Música

Identidade feminina na viola é celebrada em evento neste sábado e domingo

A Praça Padre Roque, no Núcleo Bandeirante, recebe a terceira edição do evento Viola em Canto de Mulher, celebração musical idealizada por Volmi Batista, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF)

A Praça Padre Roque do Núcleo Bandeirante será ocupada, nesta sexta (9/9) e sábado (10/9),pelo Viola em Canto de Mulher, um evento que celebra a música caipira por meio da voz e talentos femininos. As apresentações se iniciam às 20h e, em formato híbrido, também serão transmitidas no canal do YouTube do Clube do Violeiro Caipira.

Há muito a música e a viola caipira eram território tradicionalmente de homens. Diante dessa realidade, o evento toma força como uma iniciativa feminina na conquista desse espaço e na valorização da participação de violeiras de todo o Brasil. O Viola em Canto de Mulher recebe artistas influentes do DF e estados como Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais, numa celebração que dá destaque ao protagonismo das mulheres no ramo e evidencia a valiosa contribuição de cada uma delas.

Atualmente na sua terceira edição, a celebração musical foi idealizada por Volmi Batista e realizada com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF). Além dos shows, o local conta com uma praça de alimentação repleta de comidas típicas, feira de artesanato e a Exposição Mulheres Violeiras do Brasil, uma mostra digital e interativa que revela histórias de diversas mulheres na música caipira brasileira.

O primeiro dia reúne as atrações Karen Parreira, Carol Carneiro, o Grupo Viola Flor, as Irmãs Freitas e Vitória da Viola & Lúcia Lyra. Já o segundo dia conta com Dayane Reis, Flor Morena, Gaby Viola, Juliana Andrade e Pâmella Viola & Karoline. Pioneira no ramo das violeiras, Karen é anfitriã e apresentadora do Viola em Canto de Mulher. A cantora, compositora e produtora preza pela importância das pautas que o evento prioriza, acerca da integração feminina na cadeia produtiva da viola caipira.

"Este será um marco para o movimento feminista no campo da música e viola caipira pois, além de ser uma oportunidade de se divertir, é também espaço para discutirmos o que pode ser feito para que sejamos melhor integradas nesse tipo de movimento", destaca Karen Parreira. "Principalmente nesse momento de polarização no nosso país, onde temos sofrido tantos ataques misóginos, esse evento será uma referência, não somente para as violeiras, mas para nós enquanto mulheres. Às vésperas das eleições, acho que vamos assumir um lugar de fala muito importante", conclui.

Em um contexto no qual a viola carrega um papel de tanta influência na cultura brasileira e no cotidiano de vários talentos, Carol Carneiro salienta a paixão pelo instrumento: "A viola traz muito da identidade brasileira e faz parte do meu corpo, é como se fosse um pedaço de mim. Este será um momento de reconhecimento, de se conhecer melhor e trocar experiências". Segundo a musicista, cada artista presente poderá contribuir com a própria leitura musical para enriquecer o festival, que tanto pretende enfrentar uma realidade que recusou, por tantos anos, a igualdade entre gêneros.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

Viola em Canto de Mulher

Nesta sexta-feira (9/9) e sábado (10), na Praça Padre Roque, no Núcleo Bandeirante. Com entrada franca e formato híbrido, as apresentações serão transmitidas no canal do YouTube do Clube do Violeiro Caipira

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