Com uma lista de 70 finalistas, a primeira edição do Prêmio Candango de Literatura vai distribuir R$ 180 mil em prêmios aos vencedores na noite de hoje. Para celebrar a premiação, a comediante Adriana Nunes sobe ao palco acompanhada de Manassés de Sousa para realizar o espetáculo Floripes. Depois, é a vez do show Rizoma, de Lenine. Uma homenagem a Lygia Fagundes Telles, morta no início de abril, também está programada. A premiação será transmitida ao vivo do Teatro Plínio Marcos, no Eixo Cultural Ibero-americano, a partir das 19h30.
O prêmio está dividido em sete categorias. Para os vencedores de Romance, Poesia, Contos e para o escolhido do Prêmio Brasília serão destinados prêmios no valor de R$ 30 mil. Capa e Projeto Gráfico recebem, cada um, R$ 12 mil. Para os prêmios de Incentivo à leitura, um para o público leitor em geral e outro para pessoas com deficiência, o prêmio é de R$ 15 mil para cada. "A grande lição que fica é que o prêmio contemplou todas as gerações", diz Maurício Melo jr. presidente do Instituto Cultural Casa de Autores, que organiza a premiação em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). "O prêmio nos surpreende por essa diversidade. Não houve uma coisa voltada apenas a jovens."
Entre os finalistas na categoria romance estão nomes como Marçal Aquino, com Baixo esplendor, Antônio Xerxenesky, com Uma tristeza infinita, Natalia Timerman, com Copo vazio, Ilza Scamparini, com Atirem direto no meu coração, e Germano Almeida, com A confissão e a culpa. Na categoria Contos há desde veteranos, como Ana Maria Machado com Vestígios, e João Anzanello Carrascoza, com Tramas de meninos, até autores celebrados da jovem literatura contemporânea, como Daniel Galera, com O deus das avencas. O Prêmio Brasília também tem autores de diferentes gerações. É o caso de Lourenço Cazarré, que concorre com o infantojuvenil Amor e guerra em Canudos, e Fabiane Guimarães, autora de Apague a luz se for chorar.
Um total de 1.984 inscrições foram recebidas vindas de autores de Angola, Brasil, Cabo Verde, Macau, Moçambique e Portugal. "Espalhamos a ideia para todos os países de língua portuguesa e o resultado está aí; 1.984 obras inscritas, um número a meu ver sibilino, parece ter surgido de um oráculo ou qualquer coisa por aí lembrando George Orwell", diz Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura. "Acredito firmemente naquela definição dada por Monteiro Lobato, segundo a qual um país se faz com homens (e mulheres, claro) e livros. Já se passou quase um século desde então, mas na realidade atual se pudermos trocar uma pistola por um livro, já estaremos avançando…"
Um júri formado por nomes como Antonio Carlos Secchin, Claufe Rodrigues, Cida Pedrosa, Regina Dalcastagnè e Raimundo Carreiro ficou responsável pela escolha dos finalistas e dos vencedores, que serão revelados na noite de hoje. O escritor Ignácio de Loyola Brandão fez a curadoria e ajudou na elaboração do edital, na definição dos critérios de julgamento e na escolha do júri.
Agora, o secretário de Cultura trabalha para que o Prêmio Candango de Literatura tenha continuidade. "Porque está mais do que provado de que o livro não vai morrer nunca, mas sim se adaptar às novas tecnologias. E segundo, porque políticas culturais assertivas devem receber dos gestores públicos toda proteção necessária para benefício da sociedade", diz. "A melhor forma de assegurar a continuidade do prêmio é transformá-lo em lei distrital. O projeto já se encontra na Câmara Legislativa para discussão e aprovação."
CERIMÔNIA DE PREMIAÇÃO DO I PRÊMIO CANDANGO DE LITERATURA
Nesta quarta-feira (21/9), às 19h30, no Teatro Plínio Marcos do Eixo Cultural Ibero-americano. Transmissão ao vivo pelo perfil do prêmio no Instragram (@premiocandangodeliteratura)
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