The Last of Us

Pevepê Podcast quer saber: The Last of Us, a série, adaptou bem o jogo?

Depois de três meses de exibição, The Last of Us chega ao final de sua primeira temporada e o Pevepê veio comentar se ela fez jus ao jogo de 2013.

Khalil Santos
postado em 24/03/2023 11:59 / atualizado em 24/03/2023 16:12
 (crédito: Naghty Dog/Reprodução)
(crédito: Naghty Dog/Reprodução)

O Pevepê desta sexta (23/03) traz os fungos e os laços de The Last of Us, com fim da primeira temporada, o podcast veio bater o martelo e emitir opiniões sobre a adaptação da HBO Max, além de lembrar alguns momentos da franquia da Naughty Dog que marcou a indústria dos jogos.

O programa dessa semana vem pronto para falar muito da série e do jogo.
O programa dessa semana vem pronto para falar muito da série e do jogo. (foto: Pevepê Podcast/CB)

“Mais sério”

A trajetória de The Last of Us começa antes mesmo do desenvolvimento, a Naughty Dog, produtora do game, era conhecida anteriormente por produzir jogos de aventura e quebra-cabeças, com gráficos cartunescos e personagens engraçados, como Crash Bandicoot e a trilogia Jak and Daxter ambos exclusivos da Playstation, que comprou o estúdio durante o desenvolvimento do primeiro jogo de Jak, dando o apoio e o recurso que o estúdio precisava para finalizar o título.

Foi durante o planejamento de uma sequência de Jak and Daxter para 7ª geração de consoles (Playstation 3 e Xbox 360) que o estúdio resolveu ir para algo mais ousado, e fazer um produto com gráficos focados no realismo, — porém, o estúdio logo percebeu que o estilo não combinava com a série Jak —, e a Naughty Dog não queria magoar seus fãs lançando um jogo que fosse distante do que já era conhecido, então, para não jogar o projeto fora, nem engaveta-lo, foi criada uma nova IP (Propriedade Intelectual).

Assim nasce o jogo de aventura, quebra-cabeça e tiro em terceira pessoa, inspirado nas clássicas jornadas de Indiana Jones: o Uncharted (2007), uma nova franquia que passou a ocupar o posto de principal título da Naughty Dog, ganhando uma franquia própria, com quatro sequências, e spin-offs tanto no mobile quanto no PSVita (Portátil da Sony). Quando o segundo jogo de Nathan Drake foi lançado, a Naughty Dog resolveu dividir o time em duas vertentes, uma que ficaria responsável por fazer a próxima aventura de Uncharted e outra que trabalharia numa nova franquia.

O cerne

A premissa do jogo vem de um projeto feito pelo diretor criativo Neil Druckmann, ainda na faculdade, que consistia em um policial escoltando uma garota num apocalipse zumbi. “O conceito inicial do jogo sobre o relacionamento entre dois personagens sempre esteve lá” disse Druckmann, ao documentário Grounded, que fala sobre o desenvolvimento de The Last of Us.

“A razão pela qual não queríamos fazer Ellie como filha de Joel desde o início é porque não teria nenhum lugar para ir, naquele ponto, é óbvio que um pai faria tudo por sua filha, mas eles nem se conheciam, no começo da trama. Começou do início, é como se o jogador tivesse a mesma relação que o Joel tem com a Ellie, nós poderíamos construir a relação entre esses personagens. E se fizéssemos certo, nós conseguiríamos fazer o jogador sentir essa afinidade que Joel tem”.

Foram escolhidos para interpretar os papéis de Joel e Ellie, no jogo, os atores Troy Baker e Ashley Johnson, respectivamente, ele mais novo que o personagem e ela mais velha. Ainda assim, ambos entregaram performances memoráveis no jogo, em que ambos chegaram inclusive a ser indicados a vários prêmios de atuação.

Estados Unidos visto de forma única

O mundo foi reimaginado. Druckmann quis deixar de lado a ideia batida de um apocalipse zumbi e imaginou um local afetado pela pandemia. Inicialmente seria algo como uma gripe e mostraria como os seres humanos lidavam com essa doença. Mas, segundo o próprio Druckmann, aquilo mataria um jogo de ação e aventura, um mundo sem infectados aos moldes de um clássico zumbi. Então os monstros voltaram à planilha.

