Crítica // Duas bruxas — A herança diabólica ###
Nascido e criado em Paris, o diretor Pierre Tsigaridis realiza uma estreia em terror com resultado surpreendente. Vencedor de prêmios como edição e maquiagem, respectivamente, em eventos como FilmQuest (Utah) e Freak Show Horror Film Festival (Florida), o longa pode não ser inovador, mas, seguindo a cartilha consagrada do terror moderninho, não faz feio.
O grande achado da fita é o desempenho da atriz Rebekah Kennedy, que interpreta Masha, na segunda etapa do filme. O longa ainda traz um epílogo e um primeiro capítulo, em acordo com o título, centrado em herança e maldição.
Versões diabólicas de nascimento e de gênese de um bebê se afirmam em termos gráficos, na vida do casal Sarah (Belle Adams) e Simon (Ian Michaels). Gestante, Sarah se diz amaldiçoada por uma desconhecida idosa interpretada por Marina Parodi. É o suficiente para, num jantar tenso, dividir visões e mal-estar com os anfitriões Melissa (Dina Silva) e Dustin (Tim Fox), que, sem demora, puxam um tabuleiro de Ouija. A invocação de almas é posta na mesa.
Ligada a esta premissa, desponta a polpuda história de Masha, que divide a casa com a amiga Rachel (Kristina Klebe). No melhor estilo do clássico Mulher solteira procura (1992), Masha, que tem parentesco com bruxaria, se apropria de elementos da vida de Rachel. Além dos efeitos visuais impactantes, o longa gera um profundo incômodo, pelas imagens que envolvem um alimento, absolutamente, em nada, comum. Ao final da perturbadora jornada, paira o assumido clima de continuação.