Música

Brasiliense Jean Tassy lança EP que dá continuidade a nova era

'INVERNO' estabelece Jean Tassy nos gêneros NeoSoul e R&B Contemporâneo e prepara o público para a sua nova saga: as quatro estações

Destaque brasiliense no NeoSoul e no R&B Contemporâneo, o músico Jean Tassy lançou, no dia 22 de setembro, o EP INVERNO, que dá continuidade à saga iniciada por OUTONO, lançado em julho deste ano. Em entrevista ao Correio, o artista compartilhou a experiência de se apresentar em um dos maiores festivais do Brasil, o conceito por trás das suas composições e o que espera alcançar com seus novos trabalhos.

Aos 27 anos, o cantor tem sete anos de jornada musical, iniciada pela participação no grupo de rap Thegust Mc’s, onde performa ao lado de MC PJ, Dimomo, Dontex e LKS. Em 2018, Jean Tassy lançou a sua carreira solo com o EP Anteontém, que consolidou as faixas Mande um sinal, Meio a meio 3.1 e Não dá.

Os trabalhos Ontem, Hoje e Amanhã finalizaram a primeira saga do artista, marcada por representar a sua grande versatilidade e pela busca pelo seu próprio estilo. “Eu sempre busco essa cronologia para saber exatamente de que tempos eles são. Onde eu estava no todo e onde estou no agora”, explica Jean. Em uma nova etapa de sua carreira, iniciada pelo lançamento de OUTONO, o artista, agora buscando se distanciar do rap e se aproximar do gênero NeoSoul, se dedica a uma nova fase: as quatro estações.

“As músicas de OUTONO refletiam a ideia de se preparar para uma mudança, o EP INVERNO, por sua vez, trata de sentimentos internos, de um momento de autorreflexão. Tem pedido de desculpas, tem agradecimentos internos… o PRIMAVERA já vai ser outra vibe, vai ser sobre a questão de ir para fora de novo, experimentar”. O músico ainda revela que cada álbum será lançado na mesma estação que o nomeia. Segundo ele, isso aproxima o público dos sentimentos expostos em cada produção.

 

Ouça o EP INVERNO:

Sobre representar a capital para além do rock, Tassy afirma que a cidade nunca “teve esse negócio de aprisionamento de gênero”. “Brasília começou a abrir espaço para vários outros gêneros e isso sempre teve. Brasília já foi do reggae. Eu vejo que Brasília nunca teve um aprisionamento de gênero e ainda foi o berço de artistas maravilhosos. Na minha opinião, os melhores compositores vieram da cidade. Acho que aqui é um lugar bem mágico para os artistas”, reflete.

Recentemente, o artista iniciou uma turnê de divulgação do disco, passando por mais de dez estados brasileiros e se apresentando em grandes festivais pelo país, como CoMA em Brasília, Zeppelin em Fortaleza, Mita em São Paulo, Bolando Música em Santo André e Seas em Camboriú (SC), dividindo palco com artistas como Gorillaz, The Kooks, Gal Costa, Alceu Valença e Armandinho.

Divulgação - Recentemente, Jean Tassy se apresentou em grandes festivais pelo país, como CoMA em Brasília e Zeppelin em Fortaleza

“Quando você começa a fazer shows em outros estados você começa a perceber o quanto a sua música é maior que você, que ela tá mais longe do que você pensa”, reflete Jean. “O show em Fortaleza foi um dos mais importantes da minha vida. Eu nunca tinha tocado no Nordeste, fiquei preocupado se a galera ia me conhecer, mas todo mundo cantou. Ter visto isso, em um festival gigantesco… eu saí do palco e comecei a chorar. Me emocionei de uma forma que nunca tinha emocionado”, conta.

Ao fazer uma retrospectiva de sua carreira, Tassy reconhece que a participação no grupo Thegust Mc’s o preparou para as vivências que tem hoje. “Me orgulho para caramba de onde estou agora e digo que o que eu mais fico feliz foi o tempo que eu demorei para começar a fazer o meu trampo solo. Foi o tempo de poder chegar mais maduro e de ter vivido tudo que eu vivi com os meninos”, finaliza Jean.

Quatro perguntas para Jean Tassy


O que o inverno representa para você?

Na minha opinião, o término do inverno, na verdade, é a parte mais importante dele. Acho que, depois de toda a reflexão, toda a autoanálise, todo o momento interno, é o momento da primavera, o momento que você vai abrir a porta, vai sair e vai ver as coisas coloridas de novo. E apesar de ser o término dele, isso não quer dizer que não o merecimento do momento todo, para ele acabar, ele teve que existir então a existência dele se consagra pelo fim dele.

Em qual estação você se encontra?

Eu tô justamente no finalzinho do inverno, porque tá um calor [risos]. Estou indo para a primavera, começando a ter mais e novas metas, mais trabalho. Estou desenvolvendo mais shows, então estou numa fase de agora abrir a portinha e começar a explorar outros terrenos que eu não estava explorando antes.

Que narrativa você quer construir com esses quatro álbuns?

Quando eu estou compondo não fico muito focado no que as pessoas vão interpretar porque acho que isso é mais livre. Eu viso mais o conceito que eu estou tentando tirar de mim, então isso acaba, automaticamente, gerando uma sensação de conectividade, porque a pessoa às vezes pode não entender a narrativa, mas ela já sentiu coisas que eram importantes e a fizeram se autoanalisar.

Quando você lançar o último EP (Verão) o que você espera atingir?

Espero ter sido o mais sincero possível comigo. Esse é o principal ponto para mim. Estar fazendo as minhas músicas e estar feliz de estar fazendo, não ser obrigado a fazer uma música que eu não queira. Essa é a base que deixa a composição mais real, na minha opinião, e não desmerecendo o corre dos outros, mas para mim é assim, só faz sentido assim. Eu quero estar feliz e orgulhoso do meu trabalho.

 

Divulgação - Jean Tassy lançou a sua carreira solo com o EP Anteontém, que consolidou as faixas Mande um sinal, Meio a meio 3.1 e Não dá.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

Saiba Mais

Divulgação - Jean Tassy lançou a sua carreira solo com o EP Anteontém, que consolidou as faixas Mande um sinal, Meio a meio 3.1 e Não dá.
Divulgação - Recentemente, Jean Tassy se apresentou em grandes festivais em Brasília e em Fortaleza