Até que um dia Bruce Straley e Neil viram um vídeo da BBC, que fala sobre um fungo capaz de infectar o cérebro de uma formiga e controlá-la como uma marionete, podendo se proliferar por toda uma colônia de insetos, o Cordyceps. Então veio a ideia: “E se o fungo conseguisse controlar humanos?” 

O conceito dos infectados foi considerado único, apesar da criatura ser uma variante do zumbi clássico, ainda possuía características únicas, como se espalhar não só com mordidas, mas através dos esporos produzidos pelo fungo, além de possuir estágios conforme a infecção for se espalhando.

  • Uma das artes conceituais com uma cidade arrasada, repleta de sobreviventes. Naughty Dog/Reprodução
  • Cidades dominadas pela vegetação, assim como diz o livro "O Mundo Sem Nós". Naughty Dog/Reprodução
  • Arte conceituais da cidades dominadas pela natureza. Naughty Dog/Reprodução

A pandemia gerada pelo Cordyceps impactou fortemente o mundo do jogo, gerando um cenário pós-apocalíptico inspirado pelo livro de Alan Weisman, de 2007, O Mundo Sem Nós. A obra imagina o que ocorreria com a Terra caso os seres humanos desaparecessem. O jogo faz ensaio com maestria mostrando cidades debaixo d’água, com vegetação crescendo dentro, ao redor e ao longo dos prédios, cidades vazias, carros abandonados e prédios tombados.

“Os últimos de nós”

Lançado em 2013, sendo o último título exclusivo para Playstation 3, The Last of Us foi um sucesso com pouco mais de 8 milhões de cópias vendidas no console, e sendo indicado a 240 prêmios ao longo do ano, desde melhores performances a roteiro. O jogo foi tão importante para a Sony, que no ano seguinte ele recebeu uma remasterização para o recém-lançado Playstation 4.

O game recebeu uma DLC (Conteúdo por download, normalmente pago) chamada The Left Behind, a história é paralela à principal, e traz Ellie e a melhor amiga, Riley, em uma aventura em um shopping.

A dúvida sobre uma possível sequência pairou sobre a comunidade dos jogos, já que o próprio diretor disse que só voltaria com a história caso houvesse algo para contar no universo. E, felizmente, havia. A sequência saiu em 2020 no auge da pandemia de covid-19, depois de alguns adiamentos e rumores.

Assim, The Last of Us Part II dividiu opiniões sobre a história, trazendo dessa vez a Ellie como personagem central da trama. Mas, a continuação conseguiu a marca de ser o jogo mais premiado da história.

“A adaptação”

Com o peso de títulos exclusivos na mão, a Sony Playstation resolveu fundar uma produtora para adaptar jogos em novos formatos, focados no público que consome séries e filmes. Já foram confirmados filmes de Death Stranding (2019) e Ghost of Tsushima (2020), além de uma série de God of War (2018). 

Curiosamente, os dois primeiros jogos que ganharam adaptação pertenciam a Naughty Dog: o filme de Uncharted (2021), estrelado por Tom Holland e Mark Wahlberg e a série de The Last of Us, estrelada pelo astro de The Mandalorian, Pedro Pascal e a atriz mirim, que foi sensação em Game of Thrones, Bella Ramsey.

A série não é necessariamente uma adaptação fiel ao jogo, contém algumas adições e exclusões, mas é considerada um dos produtos mais bem transferidos de uma mídia para a outra.

Durante o primeiro episódio é possível ver o cuidado da produção, já que existem cenas que são quadro a quadro semelhantes ao jogo, algo que poderia ter modificações caso o roteiro não fosse também do diretor do jogo. Os atores também aparecem na série, com pequenas participações. Troy Baker, como um assecla do vilão David, e Ashley Johnson, como a mãe de Ellie.

Todos os nove episódios da primeira temporada de The Last of Us estão disponíveis no serviço de streaming HBO Max.

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