A atriz Gwyneth Paltrow venceu um processo milionário, nesta quinta-feira (30/3), por um acidente de esqui ocorrido há sete anos nos Estados Unidos, depois que um júri decidiu por unanimidade que o demandante era o responsável pela colisão.
Terry Sanderson, o optometrista aposentado que colidiu com Paltrow em 2016, enquanto ambos esquiavam no luxuoso complexo de Deer Valley, no estado de Utah, foi considerado responsável pelo acidente, após duas horas de deliberações.
Sanderson processou Paltrow em 2019 pelo acidente que, segundo ele, o deixou com quatro costelas quebradas, danos cerebrais permanentes e perdas financeiras de US$ 3,3 milhões (cerca de R$ 16 milhões).
Paltrow afirmou que foi Sanderson que a atingiu pelas costas e o contra-processou por um valor simbólico de um dólar e as despesas de representação.
Durante o julgamento, que começou na terça-feira da semana passada em Park City, Utah, o júri ouviu vários especialistas que detalharam o histórico médico de Sanderson, que antes do acidente havia sofrido um ataque cardíaco, perda de visão em um olho e problemas psicológicos.
Os membros do júri também ouviram os funcionários do resort, bem como as versões de ambas as partes.
"O Sr. Sanderson me atingiu em cheio naquela encosta", disse Paltrow ao depor. "Entraram dois esquis entre os meus esquis, o que me obrigou a abrir as pernas, e depois um corpo me pressionou, e houve um rosnado muito estranho (…) eu me senti violentada", relatou a atriz, que esquiava com os filhos e o marido, Brad Falchuk.
"Fui atingido por trás com muita força, bem na altura das minhas omoplatas", disse por sua vez Sanderson, 76 anos.
"Foi um acidente muito grave, nunca na minha vida tinha sido tão forte e eu saí voando (...) A última coisa que me lembro é que tudo ficou preto."
- "Não é justo" -
Em suas alegações finais, os advogados pediram uma compensação financeira de US$ 3,27 milhões (R$ 16,3 milhões) para Sanderson, que afirma que o impacto mudou sua personalidade e afetou sua capacidade de se relacionar com sua família e de aproveitar a vida.
O cálculo apresentado pela defesa de Sanderson nesta quinta-feira é de que ele merece US$ 33 (R$ 168) por cada hora que passa acordado desde o acidente até a sua morte, que segundo os advogados pode ocorrer em 10 anos.
"US$ 3,276 milhões pelos 17 anos em que Terry tem que lidar com danos cerebrais permanentes", disse o advogado Lawrence Buhler.
"Podem dizer que [o dano] não tem preço (...) Mas este é o tempo mais valioso de sua vida", declarou Buhler ao júri. "Estes são seus anos dourados, (...) quando ele poderia desfrutar de sua aposentadoria e fazer coisas como viajar."
"Ele a golpeou, ele a feriu, e agora está pedindo que ela lhe pague US$ 3 milhões só porque sim", contra-argumentou o advogado de Paltrow, Stephen Owens. "Não é justo".
"O mais fácil para minha cliente seria ter assinado um cheque e sair disso, mas que mensagem isso passaria para seus filhos? Que é o preço a pagar [por ser famosa]", prosseguiu Owens. "Isso está errado, ele a feriu, e agora quer seu dinheiro."
O julgamento capturou a atenção do público e gerou uma avalanche de memes e comentários nas redes sociais, desde a vestimenta de Paltrow aos detalhes dos interrogatórios.
À margem de sua carreira como estrela de cinema, Paltrow mergulhou na indústria do bem-estar com sua marca Goop, que vende produtos como vitaminas, dietas, velas e brinquedos sexuais.
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