A jornalista Susana Naspolini, 49 anos, já foi diagnosticada cinco vezes com câncer e luta atualmente com uma metástase óssea. Em entrevista à Quem, ela falou sobre a doença e como encara a perda de cabelo.
Susana recebeu aos 18 anos o primeiro diagnóstico de câncer, um linfoma de Hodgkin. Aos 37 anos, foi acometida por um câncer de mama e em seguida por um na tireoide. Em 2016, veio um novo diagnóstico de câncer de mama. Em 2020, soube que estava com uma metástase nos ossos.
Desde março deste ano Susana começou a fazer quimioterapia venosa, depois que o tratamento com a quimioterapia oral não deu o resultado desejado.
"O meu tratamento vai de acordo com o que o exame mostra. Meu médico está monitorando e faço PET-Scan mais ou menos a cada três ciclos, que são seis aplicações de quimioterapia. A cada três meses, dá para dizer que faço um Pet-Scan para ver como é que a doença está. Aí meu médico que determina para que lado o tratamento vai caminhar", contou ela.
Naspolini relembrou o primeiro diagnóstico aos 18 anos, que começou com um caroço embaixo do braço.
"Fiz a cirurgia, o caroço foi para a biópsia e o resultado só ficava pronto em 15 dias. Nesse meio tempo, me mudei para o Rio, aluguei apartamento, me matriculei no Tablado [referência em cursos de improvisação e teatro no Brasil, e templo do teatro infantil, no Rio de Janeiro]. Não se falava em câncer na época. Mas o resultado saiu e era um linfoma. Foi então que meus pais descobriram o Sérgio Simon, um médico paulista muito bom, muito conhecido e fui me tratar em São Paulo. Durante todo o tratamento, vinha para o Rio uma vez por semana para fazer Tablado e voltava para São Paulo. Era uma confusão (risos)", contou.
Saiba Mais
Ela conta que, por conta do tratamento, perdeu todo o cabelo e que na época teve muito mais impacto do que agora.
"Perdi completamente. Teve um impacto enorme na minha vida. Eu tinha 18 anos e estava diante de uma doença que ninguém falava. Hoje em dia a careca para mim é aquilo... Eu queria ficar careca? Eu estou me achando linda careca? Não, me prefiro com meu cabelo. Não queria ter perdido cabelo, lógico. Mas eu consigo entender hoje em dia que é uma coisa muito pequena perto do dom da vida, de querer viver, de querer criar minha filha. Cabelo — de coração — é o de menos para mim. Hoje sou outra Susana. E o fato de eu ter uma filha muda tudo", afirmou.
Questionada como enfrenta o tratamento com tanta leveza, Susana conta que é por causa da sua fé.
"Tenho muita fé. Falo que a presença de Deus é muito real e não é só para mim, é para todo mundo. Tenho muitos momentos difíceis, de perder o sono de noite, de chorar muito, de ter medo de morrer e não poder criar minha filha, de não dar certo o tratamento. Tudo passa pela minha cabeça. Tem momentos de muito choro e medo, quase desespero. Insegurança quanto ao futuro... Por mais que eu esteja fazendo o que está ao meu alcance, chega uma hora que não tem mais o que fazer", desabafou.
Para a jornalista, mostrar o tratamento nas redes sociais é uma forma de compartilhar como ela está se sentindo.
"É engraçado porque eu gravo pedindo ajuda, e as mensagens que eu recebo, leio todas. Talvez não em um dia só, mas leio todas com certeza. As pessoas não têm ideia do quanto elas me dão força com uma palavra, com uma oração. Eu gravo pedindo ajuda e, se Deus permitir, querendo ajudar as pessoas também. É uma corrente, sabe? Eu acho que compartilhar a minha dor me ajuda a suportar", revelou.
Saiba Mais
- Blogs Redirect MPDFT quer explicações sobre promessa de Ibaneis de ampliar gestão do Iges
- Política TSE proíbe eleitor de levar celular, mesmo desligado, para cabine de votação
- Blogs Redirect Lula continua favorito para vencer, com 65% de chances, diz Eurasia
- Política Nas ruas do Rio, Janja canta e dança em ato de apoio às mulheres
- Mundo Guerra na Ucrânia: os esforços desesperados da Rússia para recrutar soldados
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.