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Cine Brasília exibe 14º Lobo Fest - Festival Internacional de Filmes

Durante oito dias, serão exibidos 80 curtas-metragens no 14º Lobo Fest - Festival Internacional de Filmes, no Cine Brasília (EQS 106/107)

Com três filmes que levaram a uma carreira consolidada, o diretor João Paulo Miranda Maria, que, recentemente brilhou na lista de filmes nacionais selecionados para o Festival de Cannes, muito bem representa o conceito de "cinema do presente" abraçado pela organização do 14º Lobo Fest — Festival Internacional de Filmes, atração a partir das 20h, no Cine Brasília (EQS 106/107).

MIGUEL SAMPAIO/DIVULGAÇÃO - Sideral foi filmado no Rio Grande do Norte e ganhou o mundo
Casa de Praia Filmes/Divulgação - Sideral foi filmado no Rio Grande do Norte

Ao longo do evento, desenvolvido em oito dias, serão exibidos, entre quase 80 curtas-metragens, Command action, Meninas formicida e A moça que dançou com o diabo. "João Paulo é, certamente, um dos mais inventivos cineastas brasileiros da atualidade: ele traz um frescor que vem do interior do Brasil, numa brejeirice moderna, despudorada e criativa. Com ele, temos ótimo cartão de visitas para se aventurar no novo cinema nacional", observa o presidente da curadoria Ulisses de Freitas.

O reencontro com o público, em formato presencial, é celebrado pela idealizadora do evento, Josiane Osório. "Teremos um imenso painel de filmes, um panorama global bastante completo, que só causa o impacto no público, numa tela como a do Cine Brasília e com o som ideal", reforça. Quase 3.500 obras foram inscritas para o Lobo Fest, que terá entrada franca. Na leva da seleção, feita a partir do tema Para não Esquecer, pesam algumas afinidades. "Cada filme, com suas belezas e particularidades, é captado pelas mentes dos espectadores. Os filmes abordam lembranças, afetos, esquecimentos, deslocamentos. Queremos que cada uma dessas obras provoque as memórias do público e que a edição se torne inesquecível", observa a idealizadora, também integrante da curadoria.

As produções aglomeram diversidade e têm origem geográfica múltipla. "Mas é interessante observar que, todos os anos, há um tema recorrente no mundo. Agora, os dramas e comédias da adolescência estão bem presentes, desde o delicioso El placer (Argentina) até o sueco Shower boys, passando pelo canadense Bleach e o afetuoso A better friend (Gana)", pontua Ulisses de Freitas.

Na abertura, na noite de hoje, o bloco de exibições contempla o mundialmente premiado potiguar Sideral (de Carlos Segundo) sobre os efeitos, numa família, do lançamento do primeiro foguete tripulado do Brasil; A better friend (de Jumic Emma Anderson), em torno da pureza do amor e Warsha (de Daniel Bdeir), produção franco-libanesa. Outros curtas a serem projetados são A vida sexual da vovó, fita eslovena sobre as diferenças entre homens e mulheres, ao longo das eras, e Trainee, filme sul-coreano inserido num desiludido universo para o k-pop.

O pendor por filmes africanos está expresso na seleção para o evento. "Todo ano, há luta da curadoria na busca por filmes africanos. Este ano batemos um recorde", comenta Ulisses de Freitas. Destaques para L'Escale, feito por um coletivo experimental do Congo, filmado dentro de aviões em pleno voo e para o senegalês A pedra preciosa, que tem por cenário uma comunidade rural na qual é achada uma relíquia arqueológica.

Com direito a duas aulas de cinema, uma terça e outra quarta-feira (às 15h), o professor da UnB Pablo Gonçalo tomará parte do Lobo Fest. O cineasta austríaco Billy Wilder será objeto das aulas e terá dois longas abraçados pelo festival: A mundana (1948), que marcou o retorno do mestre à Europa, passado exílio, a partir do fim do nazismo, e ainda A montanha de 7 abutres (1951). "Os dois filmes revelam uma aguda consciência histórica do diretor", avalia Pablo.

14ª Edição Lobo Fest — Festival Internacional de Filmes

Cine Brasília (EQS 106/107). De hoje a 29 de outubro, com entrada franca. Mais informações: tabatafilmes.com.br

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