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Alceu Valença será homenageado com o Prêmio UBC

Alceu Valença será homenageado, em 8 de novembro, com o Prêmio UBC, pela relevante trajetória musical

Irlam Rocha Lima
postado em 11/10/2022 06:00
 (crédito: Leo Aversa/Divulgacao)
(crédito: Leo Aversa/Divulgacao)

Cantor e compositor pernambucano, nascido em São Bento do Una, há 72 anos, dono de uma vasta obra e incontáveis sucessos, Alceu Valença é o ganhador da sexta edição do Prêmio UBC. Criado pela União Brasileira de Compositores em 2017, o troféu contemplou inicialmente Gilberto Gil, e depois Erasmo Carlos, Herbert Vianna e Djavan.

A entrega do prêmio a Alceu ocorrerá no dia 8 de novembro, na sede da instituição, no centro do Rio de Janeiro. Durante a cerimônia haverá a participação de 10 cantores, de diferentes gerações, — os nomes só serão divulgados um pouco antes da apresentação — que vão interpretar canções do homenageado. A direção do evento terá a assinatura de Zé Ricardo, coordenador do Palco Sunset do Rock in Rio.

Considerada a maior sociedade de gestão coletiva de direitos autorais do país, a UBC criada em 22 de junho de 1942, atualmente tem como CEO Marcelo Castello Branco. O dirigente ressalta algumas das características marcantes do artista que é celebrado em 2022. "Alceu Valença é autor visionário, revolucionário nato, doce. Sua música tem a luminosidade de muitos Brasis", acrescenta.

O dirigente não poupa elogios a Alceu: "Ele é itinerante na sua genialidade aparentemente simples, mas generosa. Não à toa, esse grande artista do Nordeste, depois de tantos anos de carreira, continua cativando as novas gerações. Estamos honrados de contar com Alceu no Prêmio UBC, em sua sexta edição".

Presidente da União Brasileira de Compositores, Paulo Sérgio Valle, um dos nomes mais importantes da Bossa Nova, da qual foi autor (ao lado irmão Marcos Valle) de inúmeros clássicos, faz coro com Castello Branco. "Alceu Valença é um dos nomes de maior relevância MPB. A UBC tem orgulho de conferir o seu prêmio anual a esse extraordinário representante do nosso cancioneiro."

Matéria prima

"Recebo com muita alegria a homenagem. É um prêmio que estendo aos cantadores, aboiadores, versejadores e violeiros do Brasil profundo, que constituem a matéria prima da minha música. O que faço muitas vezes é ligar essas referências na tomada, aquilo que Luiz Gonzaga definiu como uma banda de pífanos elétrica", destaca Alceu. "Primeiro sou são-bentense, depois pernambucano, brasileiro e cidadão do mundo. É este o reconhecimento que a UBC confere a mim e todo o manancial de identidade que minha obra traduz", acrescenta.

Em plena maturidade, Alceu preserva em sua poesia a energia que entrega em cada apresentação. Essa, aliás, é a marca registrada que ele traz desde a juventude, quando, com criatividade e inquietude, desistiu da carreira de advogado e jornalista, que trilhava no Recife, para dedicar-se integralmente à música —, sua maior vocação.

Rádios

Logo após a mudança para o Rio de Janeiro, em 1971, o cantor gravou seu primeiro disco, o Quadrafônico, lançado no ano seguinte, inaugurando a parceria com Geraldo Azevedo. Mas foi em 1980, com o lançamento do arrebatador Coração bobo, que Alceu Valença ganhou as rádios de todo o Brasil, entrou para o panteão da MPB e de lá nunca mais saiu.

Desde então, além do estilo único de interpretar as próprias canções, Alceu tem sido gravado por outros importantes intérpretes como Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Alaíde Costa, Lenine e Os Paralamas do Sucesso. Entre os grandes hits do compositor estão canções que entraram no imaginário da cultura popular.

Com 54 álbuns lançados, sendo 31 de estúdio, 11 ao vivo e 12 coletâneas, Alceu tem o reconhecimento não apenas de milhares de fãs, mas também da indústria musical. O artista foi quatro vezes indicado ao Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras (2001, 2014, 2016 e 2022). Além de ter sido vencedor de diversos prêmios como o prestigiado Prêmio da Música Brasileira (2002 e 2015).

Artista multifacetado, Alceu desbravou ainda o universo do cinema, assinando direção, roteiro e trilha musical do longa Luneta do tempo, uma história de cangaço com diálogos em ritmo de cordel. A produção levou os prêmios de trilha sonora e direção de arte no 42º Festival de Cinema de Gramado.

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