecimento fazendo uma revista, feita a mão e fotocopiada, batizada por ele de Game Freak.

Como a revista era manual, Tajiri também desenhava as ilustrações que compunham a edição, mas o próprio admitiu diversas vezes em entrevistas que não era bom. Para a sorte dele, um artista se interessou pela revista e resolveu ajudar, esse era Ken Sugimori. Conforme a Game Freak crescia, Tajiri queria que a empresa não abordasse apenas sobre jogos, mas também produzisse. Assim, resolveu estudar como funcionava o console de mesa da Nintendo, o Famicon (No Brasil, Nintendinho) e partiu numa jornada de fazer os próprios jogos.

Naquela época, para ter um jogo publicado na plataforma era necessário ser parceiro da Nintendo, foi então que Tajiri resolveu publicar seu primeiro jogo através da Namco, com quem tinha uma boa relação por escrever para a empresa um manual completo de um jogo chamado Xevious (1982). Assim, saiu o primeiro jogo da Game Freak, Quinty (1989) traduzido como Mendel Palace no ocidente, com um sucesso considerável.

Nesse mesmo ano, a Nintendo lançou o primeiro Gameboy, um console portátil que permitia os jogadores levarem games para qualquer lugar, e que contava também com o Cabo Game Link, que conseguia criar um multiplayer na plataforma. Aquilo levou a imaginação de Satoshi longe, e imediatamente desenhou um rascunho de um jogo que conseguisse trocar monstros entre jogadores, criaturas que pudessem batalhar e serem colecionadas.

 

Ken Sugimori/Game Freak - Primeiras artes de Pokémon
Ken Sugimori/Game Freak - Primeiras artes de Pokémon
Ken Sugimori/Game Freak - Primeiras artes de Pokémon
Ken Sugimori/Game Freak - Primeiras artes de Pokémon
Ken Sugimori/Game Freak - Primeiras artes de Pokémon
Ken Sugimori/Game Freak - Primeiras artes de Pokémon

‘Ninguém nunca viu igual’

Com seis turbulentos anos de desenvolvimento, o projeto foi apelidado de “Capsule Monsters” (Monstros de Cápsula), em referência às máquinas de Gashapon (Máquinas em que uma pessoa coloca uma moeda e ganha um prêmio surpresa, que tradicionalmente vem dentro de esferas coloridas). Nesse meio tempo, Satoshi Tajiri estreitou os laços com a Nintendo e chegou a dirigir alguns jogos lançados pela empresa, mesmo com todas essas responsabilidades, ele não tinha desviado o foco principal da Game Freak do jogo dos seus sonhos.

O projeto passou por diversas mudanças durante o desenvolvimento, Satoshi havia decidido que não queria violência pesada no jogo – colocando as criaturas para desmaiar ao invés de morrer, caso elas perdessem as batalhas. Ele também queria expandir o jogo para um mundo aberto, no qual o jogador podia explorar diversas cidades. Tajiri chegou a colocar o próprio nome como padrão do personagem principal: Satoshi, e o rival ganhou o nome padrão de Shigeru, em homenagem a Shigeru Miyamoto, uma lenda da produção na Nintendo - esse que também foi quem deu a brilhante ideia de lançar diferentes versões do jogo com monstros diferentes em cada uma, para encorajar a troca entre os jogadores-.

A Game Freak teve diversos problemas tentando licenciar o termo “Capsule Monsters”, tentaram combinar a palavra para “Capumon”, para facilitar o registro da marca, no fim, eles decidiram trocar o termo de vez para “Pocket Monsters” (Monstros de Bolso) que foi abreviado no ocidente para: Pokémon.

Ambas versões lançadas em 27 de fevereiro de 1996, Pocket Monsters Versão Vermelha, que estampava o Pokémon inicial de fogo na última evolução, Charizard a Versão Verde, que estampava o Pokémon inicial de planta na última evolução, o Venusaur. O sucesso no Japão foi enorme, gerando mangás, revistas e card games. No final de 1997,  Pokémon já haviam vendido cerca de 4,7 milhões de cópias apenas no Japão, e para comemorar o sucesso, a Game Freak lançou uma versão especial com algumas correções gráficas, Pocket Monsters Versão Azul, agora com a evolução final do pokémon inicial de água, estampado na capa, o Blastoise.

