Música

Um cortejo à ancestralidade Africana

O projeto Toques Percussivos apresenta seu cortejo de encerramento no Paranoá, às 10h, e na Ceilândia, ás 16h.

Cabaça ressecada e um manto de miçangas são os componentes necessários para a confecção do agbê, instrumento percussivo de origem ancestral Africana. Com esse instrumento os alunos do projeto Toques Percussivos, nesta sexta,  vão se apresentar em um cortejo carnavalesco de encerramento. O grupo passa pela Praça das Bíblias, às 10h, com a presença de Martinha do Coco e o grupo percussivo Batidas do Contorno. Além disso, às 16h, o cortejo carnavalesco segue para o Cio das artes, em Ceilândia, com a participação das filhas do Funk.

O projeto foi idealizado há dois anos, mas iniciou seus trabalhos efetivamente em outubro, pela iniciativa Agbelas, fundada pela artista e educadora Gio Paglia. Nas aulas, Gio ensinava seus alunos de forma gratuita as histórias dos ritmos brasileiros como o maracatu, samba, ciranda, marchinha e até o funk a partir dos movimentos do agbê, além de tocar em tópicos como a pauta religiosa e o respeito à ancestralidade africana.

A iniciativa Agbelas, antes do projeto, já oferecia aulas pagas sobre o instrumento, em um espaço no Plano Piloto ou pela internet, mas Gio se incomodava pela falta de acessibilidade que as aulas apresentavam. “Surgiu esse projeto com esse intuito de levar o agbê e as aulas de percussão, levar a história dos ritmos por meio desse instrumento para a população mais vulnerável, para o pessoal com deficiência, para pessoas pretas, para as pessoa LGBT, para as mães solo”, comenta a educadora.

Para além do projeto

A educadora pretende levar suas aulas e seu conhecimento para além de Brasília e prevê continuar com as aulas presenciais em Salvador, onde ela já havia realizado algumas oficinas. Além disso, Gio Paglia promete voltar para Brasília em um outro momento para continuar com o Toques Percussivos e realizar uma segunda edição. “O meu objetivo é continuar dando essas aulas em todos os lugares, e não só em Brasília, mas por todo o Brasil também”, explica a artista.