A chuva chegou à capital, mas o calor não foi embora, apesar das mudanças provocadas no clima pela primavera. Em meio a oscilação das temperaturas, os brasilienses têm procurado, cada vez mais, opções para se refrescar nos horários livres. Para ajudar a curtir os dias quentes, o Correio selecionou oito destinos gastronômicos à beira do Lago Paranoá, que também encantam pelas lindas vistas e pela visão privilegiada.
Ao longo de 80km de extensão, o Lago reúne alguns dos destinos mais cheios de sabor e experiências para o paladar, além de presentear o visitante com o frescor que as temperaturas do Planalto Central vêm demandando. "Hoje, Brasília oferece muitas opções na orla para que as pessoas possam ter uma nova experiência, aproveitando tudo que o Lago pode nos proporcionar", avalia Oswaldo Scafuto, gestor do restaurante Santé Lago. Oswaldo também observa que, após os meses de isolamento social durante a pandemia da covid-19, os moradores do Distrito Federal agora procuram lugares ao ar livre que possam os aproximar do ambiente.
Cosmopolita
Ponto de encontro gastronômico, o Lago Paranoá é um dos principais pontos turísticos da cidade. Um levantamento da empresa de mobilidade 99, divulgado em 2020, apresenta a Ermida Dom Bosco e o Pontão do Lago Sul entre os locais mais visitados de Brasília. Raquel Siqueira, sócia-proprietária do restaurante Same Same, but different, especializada em culinária de rua do sudeste asiático, resumiu: "O Pontão é o lugar mais cosmopolita de Brasília. Sinto que o brasiliense gosta demais de comer do lado de fora e dá muito valor ao pôr do sol".
Os restaurantes Dom Francisco, Sallva, Nau, Mangai, Santé, Rei do Camarão, Same Same but Different e Soho selecionaram destaques dos menus para aproveitar o calor e refeições leves para aproveitar este começo de primavera.
Bacalhoada tradicional
Um dos principais nomes da gastronomia brasiliense, com 34 anos de trajetória,o Dom Francisco é uma das paradas obrigatórias. Além da unidade na Asa Sul, o restaurante conta com uma casa especial no clube da Associação dos Servidores do Banco Central (Asbac).
"Não estamos à beira do lago, estamos 'dentro' do lago, é quase um abuso", comenta Francisco Ansiliero, fundador do endereço cativo entre os amantes de boa comida. O destaque não é para menos: o salão possui uma espécie de janela, com vista privilegiada e o pôr do sol é um espetáculo à parte.
Dentre os principais pratos da casa, Francisco indicou o bacalhau na brasa, acompanhado de arroz de brócolis (R$ 170, servindo uma pessoa, e R$ 330, para dois). A escolha é uma das especialidades de Francisco, que criou um corte próprio do lombo do peixe.
O restaurante conta com três adegas: uma para as bebidas consumidas mais geladas, como vinhos brancos e espumantes; e outras duas — uma para os vinhos do velho mundo, de países como França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal; e outra com títulos do novo mundo, produzidos nas Américas, Oceania e sul da África.
No entanto, Francisco ressalta que a melhor harmonização é aquela que o cliente prefere. "O melhor vinho é aquele que você gosta, esta é a definição simples. Claro que existem classificações de vinho, mas o que nós fazemos é tentar ter uma seleção razoável dos top do mundo", explica. O Dom Francisco funciona todos os dias, de 11h30 à 0h e possui garçons e cozinheiros de plantão, possibilitando ao cliente pedir qualquer item do menu durante o período.
O restaurante Sallva, no Pontão do Lago Sul, indica aos clientes o atual best-seller da casa: o pirarucu (R$ 90). Segundo Fabiana Pinheiro, chefe de operações, nos seis anos de existência do espaço, esta é a primeira vez que uma proteína não bovina agrada tanto. O prato foi criado especialmente para o Festival Gosto da Amazônia de 2021.
Fabiana Pinheiro foi em uma expedição, junto a chefs de todo o Brasil, ambientalistas e instituições como ICMBio e Ibama, para Carauari, no Amazonas, para aprender mais sobre o processo de pesca e manejo do peixe.
