Música

Aos 80 anos, percussionista Djalma Correa passa por procedimento cirúrgico

Um dos mais importantes instrumentistas e estudiosos da música popular brasileira, Djalma fez 80 anos no dia 18 de novembro e segue hospitalizado

Correio Braziliense
postado em 25/11/2022 15:47
 (crédito: Reprodução Instagram)
(crédito: Reprodução Instagram)

Com 80 anos completos no último dia 18 de novembro, o percussionista e compositor Djalma Correa, um dos principais instrumentistas do país, passou nesta quinta-feira (25) por procedimento bem-sucedido de desobstrução de vias do fígado. O artista, que segue hospitalizado e busca diagnóstico e possibilidades de tratamento, pretende lançar um álbum duplo em 2023.

A intenção do novo álbum é ser guiado por música espontânea, livre, sem ensaios, fórmulas ou conceitos prévios. Devem ser lançados, também em comemoração aos 80 anos do músico, reedições em LP de álbuns como Candomblé, de 1977, e Baiafro, de 1978.

O músico fundou o grupo Baiafro em 1970 e acompanhou diversos cantores e grupos nacionais e internacionais, além de ter extenso trabalho de pesquisa sobre cultura afro-brasileira. Em 1964, Correa fez parte, ao lado de nomes como Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Tom Zé, do espetáculo Nós, por exemplo, que deu início ao movimento tropicalista brasileiro. Em 1976, acompanhou também o grupo Doces Bárbaros, formado por Gil, Gal, Caetano e Maria Bethânia.

Djalma trabalha com ritmos e instrumentos tipicamente brasileiros e inovou a percussão ao acrescentar novos elementos, além de música eletrônica, ao som da bateria. Fez trilhas sonoras de filmes e participou de diversos álbuns e turnês de cantores como Jorge Ben Jor, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Ele ainda possui um grande acervo de pesquisa e gravações sobre música e cultura popular brasileiras, principalmente de percussão afro-brasileira, e de ensaios e shows dos cantores que acompanhou pelo mundo.

O instrumentista nasceu em Ouro Preto, mas tem história em outros cantos do Brasil: em Belo Horizonte aprendeu a tocar bateria e começou a se apresentar em bailes de gafieira; em Salvador, se formou pela Universidade Federal da Bahia, estudando percussão e composição; e, no Rio de Janeiro, onde mora desde o fim dos anos 1970, protagonizou parcerias e lançou álbuns.

O novo álbum, com previsão de lançamento para 2023, deve reverberar experiências que Correa teve quando estudou com musicólogos famosos na UFBA, além da mistura de sonoridades dos grupos pelos quais passou.

 

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