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CCBB apresenta retrospectiva cinematográfica de Steven Spielberg

Num ano de forte visibilidade, Steven Spielberg tem retrospectiva no CCBB, com exibição de 31 filmes feitos desde os anos de 1970

Ricardo Daehn
postado em 08/02/2023 06:00
 (crédito:  Fox Filmes/Divulgação)
(crédito: Fox Filmes/Divulgação)

No ano em que, na esfera do Oscar, Steven Spielberg, 76 anos, crava a 22ª indicação, com o filme mais pessoal que já fez (Os Fabelmans), esse diretor das fantasias e aventuras juvenis, indissociável ao cinema moderno, ganha uma retrospectiva de 31 filmes, a partir de hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A capacidade de iludir, em Spielberg, é uma senha para o mundo do cineasta, por vezes, dono de um imaginário semelhante a Walt Disney: há desde o menino-robô que luta por uma identidade humana ao mundo dos dinossauros, postos em perigo, pelos humanos; passando pelo rapaz que não pretende crescer (em Hook) e desembocando no horror do preconceito racial (casos de Amistad e A cor púrpura). Isso sem contar com os perigos nos céus, terra e mar — num pacote de referências a filmes como Império do Sol, A lista de Schindler (com o qual instruiu quase 75% das crianças norte-americanas sobre a existência do Holocausto) e O resgate do soldado Ryan.

Integrante da segunda geração da Nova Hollywood, dos cineastas com "estilos pessoais", ao lado de baby boomers como Martin Scorsese, George Lucas, Terrence Malick e Brian De Palma — como ressalta o escritor Peter Biskind, no livro Como a geração sexo, drogas e rock and roll salvou Hollywood —, Spielberg é sinônimo de perpétuo lucro: só no mercado americano, E.T. — O extraterrestre (1982) rendeu US$ 220 milhões. John Milius, colega de profissão, naquele livro relembra que "Spielberg estava sempre falando sobre bilheteria e renda". Afora cifras, E.T. traz modelo de uma obsessão do diretor: colocar seres (que não humanos) numa tentativa de "integrar os homens", como foi o caso do animal enfiado na Primeira Guerra Mundial, Cavalo de guerra (2011).

Vencedor de prêmios máximos como o Irving Thalberg (conferido pela academia que vota o Oscar) e o Cecil B. DeMille (da patota do Globo de Ouro), o sentimental Spielberg ama impulsionar enredos de solitários que se tornam vencedores e ainda luta, na tela, para harmonizar elementos como ciência e sentimento. 

Em 1969, a troca da universidade pela prática no audiovisual se deu com o ingresso de Spielberg na tevê, por meio de contrato com os Universal Studios. O feito veio em função de uma fita, em 35mm, possibilitada por empréstimo de US$ 10 mil: Amblin (1968), sobre caroneiros em viagem com toques amorosos. As investidas em fitas que traziam aparatos tecnológicos e abordagens sobre reconstrução lixo eletroeletrônico devem algo ao passado do mestre, cujo pai era engenheiro de software, ligado a empresas como RCA e IMB. Sagitariano, Spielberg, aliás, deve muito à família que estimulou o nerd ("tímido e inseguro"), capaz de se manter à distância do desbunde da era dos hippies, nas investidas dos filmes de guerra, em Super-8, feitos com colegas amadores. 

Passado meio século desde a feitura de Louca escapada (1974), aos 26 anos, Spielberg ainda padece, como alardeia, com a sina que cercou o personagem cineasta (Woody Allen) de Memórias (1980), volta e meia, apto a escutar, pelas ruas: "Nós gostamos de seus divertidos primeiros filmes". Nada mal para o criador de Tubarão, antevisto por George Lucas, nos storyboards, como "maior sucesso de todos os tempos", e que seguiu estrada surpreendente em filmes que beberam de cartoons de Chuck Jones e das animações de Disney, como Os caçadores da arca perdida (1981), E.T e As aventuras de Tintim (baseado em Hergé).

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  • Steven Spielberg, ao lado da esposa Kate Capshaw, 
em 2022, durante a entrega dos prêmios Oscar
    Steven Spielberg, ao lado da esposa Kate Capshaw, em 2022, durante a entrega dos prêmios Oscar Foto: ANGELA WEISS
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    "A.I. Inteligência artificial Foto: Reprodução
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