"Todo o processo é feito com muito respeito ao meio ambiente, que tem tudo a ver com o Sallva", conta Fabiana. "As proteínas e matérias-primas são escolhidas principalmente visando o consumo sustentável: alimento limpo, comércio justo e muito sabor, senão não tem sentido."
O lombo de pirarucu é grelhado com manteiga de sálvia e servido com gnocchi de banana da terra ao molho Alfredo. "É uma fusão de conceitos, técnicas e sabores", diz Fabiana.
"Temos a matéria prima nacionalíssima: o pirarucu e a banana da terra. Em contrapartida, o prato é feito com técnicas mediterrâneas — preparamos as proteínas com sal, um pouco de pimenta moída na hora e azeite ou óleo de girassol, e não tem mais nada. Acho que o protagonista tem que sempre ser o do insumo, do alimento."
Para beber, a chef indica que as opções do restaurante estão prontas para atender o paladar do cliente, mas destaca que opções refrescantes são a melhor pedida. "Desde um suco mais cítrico ou um vinho verde, um sauvignon blanc, um sabor que refresca, a ideia é essa", finaliza. O Sallva funciona todos os dias, das 11h à 0h.
"Explosão de sabores"
O Nau Frutos do Mar destacou a chapa de frutos do mar (R$ 399, sugerido para duas ou três pessoas), que conta com lagosta, camarão, lula, polvo e mexilhão: um apanhado de todas as delícias oferecidas no espaço, para quem quer provar de tudo um pouco.
Para o gerente do restaurante, Marcelo Lopes, é uma "explosão de sabores" e um dos favoritos do menu. "É um prato que sai muito, harmoniza bem com um vinho chardonnay branco, um sauvignon blanc. São uvas que complementam bem."
Um dos destaques do Nau, para além do menu, é a vista da Ponte JK e do luar, que pode ser conferido nas mesas dispostas na varanda do restaurante.
Gosto nordestino
Casa da culinária nordestina em Brasília, o Mangai não poderia ficar de fora da seleção. O restaurante possui uma unidade no Lago Sul que preserva as referências à região, desde a decoração até os pratos do buffet.
"A temática nordestina, a variedade dos pratos típicos, encanta os clientes", resume Darlan Mota, gerente do restaurante. Mesmo com opções à la carte, a preferência é pela livre escolha e combinação que a modalidade self-service oferece. "O carro chefe é o baião de dois, a carne de sol e a buchada de bode", conta.
O Mangai Lago funciona de segunda a quinta, entre 11h30 às 22h; nas sextas e sábados até as 23h; e em domingos e feriados até as 18h.
Para quem não quer abrir mão de explorar a culinária japonesa neste calor, o Soho, no Pontão do Lago Sul, é o destino indicado. O maître Israel Ricardo indicou ao Correio duas das mais elogiadas opções do menu.
O Sashimi Especial é composto de 20 cortes de salmão, raspa de limão siciliano, shoyu kikkoman, azeite trufado e palha de batata doce (R$ 138). Outra indicação é o Soho maki de camarão, com seis unidades de salmão maçaricado, recheados com camarão, cream cheese, além de molho levemente picante (R$ 65).
"São pratos que harmonizam bem com vinho branco, cerveja ou mesmo sucos especiais", aponta Israel. O Soho oferece, ainda, charutos da Puro World Club, rede de franquias especializada em charutos especiais, e abre todos os dias, de 12h às 0h.
Ambientado com boa música e linda vista do lago, o Santé é uma opção gastronômica diferente para os brasilienses. O prato escolhido por Oswaldo Scafuto, gestor do local, para representar o restaurante foi o Bem Brasil, robalo sobre mousseline de goiaba com crocante de abacaxi com bacon e purê de banana da terra (R$ 86).
"Além de representar vários elementos sazonais, que estão em safra, este prato representa muito bem o Brasil", pontua o gestor. O Bem Brasil faz parte do cardápio de primavera do restaurante, que costuma preparar pratos especiais para cada estação do ano. Segundo Oswaldo, o drink Rooftop Sunrise (R$28), à base de sakê, cranberry e limão siciliano, é ideal para acompanhar o robalo.
Nas terças, quartas e aos domingos, o Santé abre as portas das 12h às 23h. Nas quintas, o restaurante funciona das 12h às 00h e sextas e sábados das 12h à 1h.
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira
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