Artes cênicas

Monólogo de Rosana Stavis reflete sobre a morte e solidão

Em peça em cartaz no CCBB, Rsoana Stavis vive uma mulher que aguarda um enterro enquanto reflete sobre a vida

Nahima Maciel
postado em 16/03/2023 10:19 / atualizado em 16/03/2023 10:26
 (crédito: Renato Mangolin)
(crédito: Renato Mangolin)

No palco, a atriz Rosana Stavis pouco se movimenta. É da mente de sua personagem que sai toda a cena. Enquanto fala, ela precisa deixar claro para o público que tudo é pensamento e se passa enquanto a personagem caminha rumo ao enterro de dois amigos. A aforista, peça dirigida e com texto de Marcos Damasceno, foi um dos maiores desafios da atriz. Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o espetáculo é um monólogo no qual brotam memórias, histórias e pensamentos entrecortados enquanto dois pianistas executam uma música, que é o único ponto de diálogo de Rosana.

Foram oito meses de trabalho e ensaios até Rosana encontrar o tom da personagem. "Tudo se passa na mente dela", explica. "Nessa caminhada em direção ao enterro, a mente dela traz várias memórias, histórias, pensamentos entrecortados. O desafio é estar parada em cena, falando como se dá nosso pensamento. Uma hora fala sobre um assunto, vai pra outro, volta, e essa confusão, esse caos mental, se dá em cena". A mistura de reflexões jogada para a plateia pode ser trágica ou engraçada, mas nunca deixa o espectador indiferente. "Às vezes o público ri muito, mas às vezes chora, porque ela fala do relacionamento com esse dois amigos pianistas, sobre a vida, sobre ela própria, sem nunca se dirigir ao público", conta a atriz.

O texto, escrito pelo próprio Marcos Damasceno, é complexo. Sem linearidade, obriga Rosana a realmente mergulhar no que seria um fluxo livre de pensamento, caoticamente organizado para ser transmitido à plateia. São vários assuntos ao mesmo tempo e o que mais se aproxima de um diálogo é a interação de Rosana com os dois pianos tocados ao vivo durante o espetáculo. "Ela vai dialogando fisicamente com a música. E, quando para o piano, é o pensamento dela que acelera. Às vezes, tem uma tentativa de se cantar, mas com o pensamento dela, a música acaba se desconstruindo", explica.

As músicas foram compostas para o espetáculo e trazem construção bastante contemporâneas, com uma certa complexidade que, eventualmente, faz um contraponto com a encenação.

Serviço

A Aforista

Direção: Marcos Damasceno. Com Rosana Stavis. Hoje, amanhã e sábado, às 20h, e domingo, às 19h, no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia) no www.bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB Brasília. Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos.

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  • Peça A aforista, com Rosana Stavis, no CCBB, da Cia. Stavis-Damasceno
    Peça A aforista, com Rosana Stavis, no CCBB, da Cia. Stavis-Damasceno Foto: Renato Mangolin
  • Peça A aforista, com Rosana Stavis, no CCBB, da Cia. Stavis-Damasceno
    Peça A aforista, com Rosana Stavis, no CCBB, da Cia. Stavis-Damasceno Foto: Renato Mangolin
  • Peça A aforista, com Rosana Stavis, no CCBB, da Cia. Stavis-Damasceno
    Peça A aforista, com Rosana Stavis, no CCBB, da Cia. Stavis-Damasceno Foto: Renato Mangolin
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