Os jovens autores do Distrito Federal podem preparar os versos e as rimas. O II Prêmio Candanguinho está com inscrições abertas até 11 de novembro para receber poemas de crianças e adolescentes entre 6 anos e 17 anos. Dividido em três categorias — Infantil (de 6 a 12 anos), Juvenil (de 13 a 17 anos) e pessoas com deficiência (PCD de 6 a 17 anos) —, a segunda edição do prêmio será a primeira feita presencialmente e tem como objetivo incentivar a escrita e a leitura no DF.
Idealizadora do prêmio junto com o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, a escritora Beth Fernandes conta que, durante a primeira edição, realizada ainda em momento crítico da pandemia, os organizadores receberam 300 inscrições. "O que surpreendeu mesmo foi a qualidade do trabalho das crianças e adolescentes. Impressionante. A visão deles da vida e do mundo, o tanto que estão atualizados com o meio social. Abre os olhos da gente", conta. A intenção, ela explica, é criar políticas de estímulo à leitura e à escrita e formar novos artistas e leitores.
Para divulgar o prêmio entre o público apto a concorrer, uma caravana tem visitado as escolas do DF com artistas de slam da cidade, contadores de histórias, youtubers e influencers. "O objetivo do prêmio é estimular a leitura. Antes de escrever, esse jovem passa a ter outro olhar para a literatura, especialmente na questão do poema. Tudo pode ser poesia", explica Jones Schneider, do Instituto Cidade Céu de Arte, Educação e Cultura, que idealizou o prêmio. "O objetivo é fazer com que os jovens participem, leiam mais e desenvolvam o trabalho da escrita."
Poesia é o único formato aceito no Candanguinho, uma escolha que tem a ver com as formas de expressão na juventude e com a capacidade lírica de olhar para o mundo nessa idade. "Considerando que, dentro dessa faixa etária, o trabalho inclui também alfabetização e o contato das crianças com uma linguagem mais imagética, centrada na palavra, achamos que, com esse gênero, conseguiríamos abarcar todas as faixas etárias", diz a poeta e escritora Cristiane Sobral, curadora do Candanguinho. A escritora Beth Fernandes lembra que a escrita em versos é muito familiar para os jovens. "A gente achou que seria mais viável e que, talvez, pelo que a gente observava, com as batalhas de rima e os exercícios escolares, isso atrairia mais as crianças e jovens. Mas isso não impede que, no futuro, entrem outras categorias", garante.
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Além da familiaridade com a linguagem poética entre os leitores mais jovens, Cristiane aponta a popularidade do slam na periferia como um dos fatores que fizeram os organizadores do Candanguinho escolherem os versos como gênero para o prêmio. "Esse gênero está sendo disseminado com muita força e vimos como essa comunicação é muito direta com os jovens", diz. Outro detalhe do prêmio que ela aponta como importante é a inclusão da categoria PCD para jovens de 6 a 17 anos. Todos os participantes dessa categoria podem enviar as obras gravadas em áudio de até dois minutos e com não mais de 10 megabytes.
O júri vai selecionar 30 poemas para serem publicados em um livro com versão em braile e em um audiolivro. "É uma luta nossa a inclusão dessa categoria PCD por conta da necessidade urgente que temos de promover a inclusão em todos os concursos. Nas escolas, isso já tem sido uma luta muito antiga, cada vez mais a sociedade tem cobrado políticas públicas nesse sentido", diz a escritora, que é mãe de duas crianças com deficiência. "Vivo essa luta e vejo a necessidade de promover, cada vez mais, cidadania para as crianças."
O tema das poesias a serem selecionadas é livre e o texto deve ser inédito. Cada concorrente pode apresentar dois poemas e um júri formado por Isolda Marinho, Gracia Cantanhede, Beth Fernandes, Maurício Witczak e Sheila Gualberto Borges Pedrosa vai escolher os três melhores de cada categoria. O primeiro colocado receberá um smartphone, o segundo um tablet e o terceiro, um leitor de e-book. Não é preciso ser aluno da rede pública nem privada. Jovens que não estejam na escola também podem se inscrever no prêmio. "No último estudo da Codeplan, a população dos que não estudam nem trabalham é muito grande. E são pessoas que estão aí, que precisam ser puxadas. A ideia é que o prêmio atraia esses jovens e adolescentes a participar, se inteirar. Não só do DF, do entorno, porque temos um entorno muito rico e meio descolado de outras políticas".
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