A célebre ópera Carmen, de Georges Bizet, servirá de trilha para a inauguração da nova casa da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, o Teatro Plínio Marcos, situado no Eixo Cultural Ibero-Americano. Terça-feira (2/8) e quarta-feira (3/8), sempre às 20h, os músicos sobem ao palco ao lado da mezzo-soprano Marina Melaranci, que dá voz à personagem-título. A entrada é gratuita e sujeita a lotação.
Em 1875, o Opéra-Comique, teatro parisiense, recebia a inédita Carmen, ópera composta pelo francês Georges Bizet. A morte prematura do compositor, naquele mesmo ano, o impediu de ver o sucesso implacável do espetáculo, que segue relevante nos dias atuais. Dividida em quatro atos, Carmen acompanha a personagem-título, uma fascinante cigana moradora de Sevilha, que causa alvoroço na fábrica de cigarros onde trabalha. A atitude livre da personagem incomoda Don José, militar local, que decide prendê-la. Carmen, portanto, seduz o cabo com promessas de amor em troca da liberdade. O homem libera Carmen e acaba preso. O espetáculo foi apresentado no Brasil pela primeira vez em 1881, no Teatro D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Agora, Brasília recebe, em duas noites, a obra interpretada pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro e por Marina Melaranci, pratas da casa.
Com residência fixada em Bucareste, capital da Romênia, Marina Melaranci tem outra capital como cidade natal. Brasiliense e filha de diplomata, a cantora coleciona carimbos no passaporte, mas garante que foi aqui onde o desejo de cantar aflorou: "A grande paixão pelo canto veio aqui em Brasília mesmo. Eu entrei na UnB para estudar violão, mas descobri que queria mesmo cantar. Eu sempre quis cantar". O violão, introdução à música, veio antes: "Quando eu tinha 11 anos, minha mãe foi transferida para a França. Lá, decidi que queria tocar um instrumento. Queria aprender piano. À época, por causa da mudança, não tínhamos possibilidade de comprar um piano. Aí, decidi pelo violão. Comecei estudando violão clássico". O ingresso na Universidade de Brasília (UnB) foi o primeiro passo em uma longa trajetória acadêmica. No currículo, Marina coleciona passagens por Sorbonne, universidade parisiense, uma formação de conservatório em Roma e um mestrado em Latina, na Itália.
Aperfeiçoadas as teorias e técnicas, era hora de voltar à cidade natal para compartilhar o amor pela música com o local que serviu de pano de fundo para o início do longínquo relacionamento. A volta rememora uma outra apresentação da cantora na cidade, há uma década, em um festival de ópera, que mudou tudo: "Foi muito importante, aquela experiência há dez anos. Foi o que me fez mudar e ter certeza do que eu queria ser. Voltar aqui, dessa vez como solista, é um sonho sendo realizado". Para acrescentar à experiência, Melaranci exalta os músicos de apoio do espetáculo: "A orquestra de Brasília é maravilhosa. Os músicos têm uma formação completíssima. São pessoas realmente incríveis. O som está maravilhoso".
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
Ópera Carmen,
de Georges Bizet. Terça (2/8) e quarta (3/8), sempre às 20h, no Teatro Plínio Marcos, no Eixo Cultural Ibero-americano. Entrada gratuita.
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