Pré-venda e expectativa para produtos culturais não são exclusividade de ingressos para shows e novas temporadas de séries. No mundo dos livros, também há espaço para a ansiedade do que vem por aí. Para saciar a expectativa de leitores engajados, o Correio preparou uma lista de títulos recém-lançados ou em situação de pré-venda que estão na programação das editoras nacionais. Confira o que vale a pena ler nesse comecinho de 2023.
Pureza
De Garth Greenwell, Todavia, 224 páginas. R$ 74,90
Em pré-venda e com lançamento marcado para amanhã, Pureza é o segundo livro de Garth Greenwell publicado no Brasil e traz a história de um professor americano em Sófia, capital da Bulgária, que acaba de romper um relacionamento com um jovem. Especializado em estudos literários LGBTQUA , Greenwell é também um dos nomes mais promissores da literatura contemporânea norte-americana. O livro foi escrito em Sófia, onde o autor dava aulas no American College, a mais antiga instituição educacional americana fora dos Estados Unidos. O que te pertence, publicado em 2019 no Brasil, é considerada por muitos críticos o romance gay da contemporaneidade.
Ioga
De Emmanuel Carrère, Alfaguara, 272 páginas. R$ 79,90
Carrère é um dos autores mais interessantes da literatura contemporânea francesa quando se trata de autoficção. O 16º livro do autor traz um relato inicialmente planejado para ser um "livrinho simpático e perspicaz", mas que acaba por se transformar em uma espécie de descida aos infernos. Em 2015, o autor decidiu realizar um retiro de ioga. Deixou para trás celular e computador, mas levou um caneta e caderninho com a intenção de tomar notas para o ensaio. No meio dos exercícios e meditações, os atentados ao Charlie Hebdo sacudiram Paris e Carrère perdeu um amigo. De volta à cidade, a ansiedade, a depressão e o medo tomaram conta do escritor. Ioga, em pré-venda na Alfaguara e previsto para fevereiro, é sobre esse misto de busca do equilíbrio e da vida que se impõem tragicamente.
Aniquilar
De Michel Houellebecq, Alfaguara, 480 páginas. R$ 99,90
Uma história familiar, a descoberta de uma doença, a França mergulhada em um jogo eleitoral no ano de 2027, personagens que parecem encarnar figuras reais, menos niilismo e mais otimismo, o oitavo romance do francês Michel Houellebecq começa como se fosse um thriller político e termina com uma redenção pouco comum na obra do autor. Paul Raison é um funcionário da administração pública francesa, conselheiro e confidente do ministro das finanças de um governo que lembra o de Emmanuel Macron, mas não o cita diretamente. Enquanto vídeos de deep fake viralizam na internet com a cabeça do ministro cortada por terroristas e atos de terror se espalham aqui e ali, incluindo um massacre de imigrantes, Raison precisa lidar com o papel central de seu chefe na reeleição de um títere escolhido pelo presidente em exercício.
Satisfação
De Nina Bouraoui, Paris de Histórias, 160 páginas. R$ 55
Publicado originalmente em 2021, o 18º romance da autora francesa chega ao Brasil com uma narrativa comovente em primeira pessoa que dá voz a Madame Akli, francesa casada com um argelino que adota a Argélia como país no momento de descolonização e anos depois de uma guerra de independência que durou quase uma década. É um país tão ferido quanto a própria personagem que Bouraoui propõe ao dar voz a uma mãe e mulher que questiona os papéis aos quais acabou atrelada. Ganhadora de prêmios importantes como o Renaudot, o Inter e o Femina, a autora é filha de pai argelino e mãe francesa, nasceu na Bretanha e assume influências de nomes como Marguerite Duras e Annie Ernaux, ganhadora do Nobel de 2022.
Depois que as luzes se apagam
De Tadeu Rodrigues, Editora Nos, 128 páginas. R$ 62
O encontro entre um porteiro ex-artista de circo e um menino marca uma narrativa de reflexão sobre respeito e amizade. O menino Estevão tem uma condição que o impede de deixar o Edifício Fabuloso, no qual trabalha o porteiro que é também um ex-palhaço e se dedica a narrar as memórias para o menino. As lembranças do artista acabam por inundar a imaginação da criança e a ajudá-la a realizar viagens imaginárias.
Beleza e tristeza
De Yasunari Kawabata, Estação Liberdade, 282 páginas. R$ 68
Oki vai a Kyoto para assistir às badaladas do ano-novo, uma tradição, e é invadido pelas próprias memórias. Na cidade mora Otoko, com quem teve um relacionamento anos atrás. Na época, a mulher era uma adolescente e Oki, um homem casado e com filhos. A menina engravidou, mas o bebê morreu ao nascer. Anos depois, quando recebe o telefonema convidando para a cerimônia das badaladas, Otoko elabora um plano. É sobre o tempo e seu efeito sobre as relações esse romance publicado originalmente em 1964. Metáforas sensoriais, o universo feminino, a sensualidade e a tragédia são ingredientes frequentes na obra da Yasunari Kaeabata, o primeiro autor japonês a ganhar o Nobel de Literatura, em 1968.
O coração que chora e ri
De Maryse Condé, editora Bazar do Tempo, 184 páginas. R$ 62
Vencedor do prêmio Marguerite Yourcenar e publicado originalmente em 1999, o romance é um livro de memórias da própria autora. Maryse nasceu em Point-à-Pitre, na Guadalupe, um departamento ultramarino francês encravado no Caribe e fonte de todos os romances da autora. Nesse livro, ela acompanha a pequena Maryse, a infância em uma família burguesa, o desabrochar para a independência e para o conhecimento em Paris, a descoberta da própria identidade negra e o retorno às raízes.
Todos nós estaremos bem
De Sérgio Tavares, Dublinense, 192 páginas. R$ 59,90
Ganhador do Prêmio Sesc de Literatura em 2010 com o livro de contos Cavala, Sérgio Tavares lança agora um romance sobre o encontro entre um empresário que enriqueceu trabalhando para a ditadura militar e uma ex-guerrilheira que acabou presa, torturada e exilada. Com uma narrativa que envolve descrições explícitas de cenas de sexo homoafetivas, o romance de Sérgio Tavares foca numa geração que encarou a luta pela liberdade como uma questão de vida ou morte.
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