Na véspera de uma homenagem, com um prêmio Goya especial, pelo conjunto da obra, o diretor espanhol Carlos Saura morreu, nesta sexta (10/2), aos 91 anos, em Madri (Espanha). Ano passado, quando se intensificaram problemas respiratórios agravados por um AVC, Saura concebeu a última obra, As paredes falam. Na carreira, obteve reconhecimento internacional, assinando obras destacadas nos festivais de Veneza, Berlim e Cannes, além de brilhar com indicações ao Oscar de melhor filme internacional.
Para além da vida pessoal, em que teve sete filhos com quatro companheiras, Saura ficou consagrado pelo esforço numa obra amplamente apoiada em elementos de personagens dependentes das tradições de família e ainda por um intenso veio de comunicação com a dança e outras artes. O braço musical rendeu fitas como Flamenco (1995), Amor bruxo (1986), Tango (1998), Carmen (1983), Bodas de sangue (1981) e Fados (2007).
Com o filme Dispara, ele disputou o Festival de Veneza de 1993, numa das três ocasiões em que foi selecionado. Com Depressa, depressa (1981), esteve na briga pelo Urso de Ouro, em Berlim (no qual integrou mais duas seleções oficiais), e, em Cannes, tomou parte de oito disputas, com filmes como Elisa, minha vida (1977). Outros filmes fundamentais à carreira de Saura foram Ana e os lobos (1972), Cria cuervos (1977) e Mamãe faz 100 anos (1979).