Os "meninos" do ÀTTØØXXÁ, avisa Carlinhos Brown, são "geniais" e "talentosos". Fazem parte da mesma irmandade do criador da Timbalada e têm uma compreensão enorme da música da Bahia e de seu tempo. Banda de pagodão baiano que ganhou projeção em todo o país nos últimos anos, o ÀTTØØXXÁ sobe ao palco do Festival CoMA, no próximo sábado, de mãos dadas com Brown, convidado pelo produtor Rafa Dias para selar um encontro que começou no réveillon de 2020 e foi interrompido pela pandemia.
Para o compositor de Alfagamabetizado (1996), o encontro é fruto de uma irmandade e uma filiação que vêm das origens musicais baianas. O ÀTTØØXXÁ grava muito no estúdio de Brown, na Ilha do Sapo, e os encontros em estúdios, quando se trata de música, são bons em render trocas e parcerias. A conversa desenvolvida no show em Brasília nasce um pouco desses encontros. "É um diálogo em comum mesmo. Desde que inventei a Timbalada, criei levadas de onde veio o neo-pagode, e isso foi traduzido e mastigado por esses talentosos e geniais meninos", avisa Brown. "É bonito perceber que, mesmo sendo música eletrônica, a bacorinha, instrumento inventado por mim, virou uma referência dessa sonoridade. Plasticamente somos muito ligados. Todos nós temos um pouco de cada um."
Parte do diálogo do músico com os meninos do ÀTTØØXXÁ está ancorado na pegada eletrônica. O pagodão do grupo incorpora batidas tecno e Brown tem investido nesse aspecto. Ele lançou, este ano, um disco com versões eletrônicas de músicas dos Tribalistas, e garante que o primeiro sucesso no qual colocou as mãos também vinha desse universo. "Foi uma música da banda que eu participava, que deu origem ao Axé Music, era eletrônica, o Fricote, música lançada em 1985", conta. "A música eletrônica não é nenhuma novidade pra mim. Eu busco ainda esse experimentalismo por considerar que esse é o melhor momento em que a música eletrônica se revê a título de que é híbrido mesmo, ocupando esse lugar."
Brown lembra que fez um dos primeiros discos de remix da música brasileira, assim que lançou a Timbalada, nos anos 1990. "Era um formato ainda não existente no Brasil, eu fui a Nova York e trouxe isso. Parece muito com Black Eyed Peas", explica. Para ele, o lugar da música eletrônica na música baiana é o mesmo do tambor. "E todos os tambores são bem-vindos, embora a gente não abra mão do presente. A música eletrônica é binária, é preciso tocar para que soe, enquanto o tambor soa imediatamente e tem timbres que a música eletrônica ainda não alcançou com os seus samples."
Raoni Knalha, vocalista do ÀTTØØXXÁ , enxerga em Brown uma referência e um nome que trouxe a representatividade para a música baiana, além de um inovador na composição. "A mudança, a alternância de ritmos que ele trouxe para música popular baiana, ele mudou certa células e certas sonoridades que existiam na música na época", acredita. O grupo tocou com Brown em Salvador pela última vez no réveillon de 2020. Foi uma participação especial que vislumbrava mais parcerias, mas a pandemia suspendeu a agenda de shows. "A gente pensou 'os caminhos vão se abrir', mas aí veio a pandemia", conta Raoni. A experiência, no entanto, ajudou o grupo e, agora, o reencontro no CoMA deve funcionar como uma retomada. "Por isso a gente meio que tem alguma coisa já produzida para o show", garante Raoni. "Vai rolar música!", avisa Brown. "Culturalmente, Rafa (Dias, produtor) tem uma compreensão enorme da música da Bahia e seus tempos. A minha participação no show do ÀTTØØXXÁ é algo de irmandade e filiação. Sou muito próximo de todos os meninos do grupo."
