Ilusórias máquinas voadoras, aquáticas e terrestres passeiam entre vegetais, corais, animais e outras criaturas fantásticas. Tudo carregado de uma estética que lembra a sucata, tudo fruto da mente do artista Rodrigo Godá, que inaugura hoje a exposição Fábrica de fabulações na Referência Galeria de Arte. A série de 21 pinturas dá início a uma nova fase do trabalho do artista goiano e tem, como ele diz. identidade própria.
Nascida durante a pandemia, sob a tensão da angústia provocada pelo vírus, Fábrica de fabulações tem influências dos cartoons, de filmes de época, de animes e de HQs. "Busco propor um equilíbrio necessário a partir da difícil problemática da sustentabilidade ambiental que nossa época enfrenta. Considero imprescindível a simbiose harmônica entre natureza e tecnologia para reverter o apocalipse em que vivemos", avisa o artista. Godá conta que a pandemia revitalizou a busca pela vida e pela alegria de viver e é sobre isso que ele reflete na série. "As fabulosas fábricas procuram criar o interesse e o respeito por todas as formas de vida, especialmente dos seres humanos em toda a sua diversidade", diz.
Entre a lucidez, a fantasia e a realidade, Godá transita entre referências que vão da cultura popular e regional ao pop e contemporâneo. Se o universo cultural goiano povoado por Cora Coralina e Siron Franco e por naifs como Antonio Poteiro estão "no meu inconsciente", o grafite, o hip hop e arte urbana são referências estéticas poderosas. "Cresci presenciando e participando de eventos de arte urbana na periferia, tudo isso é parte integrante do artista que sou", lembra o artista.
Sua Fábrica de fabulações pode até retratar seres fantásticos, mas é de hoje que Godá quer falar. "A arte é uma potente linguagem (com ludicidade e fantasia) para propor reflexões (sobre a realidade) que não podem ser abafadas pelos poderes constituídos. Busco seguir nessa direção. Acredito que a transformação civilizatória virá pela arte, como foi em outros tempos", garante.
Uma diversidade enorme e amontoada de figuras que lembram uma engrenagem infinita, uma engenhoca sem começo nem fim, com um colorido que ajuda a criar um cenário de seres fantásticos ocupa as telas para, com certa ironia, lembrar dos excessos da vida contemporânea. O consumo, a destruição, a automatização, tudo é parte integrante da fábrica de Rodrigo Godá, capaz de gerar um mundo novo e, de certa forma, otimista, alegre, vivo.
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Fábricas de fabulações
Exposição de 21 pinturas de Rodrigo Godá. Abertura hoje, às 16h, na Referência Galeria de Arte (202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo) Visitação até 29 de outubro, de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15h. Entrada gratuita
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