Poucos artistas são tão certeiros no primeiro projeto da carreira como Tom Odell. Apesar da espera de uma década, o primeiro single lançado pelo cantor se tornou, em 2022, um sucesso mundial. A música Another love, graças ao TikTok, viralizou na internet e rendeu a Tom um dos maiores feitos da carreira — agora, ele faz parte do seleto "clube do bilhão", do Spotify, uma lista com apenas 370 músicas que chegaram ao marco de 1 bilhão de reproduções na plataforma de streaming.
Para Tom, foi surpreendente ver a proporção que Another love tomou em tão pouco tempo. "Eu não esperava que a música seria tão grande quanto se tornou. Em alguns momentos, é difícil compreender o quão longe ela foi", revela o cantor britânico em entrevista ao Correio. "É interessante que, quando a música foi lançada em 2013, eu sentia que ela não cabia em nenhum lugar. A forma que as pessoas escutavam música naquela época era diferente da forma que ouvimos agora, e eu sentia que as pessoas sempre tentavam me colocar numa caixa, mas não sabiam em qual colocar. Por esse motivo, ela nunca encontrou seu tom certo", avalia. No TikTok, a faixa se tornou uma espécie de hino do povo ucraniano durante a invasão da Rússia ao país. Versos como: "Quero chorar e quero amar / Mas todas as minhas lágrimas se esgotaram" se tornaram trilha sonora de vídeos que retratavam a dor dos ucranianos.
Agora, impulsionado pelo sucesso repentino, Tom Odell aposta em uma nova faixa. Butterfly, parceria com a cantora norueguesa Aurora, se deve à mesma rede social que deu uma nova vida à Another love. "Eu sou fã da Aurora. Nós nos conectamos pelo TikTok e começamos a conversar", conta. Segundo Tom, Aurora era a cantora ideal para a colaboração. "Foi um processo muito leve e uma chance maravilhosa de trabalhar com alguém que me inspira. Ela é ótima e uma alegria de se trabalhar", elogia o músico. Os artistas trabalharam na música, já esboçada por Tom, juntos em um estúdio em Londres. "Ela trouxe Butterfly à vida. A música era uma lagarta e a Aurora a transformou em uma borboleta", afirma o britânico, fazendo referência ao nome da faixa ("Borboleta", em tradução ao português).
A canção, lançada como um single avulso, quase chegou a fazer parte do mais recente álbum de Tom Odell, Best day of my life. "Eu sinto como se Butterfly fizesse parte do mesmo esboço de trabalho, além de ter sido gravada na mesma época que o álbum", pontua. No entanto, o britânico preferiu não incluí-la no disco por ser "muito parecida com as demais faixas".
O projeto, lançado em outubro de 2022, é um dos mais vulneráveis da carreira de Tom Odell. Na música que dá nome ao trabalho, o cantor chega a cantar versos como: "Ontem à noite, tudo que eu queria fazer era morrer / Agora, estou feliz em apenas estar vivo". "O lugar em que eu escrevo músicas, para mim, é um lugar de confissão e de não julgamento", explica o músico. "Com um piano ao fundo, ou qualquer instrumento, eu sinto que sou capaz de me expressar melhor, de forma muito mais iluminada que eu conseguiria em uma conversa", complementa. Tom, inclusive, acredita que a dificuldade em se expressar em conversas tenha sido o principal motivo pelo qual começou a compor músicas. "As vezes eu me pergunto se minha vida seria melhor se eu achasse mais fácil ser vulnerável na minha vida e com as pessoas ao meu redor, mas não tão bom nas minhas músicas", ri.
Como maneira de mesclar a vulnerabilidade das composições do disco com a música, Tom se propôs a gravar todas as faixas acompanhado de apenas piano. "Eu intencionalmente botei essa limitação de não me permitir usar nenhum outro instrumento. Eu toco piano desde os meus seis ou sete anos e eu sempre quis fazer um álbum composto puramente por piano e voz e, neste álbum, me pareceu um ótimo desafio", assegura. "Eu acho que o piano traz um sentimento de nostalgia. É um instrumento que herda uma melancolia, então existe uma tristeza nele que talvez não exista no som de uma guitarra elétrica, não tanto quanto no piano", opina. "É o instrumento em que eu melhor consigo me expressar, então acho que aprendi a usá-lo para dizer algo", completa.
Além da relação íntima com o piano, o britânico afirma que definir limitações musicais foi essencial para o processo de criação do disco. "O que eu aprendi com esse disco é que, por meio da limitação, você encontra muita identidade no seu trabalho, porque você é forçado a usar um instrumento de uma forma que você talvez não usaria normalmente. Isso muda a forma que você compõe, a forma que você usa sua voz. Eu aprendi que limitação é uma parte importante de fazer arte", declara.
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Paixão pelo Brasil
Ao contrário da maioria dos artistas, as experiências de Tom Odell no Brasil, até então, foram de lazer. "Eu viajei pelo Brasil por três semanas, em 2018, e passei muito tempo no Rio de Janeiro. Eu me apaixonei completamente por lá e, desde então, tenho tentado voltar", diz. Em novembro passado, o britânico havia marcado uma apresentação única em São Paulo, que acabou sendo cancelada por questões de logística. "Eu mal posso esperar para finalmente fazer um show no Brasil. Significa muito para mim que as pessoas querem que eu vá me apresentar aí, e eu sou muito grato pela paciência do público", garante.
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