Anna Moura, cantora brasiliense que venceu o concurso da Rede Globo, Brasília Independente 2022, lança Cada fresta é um feixe, que consiste em quatro faixas de áudio que recebem um vídeo de tradução e interpretação em Libras, executada por Bárbara Barbosa, especialista em acessibilidade no ambiente cultural. “Eu não estou aqui para representar a comunidade surda, mas se eu puder influenciar nessa luta de alguma forma, eu quero fazer a minha parte”, diz a cantora ao Correio.
O single de estreia do ep, Farpa foi lançado com o lyric video em libras no dia 13 de janeiro e as outras três canções Quatro cantos, Féretro e Consolação foram disponibilizadas nesta sexta-feira (24/3). Cada fresta é um feixe está carregado de brasilidade e conta com referências do rap nacional, pop rock brasileiro, poesia marginal, manifestações culturais pernambucanas, reverência à potência do maracatu e do manguebeat. “Tenho como inspiração pessoas como Marcelo Falcão, Charlie Brown, Djavan, Marisa Monte, Marina Lima, Cássia Eller, Elba Ramalho, Elis Regina, Alcione, Elza Soares, Legião Urbana, Tássia Reis, Bia Ferreira, Katu Mirim, Liniker e Linn da Quebrada”, afirma Anna moura.
Confira:
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O projeto foi realizado com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
Anna, que se apresentou no Festival CoMa, se encontrou nas artes ainda cedo, quando escrevia poesias. Mais tarde, se aproximou de outras manifestações artísticas. “Eu comecei na poesia muito nova e as outras artes foram despertando em mim com o tempo. Aos 15 anos, o violão se tornou meu melhor amigo e eu cantava músicas que escrevia sobre coisas felizes, que a vida é boa e coisas positivas, mas como a vida é cruel e injusta, eu tive que começar a escrever outras coisas”, lembra.
Nas músicas, ela trata de assuntos que dialogam com suas vivências como mulher negra e lésbica. “Eu falo sobre todas as coisas que incomodam, machismo, LGBTfobia, misoginia, capacitismo, genocídio e estupro. Eu sempre usei a arte para sobreviver. Se não faz sentido para mim, não funciona, eu preciso falar das coisas que vejo e vivo e as músicas que eu faço hoje são de denúncia, para passar informação e falar sobre causas urgentes da sociedade. A arte é um veículo de comunicação muito forte, eu quero fazer revolução”, destaca.
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Entrar na faculdade de teatro foi um divisor de águas na vida da cantora, que se sentia perdida. “Quando eu entrei na faculdade de teatro eu entendi que eu não era diferente, só não tinha encontrado pessoas que pareciam comigo até aquele momento. Todas as artes que eu me relaciono me salvam de alguma forma, o teatro fez eu sentir orgulho de mim, conhecer pessoas incríveis e me mostrou coisas que eu gostava de fazer e poderia ser remunerada por elas, que foi a técnica de iluminação cênica e a arte de rua”, relata.
Além de se encontrar na arte, Anna cria um lugar para que outras pessoas também possam se encontrar. “Eu consigo ver pessoas ao meu redor que cantam a minha música como se fossem elas que tivessem escrito. Eu entendo a minha arte como uma forma de dizer que estou aqui também”, explica.
*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel
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