Dois anos depois do primeiro filme, os fãs de Millie Bobby Brown poderão revê-la contracenando com Henry Cavill, em Enola Holmes 2. A sequência chegou à Netflix nesta sexta, 4, e, segundo a protagonista, "não é mais sobre os dramas de Enola, mas sim da detetive Enola Holmes".
No entanto, o segundo filme não se restringe às investigações da irmã de Sherlock Holmes (personagem de Henry). O amadurecimento da narrativa se reflete também no roteiro do longa, que é inspirado em um caso real de uma greve organizada por trabalhadoras de uma fábrica de fósforo em Londres, em 1888.
Na sinopse, a Netflix divulgou que a protagonista está prestes a largar sua carreira até que uma garota aparece com o primeiro caso oficial: encontrar a irmã desaparecida. Conforme a situação se mostra cada vez mais desafiadora, a personagem mergulha em um mundo novo e perigoso em Londres - de fábricas cinzentas a casas de show vibrantes.
O mistério descoberto pela detetive é inspirado na greve das Match Girls. A paralisação da fábrica de fósforos Bryant & May foi liderada por Sarah Chapman, personagem presente na trama, interpretada por Hannah Dodd.
Além de mais de 14 horas de jornada, as mulheres protestaram contra as condições insalubres de trabalho, em que tinham que conviver com o fósforo branco tóxico que estava no ar, contaminando seus alimentos e resultando em deterioração do maxilar e, nos piores casos, danos cerebrais.
CENÁRIO REVOLUCIONÁRIO. "Percebemos que deixamos Enola em 1885 e esse era o próximo grande evento histórico relevante. Pareceu-nos que, se ela se envolvesse com isso, poderia ser mais uma etapa da sua jornada em direção à emancipação", disse o diretor Harry Bradbeer.
Em entrevista ao Estadão, ele explicou que via a necessidade de inserir o universo da jovem Holmes em uma realidade diferente da dela, para reforçar o senso de irmandade e coletividade do poder feminino.
"É essencial trazermos esse pano de fundo no universo de Holmes, porque nunca foi tão relevante mostrar a potência das união das mulheres. A cena das garotas marchando foi muito impactante e todos sentimos a ressonância daquela força", afirmou Harry.
No transcorrer da trama, Enola descobre, por meio de um conselho de sua mãe, interpretada por Helena Bonham Carter, a importância de ter aliados. O diretor aponta que isso é ilustrado através da aproximação dos irmãos Holmes no segundo filme.
"Esse arco de aprender a cooperar e trabalhar com os outros foi o nosso tema principal. Isso passa pela greve das Match Girls, mas também por Sherlock. Essa relação nos permitiu construir uma história maior para ele", explica Bradbeer.
Henry Cavill explicou que, justamente por seu personagem ter mais espaço na nova trama, ele pôde dar vida a um Sherlock mais vulnerável que, diferentemente do primeiro, se permite aprender com a irmã mais nova.
"Enola tem uma chave, um canal emocional para o coração de Sherlock, ainda que ele seja mais solitário. No primeiro filme, vemos Enola sendo guiada por Sherlock e ele tem uma sabedoria que é catalisadora para o crescimento dela", analisa o ator.
"Mas, no segundo filme, é completamente o oposto. Ela está lhe ensinando as lições e isso, por si só, já é o maior aprendizado. De que ele não precisa ser tão sozinho e tem muito o que aprender com ela", revela.
A NOVA ENOLA. Ainda que seja uma nova trajetória de uma personagem mais amadurecida, Millie Bobby Brown avalia que sempre existiu um processo de identificação muito grande com sua protagonista e, no segundo filme, isso não mudou.
A atriz ainda revela a diferença entre essa personagem e a icônica Eleven, que ela interpreta em Stranger Things: "Eu e Enola somos muito parecidas, porque somos diretas e sinceras até demais, então sempre tenho algo a acrescentar na personalidade dela e nós duas crescemos".
"Diferentemente da Eleven, voltar para Enola é como retornar a um lugar familiar e confortável de maneira orgânica", celebra a artista.
Enola Holmes 2 tem roteiro de Jack Thorne e história assinada por Harry Bradbeer e Jack Thorne. Além de novos aliados e inimigos, o elenco também conta com David Thewlis, Louis Partridge, Susan Wokoma, Adeel Akhtar, Sharon Duncan-Brewster e Helena Bonham Carter. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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