A jornalista e escritora Juliana Valentim lança Palavras que dançam ao redor do sol, sua quarta produção literária. O livro abriga poemas variados que a autora escreveu para as redes sociais, em especial durante o auge da pandemia da covid-19. Na intenção de transformá-los em um livro com um poema para cada dia do ano, foram escolhidos aqueles que engajaram mais interação no Instagram da poetisa.
“Se a pessoa abrir o livro todos os dias do ano, ela vai ter ali um pedacinho de acalento para seguir”, revela Juliana, sobre a motivação que teve diante da fragilidade do momento vivido. Ela ainda conta que temas como dor, angústia, medo e perda são importantes estigmas a serem abordados: “Cada vez que a pessoa lê um tema mais sensível, um tema que mexe com ela, ela se sente menos sozinha.”
Diante desse contexto, a autora credita à poesia a capacidade de tratar de temas delicados de maneira mais leve, como a morte. Por isso, ela destaca “coragem e leveza” como as duas palavras que mais deseja passar ao público. “A palavra mais bonita que existe é a coragem. É a coragem de a gente encarar, juntos, o momento. Até nos momentos em que a gente está melhor, a gente continua precisando de coragem”, explica Juliana.
Para ela, a poesia é, no momento atual, o gênero que mais a conecta com o leitor e com as redes sociais. “Esse livro tem a curadoria dos leitores”, comenta. Sem ignorar o “encanto” do impresso, ela descreve: “Eu sou muito grata às redes sociais, porque eu acho que a minha poesia chega muito longe. A internet é uma ferramenta absolutamente incrível para divulgação de trabalhos artísticos.”
Brasília, terra minha
Brasiliense de carteirinha, Juliana tem 42 anos e é jornalista por formação e escritora por paixão. Passou por diferentes gêneros, como crônicas e romances, mas é na fluidez proporcionada pela poesia que ela recebe o maior abraço do público. Público esse que, em sua maioria, não está localizado na Capital Federal, uma vez que o Instagram (@palavrasquedancam) permitiu uma grande abrangência do conteúdo compartilhado.
É justamente nesse cenário que a autora destaca a importância de romper com a superexposição exclusivamente política que as pessoas têm de Brasília. “Eu falo do outro lado de Brasília, o lado da Brasília real: das pessoas, dos ipês, das ruas largas, do céu bonito, do lago, então eu gosto muito de falar sobre Brasília. Eu gosto de falar daqui porque a gente se entende enquanto filhos da terra. Mas tem um encanto em falar de Brasília para quem não é daqui”, finaliza.
Brasília
Parida de cesariana
Chegou com dia e hora marcados
Arrancada de dentro do cerrado virgem
Nasceu!
Com dores e delícias
Sobre um chão de terra vermelha
E sotaques tão variados
Quanto as cores de seus Ipês
Incompreendida por desconhecidos
Mas sempre amada por nós, seus filhos
Brasília, terra minha
Quem não te conhece
Que te sonhe.
* Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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