Música

Ao Correio, PJ Morton fala de esperança e do álbum 'Watch the sun'

Conhecido como tecladista do Maroon 5, PJ Morton fala ao Correio sobre a carreira solo, o impacto da pandemia e a paixão por música

Pedro Ibarra
postado em 20/09/2022 06:00
 (crédito: ANGELA WEISS)
(crédito: ANGELA WEISS)

Sentir a música, usá-la como instrumento de mudança e ver esperança por meio da própria arte. Essas características marcam PJ Morton. Mais conhecido pelo trabalho de tecladista na banda Maroon 5, o cantor, produtor e multi-instrumentista tem uma sólida carreira solo baseada nos gêneros soul e R&B e lançou em 2022 o disco Watch the sun, o 14º da sua discografia.

Depois de muito tempo de turnê com o Maroon 5, PJ Morton encontrou na pandemia a oportunidade de desenvolver as próprias ideias. Em março de 2020, ele foi a um estúdio no estado de Louisiana nos Estados Unidos e começou a gravar uma breve ideia que estava na cabeça dele. "Foram tempos difíceis para mim e para todo mundo. O que eu tinha a oferecer era esperança, inspiração e um abraço quente", lembra o artista em entrevista ao Correio. "Queria que as pessoas soubessem que não estavam sozinhas, que estamos todos juntos nessa. Juntos a gente consegue passar por isso e isso é uma mensagem solar", adiciona.

Essa mensagem solar se reverteu no nome do álbum. Uma obra de 11 faixas, com participações de peso como Stevie Wonder e Nas. O formato de gravação é em Dolby Atmos, em que os sons são espalhados como em uma sala, dando a impressão de que quem ouve do fone está cercado de música. Tudo foi feito com muita calma para chegar ao resultado que PJ esperava. "Eu queria ter intenção em tudo que eu falava, em cada canção, cada batida e cada pedaço de música", afirma.

O músico atribui à pandemia um período importante de autoconhecimento, que culminou na forma como ele percebe a música e como fez esse álbum. "Se há alguma coisa positiva a se tirar da pandemia é que nós crescemos, estamos melhores. Porque passamos por um dos piores tempos da história. Nós saímos mais fortes", acredita. "A música para mim está cada vez mais se tornando uma coisa menos competitiva. Eu só quero fazer coisas incríveis e espero que o público aprecie", acrescenta pontuando em que lugar Watch the sun se encontra nessa nova fase da vida profissional. "É uma mensagem positiva para mim, é uma mensagem de amor e inspiração", diz.

O álbum gerou uma série de shows em casas menores e festivais de jazz, blues, R&B e soul pelos Estados Unidos. Ainda não é certa uma turnê mundial, mas Morton anseia tocar solo no Brasil. "Já fui várias vezes com o Maroon 5 e mal posso esperar para tocar solo no país. Tenho a impressão que vou ter uma conexão especial com os fãs do Brasil", conta o músico. "Eu amo o Brasil e os fãs brasileiros. Eles são os mais intensos e mais fortes. Eu amo muito e sinto o amor de volta quando vou para o país", completa.

Conexão do soul

Apesar de ser mais conhecido por uma banda pop, o artista acredita que a música é quase um chamado para ele. "A primeira vez que eu sentei para tocar música, foi o soul que saiu. Podia ter sido qualquer outra coisa, mas isso já morava em mim", recorda PJ. "O soul somado ao gospel me fez sentir a música. Ainda quando eu era uma criança", complementa.

Ele aproveita para analisar os gêneros que explora na própria música. "O soul e R&B sempre foram conectados com o amor, com os sentimentos. Sempre esses dois gêneros foram sobre conexão." Morton acredita que esse talvez seja o motivo que o aproximou desses estilos. "Quando eu percebi, como fã, esse poder se tornou o gênero que eu naturalmente migrei para", afirma.

PJ vê já como intrínseco à própria personalidade a música que faz. "Eu amo ser um músico de soul. Isso sempre esteve lá para mim e sempre foi minha forma natural de expressão", comenta. Ele quer agora é tocar os outros com o que despertou o amor dele pela música aos 12 anos. "Se me move, talvez possa mover outras pessoas também", conclui.

 


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