Jornal Correio Braziliense

Música

Sem Anitta vencedora, Grammy Awards teve gostinho agridoce

Cerimônia realizada no domingo (7/2) teve presença de Anitta, mas a brasileira não levou o prêmio de Artista Revelação

A 65ª edição do Grammy Awards, realizada no domingo (5/2), teve um gostinho especial para os brasileiros. A premiação internacional, conhecida como o principal prêmio de música do mundo, teve a cantora Anitta como indicada a um dos principais prêmios da noite, Artista revelação. Com a nomeação, a carioca quebrou um hiato de quase 50 anos sem brasileiros nomeados às categorias centrais da maior noite da música mundial.

Após se tornar um dos maiores nomes da música nacional, Anitta começou a trilhar uma próspera carreira internacional, que culminou com o sucesso de Envolver. A música, lançada no final de 2021 como um dos singles do disco Versions of me, explodiu ao redor do mundo e consagrou a carioca como primeira artista latina solo a alcançar o 1° lugar das 200 músicas mais ouvidas do Spotify, principal plataforma de música atual.

Desde então, a artista tem sido marca registrada em premiações internacionais, levando para casa troféus em cerimônias importantes como as do Video Music Awards (VMA) e American Music Awards (AMA). No entanto, no Grammy, quem saiu vencedora do prêmio de Artista revelação foi a cantora norte-americana Samara Joy, conhecida como "a nova promessa do jazz". Apesar da perda de Anitta, a cantora, mais uma vez, deixou o nome marcado na história da música brasileira.

Para além do clima de festa dos brasileiros, a cerimônia de domingo acabou se tornando palco de controvérsias, fenômeno que tem se repetido nas últimas edições da premiação. Uma das maiores polêmicas deste ano foi o prêmio de Álbum do ano, que teve como vencedor Harry's house, do britânico Harry Styles. A vitória gerou repercussão negativa na internet, já que a crítica especializada apontava Beyoncé, com Renaissance, e Bad Bunny, com Un verano sin ti, como favoritos.

Mesmo com a derrota na categoria, Beyoncé se consagrou, no último domingo, como a maior vencedora do Grammy da história. Ao vencer a 32ª estatueta da carreira, a cantora ultrapassou o recorde do maestro Georg Solti, ganhador de 31 troféus da premiação. A conquista da diva pop foi agridoce — Beyoncé saiu vencedora de quatro prêmios, mas perdeu as três indicações que recebeu para as demais categorias principais, Álbum do ano, Gravação do ano e Música do ano.

Ao longo da carreira, a artista foi vencedora de um prêmio central apenas uma vez, em 2010, quando ganhou Música do ano, por Single ladies. Entre os 32 prêmios, Beyoncé acumula majoritariamente vitórias em categorias urbanas, de R&B e rap, em detrimento dos prêmios principais. No caso da categoria Álbum do ano, por exemplo, é a terceira vez que Beyoncé é indicada e perde.

Já o porto-riquenho Bad Bunny fez história apenas com a indicação: Verano sin ti foi o primeiro disco em espanhol a ser indicado à categoria Álbum do ano na história do Grammy. Inclusive, o artista foi o primeiro a ser nomeado nesta categoria tanto no Grammy Awards quanto no Grammy Latino, premiação que teve o cantor como o artista mais nomeado da edição, com 10 indicações. Apesar de ter sido sucesso de crítica e 1° lugar durante 13 semanas na Billboard 200, principal lista musical do mundo, o disco não foi o escolhido pela academia como Álbum do Ano.