'Pevepê podcast': por dentro da nova proposta do 'Counter-Strike 2'

Nova versão do jogo foi anunciada no dia 22 de março e o Pevepê conferiu as mudanças feitas do Counter-Strike: Global Offensive para o Counter-Strike 2

Gustavo Macedo*

Khalil Santos

André Vinícius Pereira*

postado em 31/03/2023 18:13

(crédito: Pevepê Podcast/CB/D.A Press)

O Pevepê desta sexta (31/03) veio cheio de novidade e nostalgia com a atualização de um dos competitivos de e-sports mais clássicos, mas que ainda cativa novos jogadores, sendo um dos expoentes do meio: Counter-Strike 2. 

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Desenvolvimento

O Half-Life (1998) foi um jogo que marcou o mundo dos games, um shooter em primeira pessoa (FPS) que tem uma história alternativa de ficção científica, muito jogado na época de Lan Houses, lançado pela Valve em 19 de novembro de 1998.

Minh Le e Jess Cliffe foram os nomes dos jogadores que criaram um mod para o Half-Life, mod esse que trocava a dinâmica do game, criando duas equipes, uma equipe que atacava um 'bombsite' e outra equipe que defendia, esse mod ficou conhecido como Counter-Strike (CS).

O mod de Half-Life, Counter-Strike ganhou muita visibilidade, fazendo a Valve comprar a ideia e fazer um jogo novo. Então, dia 19 de junho de 1999, nasce o CS. Com grande sucesso no resto do mundo, não houve tanto reconhecimento no Brasil durante a primeira versão do jogo. Somente a partir do Counter-Strike 1.5 o game começou a ganhar visibilidade, e em 2003, no Counter-Strike 1.6, o multiplayer virou febre em todo o Brasil, sendo um jogo que marcou uma geração de 2003 até meados de 2012.

Com a grande fama do game, foram organizados diversos campeonatos pela própria comunidade dentro de Lan Houses, e havia alguns campeonatos maiores e com grandes premiações, chamados de ‘Major’, os mundiais de CS, alguns deles foram: Cyberathlete Professional League Winter e Summer (CPL Winter e CPL Summer), a Electronic Sports World Cup (ESWC), World Cyber Games (WCG) e Intel Extreme Masters World Championship. O Brasil chegou a ganhar a ESWC de 2006 realizada em Paris, a WCG de 2005, CPL World de 2006, entre diversos campeonatos brasileiros e pan-americanos.

O novo Counter-Strike foi anunciado na última quarta-feira (22/3) (foto: Reprodução/Valve)

Como o CS: GO ficou famoso no Brasil

Em meados de 2012, o CS estava perdendo força gradualmente, com poucos campeonatos e jogadores desanimados. A Valve então decidiu lançar, em 21 de agosto de 2012, o Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), que ‘matou’ o cenário competitivo de CS 1.6. No lançamento de 2012, houve pouca aprovação ao jogo, com críticas de que estava ‘cru’ e mal feito em diversas questões. Após um tempo, o jogo ficou popular em diversas partes do mundo. No Brasil, o Counter-Strike estava esquecido e com um cenário pouco competitivo, somente alguns times que vieram do CS 1.6 ainda permaneciam na ativa.

Gabriel ‘Fallen’ Toledo, um dos grandes jogadores de CS 1.6, era um dos principais representantes da comunidade de CS no Brasil, tentando sempre jogar no exterior com equipes brasileiras. Em 2016 foi feita uma campanha, na qual o próprio jogador montou um time, com o foco principal de participar do torneio Major, que valia em torno de 1 milhão de dólares, e seria nos Estados Unidos. O elenco era composto por Gabriel ‘Fallen’ Toledo, Fernando ‘Fer’ Alvarenga, Lincoln ‘Fnx’ Lau, Marcelo ‘Coldzera’ David, Epitácio “TACO” de Melo, que quase ganharam grandes campeonatos, sempre chegando nas semifinais, mas no primeiro Major de CS:GO que disputaram, o MLG Columbus nos Estados Unidos e venceram, fazendo assim renascer o cenário brasileiro e fazendo o jogo crescer novamente no Brasil.

Mundo das skins

No dia 14 de agosto de 2013, a Valve decide implementar uma atualização no CS:GO, na qual era possível comprar skins — roupas virtuais para as armas e equipamentos—, deixando o jogo bonito esteticamente, com novos visuais, e que não mudaria a jogabilidade.

De 2013 até os dias atuais, atualizações entram e saem. Mudando as skins e adicionando novas, o que criou um mercado digital enorme, visto até como cripto moedas, pois tem valores altos. Existem hoje, skins avaliadas desde 1 centavo a skins precificadas em 500 mil reais, todas avaliadas pelo Pattern/‘Float’ —métrica que mostra o desgaste da arma, quanto menor for este desgaste, mais a skin vale—. As famosas facas do CS:GO são os itens mais caros e raros, a skin mais cara que existe é a ‘Karambit Case Hardened Blue Gem’, avaliada em mais de 500 mil reais. Inclusive este item registra a venda mais cara da história do CS:GO, sendo comprado por uma bagatela de 6 milhões de reais.

Celebridades como Neymar, Gabriel Jesus, Chapeleiro, MC Gui, MC Davi, entre outras jogam o CS:GO — e muitos deles possuem inventários caríssimos. O inventário de Neymar, por exemplo, é avaliado em mais de R$ 400 mil em skins.