A franquia acabou gerando interesse da indústria ocidental, e então foi lançada as duas primeiras versões traduzidas no ano de 1998, como Pokémon Red e Blue, chegando com o anime Pokémon, o que ajudou a impactar as vendas. Com o anime fazendo tanto sucesso, uma nova versão inspirada nas aventuras de Ash Ketchum e Pikachu foi criada, chamada de Pokémon Yellow, que era fiel ao desenho, colocando o jogador com um Pikachu como pokémon inicial.

A saga em Hoenn

Com o sucesso da franquia, uma segunda geração de monstros foi desenvolvida para o Gameboy Color – o sucessor direto do Gameboy que saia da fase monocromático e começou a utilizar a palheta disponível no 8-bits do Nintendinho – saindo em novembro de 1999, o Pokémon Gold e Silver, trazendo uma nova região, novos pokémons, novos lendários, e uma nova aventura. Sendo um dos títulos mais vendidos da franquia, fechando um total com pouco mais de 23 milhões de cópias vendidas.

Nintendo/Divulgação - Artes das capas da versão Red e Green, lançadas para o primeiro Gameboy
Nintendo/Divulgação - Artes das capas da versão Red e Green, lançadas para o primeiro Gameboy

Mas a virada na franquia Pokémon, com gráficos e jogabilidade ocorreu na terceira geração, juntamente com o mais novo Game Boy Advance. O console portátil que passou a utilizar o poder de processamento e a paleta de cores dos 16 bits do Super Nintendo, então a Game Freak lançou Pokémon Ruby e Sapphire.

O Pokémon Ruby e Sapphire foram sequência para a terceira geração da série dos Pocket Monsters. Foram publicados pela Nintendo para o Game Boy Advance e lançados no japão em 2002, internacionalmente os jogos foram lançados em 2003. As versões tinham algumas diferenças com o Ruby destacando Groudon e a versão Sapphire tendo em capa o lendário Kyogre.

Haviam também algumas outras diferenças no jogo, a versão de Kyogre tinha a Equipe Aqua e a versão de Groudon a Equipe Magma. O jogo se passa na região de Hoenn, localizada a uma distância desconhecida das regiões Kanto e Johto, destaques dos jogos anteriores.

História dos jogos

O protagonista é uma criança que recentemente se mudou para Littleroot Town. Após o jogador escolher o primeiro pokémon, entre o tipo grama Treecko, o tipo fogo Torchic ou o tipo água Mudkip, dado pelo professor Birch, começa a jornada do herói em busca das insignias. O rival do protagonista também é um treinador pokémon e trava batalhas com o jogador.

Além do objetivo de o jogo ser derrotar os oito líderes de ginásio, para assim desafiar a Elite dos 4 e depois o atual campeão da Liga, há diversas missões secundárias com o envolvimento das organizações Equipe Magma (Versão Ruby) e Equipe Aqua (Versão Sapphire) que buscam alterar o clima da região de Hoenn – Em Ruby, os vilões, Equipe Magma, querem usar Groudon para secar os oceanos e aumentar a massa de terra da região; em Sapphire, o Equipe Aqua quer que Kyogre aumente os níveis de água da região. 

Durante a trajetória do jogador é possível capturar mais de 200 pokémons de diferentes tipos e designs para incluí-los na Pokédex. Além de travar batalha com diversos oponentes como Wally, um menino doente que eventualmente supera a doença e se torna um treinador Pokémon de sucesso, desafiando o jogador antes de enfrentar a Elite Four. Como também o próprio pai do protagonista.

A franquia mais rentável da história

Os jogos Pokémon Ruby e Sapphire tiveram uma aprovação de 82% a 84% em diversos sites de avaliação como o Game Rankings e Metacritics. Segundo dados do VGChartz foram mais de 15 milhões de cópias vendidas , juntos, são os jogos de Game Boy Advance mais vendidos.

Divulgação Nintendo - Arte da capa da versão Ruby e Sapphire, lançados para Game Boy Advanced

Pokémon evoluiu conforme a Nintendo ia lançando novos consoles, sempre se mantendo na base dos videogames portáteis da empresa, um exclusivo de luxo da gigante japonesa. Segundo uma pesquisa feita pela empresa britânica SafeBettingSites, Pokémon é atualmente a franquia que mais gerou dinheiro na história, arrecadando mais de 100 bilhões de dólares, com seus jogos, merchandise, anime, mangá e até filmes de Hollywood. Os jogos mais recentes da franquia atualmente são Pokémon Scarlet e Violet, lançados exclusivamente para o Nintendo Switch em novembro de 2022.

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