Festival CoMA
- Consciência,
Música e Arte 2022
Evento ocorre nos dias
4, 5, 6 e 7 de agosto, no Eixo
Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte) - Setor SDC, Zona
Cívico-Administrativa, Brasília, DF
Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/festival-coma-consciencia-musica-e-arte-2022/1422238
PROGRAMAÇÃO
Festival CoMA - Consciência, Música e Arte 2022:
» Show de abertura, quinta-feira, 5 de agosto
» Criolina - Makossa - Vapor - Play - Heavy Baile
» Line-up, sábado,
6 de agosto
» Palco Sul - Ana Moura (DF), às 16h35 - Pedro Alex Bel Lins (DF), às 18h05 - Urias, às 19h45 - Don L, às 21h45 - Glau Tavares, às 23h55
» Palco Norte - Maglore, às 15h30 - Ammoye (CAN), às 17h20- Mc Marecha, às 18h50 - Gaby Amarantos, às 20h40 - ÀTTØØXXÁ part Carlinhos
Brown, às 22h40
» Planetário - Selva (DF), às 16h40- Lubardino (DF), às 17h10 - Viento de Oriente, à 18h40 - Puta Romântica,
às 20h
» Clube do Choro - Kirá part. Asú, às 17h - Akhi Huna, às 18h40 - Vitor Ramil, às 20h20 - Chinelo de Couro, às 22h10
Line-up 7 de agosto,
domingo
» Palco Sul - Remobília, às 15h30 - Puro Suco, às 17h10 - Rico Dalasam, às 18h40 - Gal Costa, às 20h35 - Samba Urgente Leci Brandão, às 22h50
» Palco Norte - Jovem Dionísio, às 16h20 - Jean Tassy, às 17h55 - Bala Desejo, às 19h40 - Lamparina, às 21h50
» Planetário - Flor Furacão, às 15h40 - Bolhazul, às 17h05 - Palco Céu, às 18h35 - Paula Torelly e Pina, às 20h05
» Clube do Choro - Àvuà, às 16h40 - Zé Krishna e Amigos Eternos, às 18h20 - Martinha do Coco, às 20h
» Ao longo do mês, o Correio fará, nos meios on-line e impresso, um passeio entre as atrações do Festival CoMA, traçando um retrato dos artistas e a relação com
Brasília e o evento
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PROGRAMAÇÃO
Festival CoMA – Consciência, Música e Arte 2022:
Show de abertura, quinta-feira, 5 de agosto
Criolina - Makossa - Vapor - Play - Heavy Baile
Line-up, sábado, 6 de agosto
Palco Sul - Ana Moura (DF), às 16h35 - Pedro Alex + Bel Lins (DF), às 18h05 - Urias, às 19h45 - Don L, às 21h45 - Glau Tavares, às 23h55
Palco Norte - Maglore, às 15h30 - Ammoye (CAN), às 17h20- Mc Marecha, às 18h50 - Gaby Amarantos, às 20h40 - ÀTTØØXXÁ part Carlinhos Brown, às 22h40
Planetário - Selva (DF), às 16h40- Lubardino (DF), às 17h10 - Viento de Oriente, à 18h40 - Puta Romântica, às 20h
Clube do Choro - Kirá part. Asú, às 17h - Akhi Huna, às 18h40 - Vitor Ramil, às 20h20 - Chinelo de Couro, às 22h10
Line-up 7 de agosto, domingo
Palco Sul - Remobília, às 15h30 - Puro Suco, às 17h10 - Rico Dalasam, às 18h40 - Gal Costa, às 20h35 - Samba Urgente + Leci Brandão, às 22h50
Palco Norte - Jovem Dionísio, às 16h20 - Jean Tassy, às 17h55 - Bala Desejo, às 19h40 - Lamparina, às 21h50
Planetário - Flor Furacão, às 15h40 - Bolhazul, às 17h05 - Palco Céu, às 18h35 - Paula Torelly e Pina, às 20h05
Clube do Choro - Àvuà, às 16h40 - Zé Krishna e Amigos Eternos, às 18h20 - Martinha do Coco, às 20h
Ao longo do mês, o Correio fará, nos meios on-line e impresso, um passeio entre as atrações do Festival CoMA, traçando um retrato dos artistas e a relação com Brasília e o evento