Skin mais cara do mundo no Counter-Strike (foto: Reprodução/Skin Lords)

Grande expressão no Brasil e no mundo

Muito se fala sobre o auge do CS nacional e global, em 2017, logo após o Brasil ganhar o Major, todos jogavam ou queriam conhecer sobre o jogo. No entanto, em 2023, especificamente no dia 11 de março, o CS:GO quebrou o 5º recorde de jogadores simultâneos em finais de semana seguidos, chegando a mais de 1,4 milhão de pessoas jogando ao mesmo tempo.

Em um rankeamento que expressa comunidades de jogadores casuais de CS:GO, feitos pelo Leefity, o Brasil aparece em terceiro lugar, responsável por 5,43% de jogadores presentes no jogo, somente atrás de Rússia com 11,51% e dos Estados Unidos com 10,71%.

Counter-Strike 2

Desde 2020, a comunidade do CS falava sobre uma possível vinda da Source 2 no Counter-Strike, rumores bem fortes, o que gerou expectativa na comunidade. A Source nada mais é que o motor gráfico de jogos, e que a Valve estaria dando um upgrade da Source 1 para a 2 em alguns jogos, como ocorreu no Dota 2, em que atualizaram o motor gráfico, o que resultou em um crescimento do game, tanto graficamente, quanto de jogadores.

No CS:GO não foi diferente, o que a comunidade falava desde 2020, tornou-se realidade dia 22 de março de 2023, quando foi anunciado oficialmente pela desenvolvedora do game, a Valve, que iriam trocar o nome do jogo e mudar o motor gráfico, além de trazer melhorias de servidor e mudanças dentro do jogo.

Foi lançado um site para falar sobre informações do que viria de novo e seria apresentado dentro do jogo, com 3 vídeos explicativos postados no canal oficial da Valve. Confira o site.  

A primeira mudança perceptível é na parte gráfica, ninguém esperava que o jogo iria mudar tanto quanto mudou graficamente, o jogo está visualmente mais bonito, com melhores gráficos.

No novo CS2 foram trocadas as ‘smokes’ — as granadas de fumaça — que agora são objetos volumétricos e dinâmicos que interagem com o ambiente, reagindo à iluminação, tiros e explosões. Essa mudança impacta muito no jogo, pois muda completamente a dinâmica de ‘meta’, que é um conjunto de fatores que indicam o que está "mais forte" no game e como se deve jogar para ter sucesso.

Também é possível ver as smokes interagirem com o ambiente e com outros eventos do jogo, tais como granada de dano ‘HE’ que limpam a fumaça por um certo período. Um detalhe curioso é que as smokes feitas pelo lado ‘terrorista’ são mais amareladas e as smokes feitas pelo lado ‘contra-terrorista’ são mais azuladas.

No novo CS2 veio com mudanças significativas (foto: Reprodução/Valve)

Alguns mapas foram refeitos, e modificados graficamente, como, por exemplo, o mapa “Overpass”, que mudou por completo, visto tanto no vídeo quanto no site. A Valve está liberando o “beta” do jogo, para os jogadores testarem, no entanto, só é possível jogar no novo mapa ‘Dust 2’.

No CS:GO existia um sistema dentro dos servidores chamados de ‘tickrates’, esse sistema permitia que o jogo entendesse os comandos na ordem correta, mas principalmente no tempo correto. Dentro dos servidores oficiais da Valve, o servidor atuava em 64 tickrate — 64 quadros que o servidor detecta por segundo—, quando se faz uma ação dentro do jogo. Servidores em campeonatos e em outras plataformas como a Faceit ou a Gamersclub por exemplo, os servidores são em 128 tickrate, o dobro, ou seja, o servidor é melhor e as mecânicas do game são melhor aplicadas. No entanto, o CS2 vem com uma proposta de retirar esses ‘tickrates’, fazendo o que eles chamam de ‘sub-tick’, que é um tickrate superior ao 128, é um tick ‘infinito’ possibilitando das mecânicas funcionarem de maneira que seja a mesma coisa para todo mundo.

As skins do CS:GO, serão portadas para o novo CS2, alguns jogadores estavam com medo dessa mudança por conta do novo CS, pois, hoje em dia o mercado de CS:GO é enorme e as skins valem um valor alto, no entanto, com a vinda da Source 2, e a melhora dos gráficos e iluminações, as skins vão aumentar o preço por ganharem um upgrade visual. Além dessas mudanças, a Valve implementou novos sistemas de som dentro do jogo, tornando mais realistas, com sons de passos e alguns eventos recorrentes no game.

Faz pouco menos de um mês que pessoas estão com acesso ao game para testá-lo, e já acharam ‘bugs’ no novo Counter-Strike 2. Tais como tiro infinito, pegar arma antes de morrer e nascer com a arma mesmo assim, varados impossíveis que antes não existiam, entre outros. É importante lembrar que o jogo está em fase de testes e não está otimizado, e mudará muito até chegar, mesmo com o jogo mais pesado em questão do Fps (Quadros por segundos). O lançamento do jogo tem previsão de julho a setembro para chegar de vez e substituir o CS:GO.

A nova source 2 trouxe mudanças visuais e gráficas em todo o jogo (foto: Reprodução/Valve)

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  O Pevepê podcast dessa sexta-feira fala sobre o CS2 Foto: Pevepê Podcast/CB/D.A Press
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  CS 2 Foto: Reprodução/Valve
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  Novo CS2 veio com mudanças significativas Foto: Reprodução/Valve
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  Skin mais cara do mundo no CS Foto: Reprodução/Skin Lords
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  Mudanças são perceptíveis na nova Source 2 do CS Foto: Reprodução/Valve
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  A nova source 2 trouxe muitas mudanças do CS2 Foto: Reprodução/Valve