Resistência contra o bullying em novo livro de Fabricio Carpinejar

A obra 'A menina alta', de Fabricio Carpinejar, aborda o bullying para público infanto-juvenil e marca 50 anos do autor, que usou referências pessoais na abordagem do tema

Lara Oliveira*

postado em 02/11/2022 06:00

(crédito: Foto: Diego Lopes)

Bullying, sonhos e o caminho da auto-aceitação, temas tão comuns no tempo em que vivemos do pensador, inspiraram o poeta e pensador contemporâneo Fabricio Carpinejar a lançar A menina alta, um livro direcionado para o público infanto-juvenil e que comemora os 50 anos de vida do autor, além de ser a 50º obra lançada por ele.

"O livro narra a história de Letícia, uma menina que ficou alta demais para sua idade e passou a ser excluída por isso: não pode mais sentar na fileira da frente da sala de aula; é direcionada a jogar basquete e vôlei; é sempre solicitada a pegar objetos que estão no alto. É a história de alguém que converteu sofrimento em conhecimento", relata o escritor sobre a narrativa.

Com um olhar sensível para questões relacionadas ao comportamento humano, Carpinejar propõe uma reflexão sobre autoestima, e o impacto do bullying na vida das pessoas, e, principalmente, crianças e jovens, a partir de experiências vividas por ele durante a infância.

"Quando era criança, passei por situações muito desagradáveis na escola, por alguns colegas que me achavam esquisito e davam alguns apelidos ruins. Já me inspirei nesta fase para escrever os livros Médico das roupas e Filhote de cruz-credo e agora quero, com esta nova obra, manter a aproximação com uma comunidade incrível de leitores mirins", afirma o poeta ao Correio.

Ele ainda conta sobre a importância de uma leitura como essa, nos dias de hoje. O bullying na atual geração, segundo ele, acabou se tornando maior, visto que a internet proporciona uma liberdade de certa forma para o imediatismo, na proliferação de discursos de ódio que estão a disposição nas redes sociais a cada momento.

"Hoje o bullying é muito mais rápido do que era antigamente. Por que antes, você ouvia uma "piada ruim", ia para casa e só voltava a ouvir de novo no outro dia, na internet não é assim, não tem tempo para descanso, os cancelamentos e preconceitos estão disponíveis a todo o momento, além de que os filtros nas redes também permitem uma autocensura de quem se é realmente", reforçou ele.

Um dos objetivos da obra, segundo ele, é fazer com que A menina alta, em tempos de um mundo digital presente cada vez mais cedo na vida de uma pessoa, tenha uma função pedagógica, ao ir contra a busca pela perfeição e incentivar todos a aceitarem cada característica pessoal como única e não deixar que essas diferenças sejam empecilhos para os sonhos.

 

 

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  Livro 'A menina alta' de Carpinejar Foto: Divulgação
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  O poeta Fabrício Carpinejar Foto: Vicente Carpinejar/Divulgação