Uma das mais lendárias bandas de rock com pegada de blues de todos os tempos, ZZ Top marcou gerações roqueiras e é base de estudo para músicos em todo o mundo. Relevante há mais de 50 anos, a banda apresentou em julho deste ano um novo trabalho, o disco ao vivo RAW, que serve de trilha sonora para o documentário sobre o próprio grupo, That little Ol' band from Texas.
O álbum começou de uma ideia de jam, encontro entre os músicos para sessões de improvisação nos instrumentos. Eles foram para um bar no Texas, muito semelhante às casas onde deram os primeiros passos da carreira. Juntos, Billy Gibbons (vocal e guitarra), Dusty Hill (vocal e baixo) e Frank Beard (bateria) tiveram um momento de viver a própria música e reviver o passado, chegando ao resultado que pode ser ouvido em RAW e em cenas do novo documentário, lançado em 2019 e disponível na Netflix internacional.
Porém, o disco ganhou um gosto especial e agridoce. Pouco depois do processo de gravação, já em turnê, Dusty Hill morreu. Ele cuidava de questões de saúde, principalmente problemas no quadril. Um dos pedidos dele foi que o "show continuasse" e, por isso, a banda já rodou os Estados Unidos e o Canadá e, agora, já se prepara para mais. O amigo e companheiro de estrada continua no coração dos remanescentes. "Nós sentimos falta da amizade, do humor e da presença alegre, mesmo tudo isso ainda estando vivo conosco", conta Gibbons.
Iniciado por três amigos barbudos no fim dos anos 1960 em Houston, o ZZ Top foi uma das cabeças do movimento do blues rock nos Estados Unidos. Com um visual distinto, barbas longas e óculos escuros, eles fazem uma música com letras divertidas e um instrumental muito apurado, principalmente no que diz respeito à guitarra, central nas músicas da banda. ZZ Top vendeu mais de 50 milhões de discos durante os mais de 50 anos de carreira, tendo bons resultados nas paradas norte-americanas e sendo admitidos para o Hall da Fama do Rock n' Roll em 2004. Toda essa trajetória é revivida em RAW, que conta com alguns dos maiores sucessos da carreira da banda em nova roupagem.
Ao Correio, o guitarrista e vocalista lembrou do processo do disco e do amigo que perderam pelo caminho, tocando na influência que a banda tem e sobre os planos futuros. Ele adianta, que a América do Sul está nos planos.