O rapper Emicida, autor do livro infantil Amoras, usou as redes sociais na noite desta terça-feira (7/3) para desabafar sobre o recente ataque que a obra sofreu por uma mãe de um aluno em Salvador. As páginas do livro foram riscadas com salmos da Bíblia e ofensas a trechos sobre orixás. Emicida disse que esta não é a primeira vez que o livro é atacado. "Minhas reações já foram várias. No começo, imaturo, eu fiquei com raiva e levei para o pessoal, mas era uma questão muito maior. Então, eu fiquei triste porque é de entristecer viver entre radicais que se propõem a proibir e vandalizar livros infantis. Livros. Sobretudo um tão inofensivo como esse, Amoras. Quer dizer inofensivo para os não racistas", disse.
Emicida ainda ressaltou a importância do livro, que conta a história de uma menina negra de cinco anos. "[O livro] é uma grande vitória. A tristeza é por essas pessoas que querem que a sua religião, no caso o cristão, protestante, conhecidos como evangélicos, seja respeitada, e deve ser respeitada, mas não se predispõem nem por um segundo a respeitar outras formas de viver, de existir e de manifestar sua fé", disse. "Quando eu digo que o livro é uma grande vitória, não é só por ele ter se tornado um best seller. Ele é uma vitória porque ele joga luz em um assunto crucial", continuou.
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Por fim, o artista agradeceu o apoio que recebeu e cobrou que cristãos rechacem esse tipo de atitude de intolerância. "Eu gostaria de ouvir a indignação de vocês ecoando em seus templos", afirmou.
O livro Amoras foi riscado com dizeres como de que orixás seriam "anjos caídos". A mãe do aluno ainda disse que teria uma outra versão da história da escravidão, na parte do livro que fala sobre Zumbi dos Palmares. A mulher ainda atacou o próprio Emicida, ao dizer que o nome dele era a junção de "MC" com "homicida". À TV Bahia, a mulher, que não quis se identificar, negou que tenha praticado intolerância religiosa. Ela disse que só quis apresentar um "contraponto".
O livro Amoras foi publicado em 2018 e é o primeiro trabalho do artista dedicado ao público infantil. Na história, uma garotinha reconhece sua identidade a partir de uma conversa com o pai, debaixo de uma amoreira. Com referências à cultura e à resistência negra, o livro fala sobre representatividade e negritude com as crianças.
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