O reencontro é agora! O Rock in Rio abre os portões pela primeira vez, depois de um hiato de três anos, para a nona edição do festival que marca, há quase 40 anos, a história do Rio de Janeiro e do Brasil. A partir desta sexta-feira (2/9), os fins de semana do Parque Olímpico, na zona oeste da capital carioca, serão recheados de música, com encerramento marcado para o domingo, 11 de setembro. O festival carrega consigo prazer do retorno, já que é a primeira vez que é realizado desde o início da pandemia.
Marcado na trajetória de espectadores do mundo inteiro por trazer atrações estrangeiras, do porte de Queen, AC/DC, Oasis, Britney Spears, Beyoncé, Rihanna, R.E.M e Metallica; e brasileiros, como Sepultura, Legião Urbana, Kid Abelha, Capital Inicial, Sandy & Junior e Scalene; o Rock in Rio é um espetáculo pensado para agradar o público com atrações variadas. O festival tem show de fogos, praça de alimentação gourmet, área destinada aos fãs de videogames, isso tudo sem contar as famosas tirolesas e roda-gigante.
Neste ano, o Rock in Rio terá as mesmas emoções de sempre embaladas por artistas conhecidos do público como Guns n' Roses, Jota Quest e Iron Maiden e estreantes como Justin Bieber, Post Malone, Dua Lipa e até Djavan, isso se só citado o Palco Mundo, principal do evento.
Rock in Rio é um encontro de gerações e, desde 1985, emociona os fãs. Para alguns, o festival é um amor antigo, uma lembrança gostosa guardada, uma voz cantando Love of my life eternamente na lama da antiga Cidade do Rock. Para outros, é ansiedade por um incrível mundo novo, por uma experiência marcante e a vontade de ver um artista que jamais imaginaria ter diante dos próprios olhos.
Há 37 anos, Marcelo Nascimento Silva subia, com o irmão, a bordo de um ônibus em direção ao Rio de Janeiro para presenciar o festival que prometia reunir os roqueiros em um só lugar. O primeiro Rock in Rio aconteceu em janeiro de 1985 e mudou para sempre o paradigma de festival de música. O atual funcionário da Câmara dos Deputados e chef do Dom Nascimento viveu essa aventura, a qual ele descreve como "inesquecível".
À época, uma grande loja de departamentos brasileira tomou posse do papel de revendedora de ingressos do festival em cidades fora do estado do Rio de Janeiro. Para divulgar a venda, a empresa veiculou um pequeno anúncio televisivo. O comercial acabou por ser uma mola propulsora para que moradores de grandes cidades e capitais tomassem ciência do evento e se mobilizassem para ir ao Rock in Rio. Diversas caravanas foram montadas partindo de todo o Brasil. A debandada, contudo, não foi esperada pela organização do evento. De acordo com Marcelo, o "ineditismo de tantas pessoas de todo o Brasil terem ido ver um show de rock gerou um enorme improviso".
Se a ausência de banheiros, a falta de drenagem e a lama foram empecilhos para quem estava lá, hoje, Marcelo lembra com carinho e acha que as dificuldades acabaram por criar uma edição única. "Aquilo, talvez, foi o que nos permitiu viver um festival diferente onde o improviso superou o programado", comenta.
O ônus relatado escoa para o esquecimento diante da imensidão do bônus. O servidor público abre a caixa de memórias e revela momentos marcantes: "O show do Rod Stewart, na chuva, com ele destilando hits, foi fantástico". Marcelo, então, tira tempo para relatar uma experiência única que viveu no show dos Paralamas do Sucesso: "o show deles mudou minha relação com a banda pelo resto da minha vida. Eu não conhecia eles. Aquele cidadão magrinho com óculos redondo chamado Herbert Vianna fez um show antológico".
Marcelo acredita que, após nove edições, o festival está diferente. "Perdeu a chancela e o timbre de rock n' roll", diz. Sem juízos de valor, ele explica que a expansão do projeto teria que contar com o abarcamento de novos estilos musicais: "O festival se tornou muito diversificado. Hoje, ele vai de encontro a todos os gêneros. É muito plural".
Em contrapartida a Marcelo, a estudante de Comunicação Organizacional da Universidade de Brasília (UnB) Leticia Marques Silva Costa, de 21 anos, debuta no maior festival do país. "Estou bem animada, sempre ouvi falar que é um dos melhores festivais que tem no país. É o primeiro após a diminuição da pandemia, então as pessoas estão esperando bastante do evento", comenta ela com entusiasmo.
As quase 24 horas de viagem, entre uma ida de avião e uma volta de ônibus, aproximam-se do tempo em que ela ficará no Rio de Janeiro. O esforço se justifica, pois Leticia coleciona atrações que anseia assistir. "Comprei o dia da Dua Lipa, então, com certeza, quero vê-la, mas gosto muito da Megan the Stallion, Ludmilla e Liniker também. Além da rainha Ivete Sangalo, que faz um show incrível", diz.
Com a nona edição do festival em voga, Letícia fará parte do grupo seleto candango que realiza o êxodo da capital do país para a cidade do rock. Ela fala como foi o planejamento da viagem e a logística que fará no dia do evento. "Foi bem tranquilo, o pior foram os preços das passagens que já estavam absurdas, mas já esperávamos. Na ida conseguimos uma passagem de avião para o mesmo dia do show, porém, a volta será de ônibus pois os valores estavam muito altos. Tenho alguns parentes que moram no Rio, então foi bem tranquilo achar um lugar para ficar sem ter que gastar", encerra Leticia.
*Estagiários sob a supervisão de Severino Francisco
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