Há 13 anos, James Cameron apresentou ao planeta um mundo novo em que gigantes azuis viviam em harmonia com a natureza e a própria ancestralidade. Este planeta era chamado Pandora e o povo chamava-se Na'vi. Avatar fez história, apresentando até então algo jamais feito nos cinemas, um filme praticamente todo em computação gráfica e rodado com a tecnologia 3D. Não era apenas um longa, mas sim uma experiência, que rendeu mais de US$ 2,7 bilhões em bilheteria. Este mundo está de volta com a mesma magia e muito mais tecnologia com Avatar: O caminho da água, que estreia nesta quinta-feira (15/12) nos cinemas.
O novo filme acompanha a família de Jake Sully (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldana) que, após sofrer um baque, precisa encontrar um novo lugar para viver. O retorno de Quaritch (Stephen Lang), ainda mais disposto a se vingar de Jake, também coloca em risco o povo Na'vi e o planeta Pandora, sendo a água o refúgio para esses novos tempos.
O filme ainda promete mais uma vez revolucionar tecnologicamente os cinemas. Também foi rodado em 3D, em um processo que durou anos, e usou o que há de melhor disponível para criar imagens jamais vistas. "Cada ponto desse filme tem a intenção de fazê-lo um grande e épico espetáculo cinematográfico. Por isso, mesmo que não tenhamos o mesmo resultado que nosso antecessor de 2009, as pessoas que forem o cinema terão uma experiência única", afirma Jamie Flatters, em entrevista exclusiva ao Correio feita por via videochamada.
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Jaime é uma das adições ao elenco. Ele vive Neteyam, o filho mais velho do casal protagonista. O ator sente a responsabilidade que é fazer parte dessa história. "O primeiro filme foi um sucesso e, por conta disso, tive uma sensação de celebração por agora fazer parte da franquia. Porém, imediatamente depois vem uma responsabilidade gigante de trazer um novo personagem e adicionar algo para esse mundo que a gente ama tanto", afirma o ator, que confessa ter sentido medo diante da missão. "Medo é um excelente motivador, eu trabalhei muito por conta dele e por isso tudo deu certo", complementa.
Outro estreante, Jack Champion, que vive Spider, um dos poucos humanos do filme, crê que a sequência tem o potencial de sucesso do antecessor. "Eu acho que vai ser tão grande quanto o sucessor. Afinal, é como se fosse o primeiro filme com esteroides. Você vê mais, explora os personagens de outra forma e vê a evolução da história", explica o ator, também de forma exclusiva. O artista confia muito na capacidade cinematográfica de James Cameron. "Eu mal posso esperar para o público ver o que o Cameron e a equipe conseguem fazer com 13 anos a mais de tecnologia. É tudo muito absurdo", completa.
Contudo não só de tecnologia é feito Avatar, há uma boa história e uma bonita metáfora na tela. "Todos estão empolgados com a tecnologia, mas tem um ponto que ainda não está sendo discutido e espero que seja quando o filme sair que é: toda essa tecnologia está sendo usada para trazer a experiência mais épica, transcendental e surpreendentemente visual para uma audiência de novo", propõe Flatters. Ele acredita que o filme alcança algo além. "Um filme que faz referência à cultura aborígene e à sabedoria antiga que, no mundo que criou o filme, não é mais levada a sério e está sendo esquecida", acrescenta. "Para mim, é quase um milagre que o maior blockbuster de todos os tempos em Hollywood tenha na própria base uma mensagem centrada em temas tão espirituais", conclui.
"É um filme que tem sempre algo para todo tipo de público. Traz a mensagem de conservar o planeta e a natureza que está em volta, mas ao mesmo tempo acho que o tema desse longa é encontrar um lar na própria família, aprender a viver em unidade e passar pelas coisas ruins juntos", adiciona Champion.
Nova geração Na'vi
O mais interessante das entradas de Jack e Jaime no elenco é o fato de que ambos eram muito novos no lançamento do primeiro longa, há 13 anos. Jaime tinha 9 anos e Jack 4, quando Avatar virou fenômeno mundial. "Eu lembro bem do longa, porque foi um dos únicos filmes que eu fui assistir múltiplas vezes no cinema na minha infância. Isso, porque todos os meus amigo escolheram comemorar o aniversário assistindo Avatar no cinema", conta o mais velho. "Eu, infelizmente, não pude ver no cinema. Porém, lembro-me que quando estava fazendo as audições para as sequências de Avatar, eu assisti ao filme todos os dias por um mês", recorda Jack.
Jamie Flatters conta que reinterpretou o próprio papel como ator ao entrar para a saga. "Foi uma experiência muito divertida em que me doei muito. Você vê que, como ator, é muito limitado em relação à magnitude que a realidade que você está atuando pode alcançar", avalia. "Me fez questionar e reconsiderar a pureza do que você faz como ator e encontrar um lugar de mais alegria, brincadeira e imaginação. É tudo tão abstrato que você tem que criar sua própria realidade. Afinal, você não vê as estruturas físicas (no estúdio)", complementa. "Vendo o filme eu percebo que não imaginei um mundo inteiro enquanto gravava nas telas verdes, era um conceito muito grande. O que eu fiz foi aceitar o outro ator e o espaço e assim a realidade criava vida", conclui.
Diferentemente do colega, Jack Champion não analisa o filme apenas como uma experiência profissional. Por fazer um humano, ele passou quatro anos e meio em gravação, metade em captura de movimento e a outra metade atuando caracterizado em cenários de tela verde, sendo assim mais do que só atuação. "Eu cresci no set, tendo contato com o elenco e a equipe, isso foi um capítulo da minha vida", reflete o artista. "Minha forma de trabalhar foi moldada pelos últimos quatro anos, para mim, profissionalmente pareceram 40 anos. Trabalhar rodeado dos melhores dos melhores, fez com que eu crescesse como pessoa e ator da mesma forma que cresci fisicamente com a puberdade", completa.
O jovem, que também integrou o elenco da franquia Vingadores, é conhecido como o menino da bicicleta, que aparece logo no início do longa Vingadores Ultimato. "Eu soube que tinha conseguido chegar nos testes finais de Avatar no mesmo dia que consegui o papel em Vingadores Ultimato. É uma loucura fazer parte dessas duas sagas", comemora.
Os personagens segundo os atores
Por serem personagens novos na saga, os intérpretes explicam quem são Neteyam e Spider, protagonistas para o futuro da franquia Avatar, que segundo Cameron tem ainda mais cinco longas em fases diferentes de produção.
Neteyam
"Natayen é o filho mais velho de Jake Sully e Neytiri, então ele adota a ideia de que está lá para se tornar um líder. Ele é muito focado na comunidade e de exercer um papel de liderança, então a jornada dele é de fazer tudo para alcançar este posto. Isso é o que posso contar sem dar muitos spoilers", diz Jamie Flatters.
Spider
"Spider é um adolescente humano que nasceu em Pandora, mas foi abandonado. Ele cresce com os Na' Vi e com a família de Sully. Ele realmente quer fazer parte desse povo e dessa cultura. Integrante do núcleo principal, ele definitivamente é parte da ação e da história de forma grandiosa", fala Jack Champion.
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