Prevista para ser realizada em janeiro passado, junto à gerência do Centro Cultural Três Poderes, a mostra Realidade virtual brasiliense, que terá abertura hoje, no Panteão da Pátria, foi afetada pelos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. "A mostra tem novo significado para nós. O Panteão, criado depois da ditadura militar, para homenagear quem lutou pela liberdade do país, foi reaberto depois de ataques de terroristas que queriam a volta dos militares ao poder. E são nossos filmes lá. No mês da mulher estamos levando um filme sobre uma enfermeira, a classe achacada por fanáticos nessa mesma Praça dos Três Poderes. Com exceção de Água de beber, todos os filmes são protagonizados por mulheres e a mostra acontece justo no mês de março. Cada vez mais, em conversas, percebemos as camadas de simbolismo que culminam com essa mostra de filmes de realidade virtual brasiliense", explica Henrique Siqueira, um dos organizadores do evento.
Notada como um cartão de visitas da capital, a mostra terá 12 filmes no total, a grande maioria com atores locais. "A mostra traz o diferencial de ocupar espaços públicos e explorar patrimônios arquitetônicos e históricos como o Panteão da Pátria, unindo cultura, turismo e economia criativa por meio da realidade virtual", celebra Ana Arruda, também nos bastidores das exibições.
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Prevista a visitação por ordem de chegada, a mostra possibilitará ao público — disposto em cinco estações de equipamentos — a escolha entre as atrações catalogadas. "Como a média de tempo de cada experiência fica entre cinco e sete minutos, é possível ver várias obras dependendo do fluxo de público no momento. Teremos ainda alguns agendamentos de escolas e faculdades, feitos em turmas", observa Filipe Gontijo. "Teremos uma equipe especializada em eventos de realidade virtual para proporcionar uma experiência tranquila, segura e confortável seja para quem terá sua primeira investida ou para quem já tem mais intimidade com as novas tecnologias", completa Ana Arruda.
Geralmente difundidos entre público de nicho, de tecnologia — com arte e cinema — o novo filão de filmes se aproxima agora do público geral. "Neste ano, daremos o próximo passo, com uma série de experiências em realidade virtual voltada para o público idoso", explica Filipe Gontijo. No pacote de filmes a serem vistos no Panteão, há fitas representativas, como Brasília Patrimônio Mundial. "Ele é uma espécie de passeio que tenta levar a pessoa a sentir um pouco como é viver na capital, vai além dos monumentos e traz gente que vive e ama nossa cidade. Claro que nesse passeio, conduzido pela brasiliense Gabriela Correa, vai ser difícil não olhar para os lados no Salão Verde do Congresso e reparar como era o local meses antes de ser invadido e depredado", observa Gontijo.
Os filmes da mostra foram dirigidos em dupla e abraçam uma filosofia comum. "Levamos o espectador para lugares ricos visualmente, mas não propomos aventuras de embaralhar o labirinto e tontear o povo. Há algo de existencial em cada uma das histórias", pontua Gontijo. A Caixote, produtora de todos os filmes do evento, pelo que adianta Ana Arruda, traz filmes com personagens reais vivendo Brasília de forma poética. "Há a experiência que fala de amizade e traz Isabella Manara e Maria como personagens em paisagens como Ponte JK e em meio a parques da cidade, valorizando essa diversidade de cenários. O passeio na roda gigante da cidade segue essa linha", explica Ana Arruda.
Depois da estreia no Catetinho, o curta Água de beber terá a exibição de estreia em mostras. "As gravações aconteceram em 2022 e foi muito legal ver o público do Catetinho viajar no tempo e ver um 'museu vivo'", conta Henrique Siqueira. A patrona da enfermagem, Ana Nery (interpretada por Carolina Monte Rosa), também é outro ícone nacional representado na mostra. As produções mais experimentais da mostra foram criadas em parceria com a Sétima Cinema, a partir dos laboratórios internacionais imersivos. Há experiências conduzidas pela produtora Caixote em parceria com artistas de outros países em laboratórios do Festival Curta Brasília, numa medida de potencializar Brasília como polo internacional de cinema e economia criativa.
"Houve junção das forças da Sétima Cinema com a Caixote, num circuito de produção, exibição e também de cocriação de obras filmadas no DF e em outros países como é o caso de Políticas da Natureza — Viva água e Conexão Brasília Amsterdã, em parceria com a Embaixada do Reino dos Países Baixos e ainda outros parceiros holandeses", conta Ana Arruda, reforçando o caráter inventivo desde a gênese presente na capital.
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Realidade virtual brasiliense
No Panteão da Pátria (Praça dos Três Poderes). Aberta ao público, nesta quinta (23/3) e na sexta, das 9h as 18h. Sábado e domingo, das 9h as 17h. Entrada franca.
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