Há uma alegria singular no processo de ocupação do complexo cultural Planaltina, a partir desta quinta-feira (20/10), entregue à programação do Motriz Festival de Cinema de Planaltina. "Temos o propósito de alcançar a comunidade, de forma presencial, pela maior confiança em relação aos números da pandemia. Tudo será integralmente presencial, já que queremos celebrar os agentes culturais da cidade-mãe do evento. Todo nosso foco está na democratização", comenta a coordenadora geral do Motriz, Adriana Gomes.
Seis filmes da mostra competitiva, criados a partir de oito novos diretores, integram o ponto de partida das atividades audiovisuais, a partir das 19h30. "Tivemos mais de 750 inscrições vindas de todo o Brasil. No painel, entendemos como as narrativas estavam sendo pensadas. Notamos quem faz e como têm sido feito o cinema", reforça Adriana. O festival — estendido até dia 22 de outubro, e que levanta a bandeira da produção "ancestral, atual e adiante" —, terá como ponto de partida, às 16h, a exibição de um longa-metragem, Chão (de Camila Freitas), detido na união do Movimento Sem Terra, em terras goianas.
A temática positiva da resistência promete desembocar em conteúdo que gere reflexão. A esmagadora maioria dos filmes representa a produção independente (78%), enquanto 22% das fitas se deram em decorrência de seleção em editais. O bloco das obras exibidas em caráter competitivo compreende 18 títulos, ao tempo em que 11 filmes serão mostrados em exibição paralela. Três curadoras responderam pela seleção: a produtora cultural Jacqueline Fernandes, a cineasta Nina Rodrigues e a historiadora (especialista em culturas africanas) Danúbia Mendes.
"As produções tratam de como a poesia nos afeta, ao abraçar questões urgentes ligadas aos povos originários, às identidades periféricas e ao vislumbre de outras possibilidades de culturas", pontua Adriana Gomes. Reajustado ao calendário de abrandamento da pandemia (as inscrições se deram em fins de 2019), junto a centenas de filmes saídos de eixos do Sudeste, Nordeste e Centro Oeste, o festival gerou surpresa por ter, à disposição, inscritos em número de 21 na região Norte e 13 fitas denominadas multirregiões, além de outras 13 coprodução estrangeiras. Ficção científica, criação experimental e documentário se alinham na primeira noite de programação, que, às 21h30, terá festa pelo DJ Sapo e Caliandra Molotov.
Até a premiação (em caráter híbrido, com transmissão on-line), na noite de 22 de outubro, o 1º Festival de Cinema de Planaltina recondiciona a o cine-teatro, instalado em meio à rodoviária, ao fórum e à administração de Planaltina. Sublinhando a sonorização da sala elaborada para acolher o evento, a coordenadora geral comemora a possibilidade dos espectadores criarem "outros imaginários do que é ser gente, a partir de registro de ações que interferem na realidade". A partir de um recorte com visibilidade nacional, o evento trouxe painel elucidativo, levado em conta o perfil dos inscritos: 39% dos filmes foram gerados em oficinas, escolas ou universidades; 28% das produções foi criada por mulheres; 27% atestam a importância da diversidade na condução de impulsos sexuais (a mesma faixa ocupada por curtas associados à negritude) e 20% levantam questões da agenda ecológica.
Motriz — 1º Festival de Cinema de Planaltina
(Complexo Cultural Planaltina, Rua Oberdan Cardoso, no Setor Administrativo, lote 2). De hoje a sábado, com entrada franca, e programação disposta em www.cinemotriz.com.br.
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